sexta-feira, agosto 25, 2006

EÇA, MOLIÈRE, PUBLÍLIO, UBALDI, BERTOLUCCI, JONI MITCHELL & MUITO MAIS!!!



ABANDONO – Chove lá fora, meu coração, mais fere agora a solidão. Aos quatro ventos me molharia onde esta chuva levar. Quanta demora, ter de esperar e esta tortura a me ultrajar. Todo sigilo se atreveria em revelar o amor que me abandona aqui a revida o que faliu no seu olhar de emoção, brindar um ermo agreste que me fatia onde a procela agitar. Já outra hora, abstração, lá vai o tempo sem compaixão. Todo abandono me asfixia como a mordaça do não. E vai consumir meu coração. Não será dito o seu nome em vão pra salvar, senão, não se reveste de agerasia onde este canto alagar. Servirá pro arremesso do amor que virá represar esta chuva no peito a me afogar. Servirá pro começo do amor que brotar, que colher na luxúria do jeito e enfim amar. (Letra e música de Luiz Alberto Machado). Música inserida nas temporadas 1985/86 do show Por um novo dia. Veja mais aqui


Imagem: An Allegory with Venus and Time (detalhe, 1758), do artista plástico do Rococó italiano, Giovanni Battista Tiepolo (1696-1770). Veja mais aqui.

Curtindo o premiadíssimo álbum Both Sides Now (Warner, 2000), da cantora, artista plástica e poeta canadense Joni Mitchell. Veja mais aquiaqui.

EPÍGRAFEAut amar, aut odit mulier, nil est tertium, sentença expressada pelo escritor latino da Roma aniga, Publílio Siro (85-43aC), que significa: a mulher ama ou odeia, sem meio-termo. Veja mais aqui.

MENSAGEM DA PAZ – Entre as obras do filósofo, místico e escritor italiano Pietro Ubaldi (1886 – 1972), merece destaque a VI Mensagem da Paz - Escrita na Noite de Quinta-feira Santa, no Monte de Santo Sepulcro, diante de Verna (Páscoa de 1943 ), da qual destaco os seguintes trechos: [...] Não vos desgarreis no caos, que é só aparente. Imersos como estais no pormenor, na aflição, na fadiga, não enxergais e não compreendeis o bem que existe além da aparência do mal. Deus, no entanto, invisível e onipresente, está ao vosso lado, caminha convosco, acompanha os vossos passos e vos guia; sempre vos provê, além da aparente desordem, com a ordem imensa e eterna de Suas sábias leis. Sua mão se inclina para o humilde para o fraco, para o vencido, a fim de erguê-lo de novo. Que vos conforte esta afirmação de uma divina lei de justiça acima da lei humana da força. Diante de dois caminhos vos deixei e fizestes a escolha. O mundo tem a prova que livremente desejou. Desde que vos deixei, o mundo tem percorrido velozmente o caminho da História. O mais profundo caminho e a mais proveitosa lição se encontram na dor, escola e sanção de Deus. Repousareis. Assim é necessário, a fim de que os resultados do esforço desçam em profundidade e sejam assimilados. Não vos detenhais, no entanto, nos pormenores do momento ou do caso particular, que não constituem toda a vida. Esta se encontra nas grandes trajetórias de desenvolvimento da Lei, em que se exprime o pensamento de Deus. Somente se vos elevardes encontrareis a verdade universal, imóvel no movimento, a justiça perfeita. Somente se vos transportardes acima das contingências do momento e do lugar, achareis a completa liberdade, a tranquilidade do absoluto, a paz que está acima da vitória ou da derrota, a verdadeira paz, tão distante das coisas humanas. Elevar-se é a grande meta da vida — elevar-se pelos caminhos do espírito — e esse trabalho, sempre possível e livre, pode ser seguido e levado a termo, em qualquer época ou lugar. Ninguém, em nenhum caso, pode tolher a liberdade de vos construirdes a vós mesmos, avançando assim em qualidade e poder. E esta ascese é o que mais importa; é para atingi-la que sofreis as provas da vida. Após cada curva da História, obtém-se seu sumo, sua verdadeira colheita, que é a ascensão. As verdadeiras riquezas não se encontram fora de vós: estão em vosso íntimo e são elas que vos fazem mais poderosos e felizes. São os vossos bons predicados, que nunca se perderão; e não vossas posses materiais, que hão de desaparecer. Qualquer que seja o turno de vencedores ou vencidos, suceder-se-ão, como vaga após vaga, as multidões dos que sofrem e dos que gozam; e o triunfo pode ser instrumento de perdição e a desventura, de ressurreição. Nenhuma vida, como nenhuma força, pode ser anulada; tudo sobrevive, transformando-se. Substancialmente, a guerra a ninguém destrói. Minha palavra, que está acima do mundo e de suas lutas, diz, repetindo a lei de Deus que rege a vida: ai de quem possuindo apenas a superioridade da força, dela abusa, esquecendo a justiça. Tudo é compensado na Lei e se paga com longas reações sucessivas, de ódios e vinganças. A palavra do equilíbrio ensina ao vencedor que não é lícito abusar da vitória, pois, por isso, se paga; e indica ao vencido os caminhos do espírito, em cuja liberdade é possível restaurar as próprias forças em face de qualquer escravidão exterior. O primeiro acomete as fronteiras naturais da força, o segundo nas privações encontra a liberdade. Voltará o sol a brilhar e a vida florescerá de novo, após a tempestade. É lei de equilíbrio. O que importa, sobretudo, é que aprendais a lição. Recordai: que cada um guarde, na profundeza do espírito, com o poder de uma convicção, de uma qualidade adquirida, o fruto de tantas provações. E que a nova floração da vida não irrompa numa algazarra louca de carne satisfeita, numa orgia de matéria triunfante. O escopo da guerra e o conteúdo da vitória não se acham no triunfo material, mas num triunfo no espírito, numa nova civilização. Ai de vós, se não houverdes aprendido a dura lição e não mudardes de roteiro. Se, em vez de subirdes pelos caminhos do espírito, voltardes a palmilhar as velhas estradas, haveis de recair sob as mesmas dolorosas consequências, cada vez mais graves. Minha voz é universal e se desvia das dissensões humanas. Tem as vezes, no entanto, necessidade de descer. Diz-se, então com escândalo: Deus é parcial. Mas existe uma balança, um reflexo de justiça, uma ordem também na História e nela devem atuar. A imparcialidade absoluta seria indiferença e ausência de Deus. A justiça e a ordem, que são os princípios do ser, devem descer também á Terra e aí operar, pesando sobre o mal e vencendo-o, no choque das forças. De outro modo, Deus estaria somente no céu, e não presente e ativo também no mundo, entre vós, no meio de vossas lutas. Estas são guiadas por Ele, a afim de que não se reduzam a absoluta destruição e caos, mas sejam instrumento de construção e de bem. Ele os guia para que as provas e as dores do mundo redundem no fruto que é a ascensão de espírito, objetivo de vida. Deixo-vos, por isso, para conforto dos justos, estas verdades: o vosso esforço, mesmo que não possa ser senão individual e isolado, quando é puro e sincero e se dirige ao supremo escopo da elevação espiritual, também se encontra na trajetória da vida. E, por isso, protegido e encorajado, porque essa é a trajetória ordenada pela lei de Deus. Por essa mesma lei, segundo a qual o universo está construído e que lhe regula o funcionamento orgânico, as forças do mal, embora todas as dificuldades e resistências, jamais poderão prevalecer sobre as forças do bem. É fatal, pois, o triunfo final do espírito e no espírito vencereis. Essa vitória vale a imensa dor que é seu preço. Amplamente já está sendo executado o plano divino da vida. Veja mais aqui.

BEI DE TUNES – No livro Notas contemporâneas (1909 – Livros do Brasil, 1984), do escritor português Eça de Queiroz (1845-1900), encontro a expressão Bei de Tunes, significando uma espécie de bode expiatório ou cabeça de turco, que muito se popularizou e se tornou proverbial por conta dessa obra, fruto de uma polêmica entre o autor da obra e os ataques desferidos pelo escritor Pinheiro Chagas pela falta de assunto e a obrigação de escrever um artigo em dia certo. Dessa polêmica publicado no livro em referência destaco o trecho: [...] Sabe você o que eu fiz numa destas agonias, sentindo o moço da tipografia a tossir na escada, e não podendo arrancar uma só ideia útil do crânio, do peito, ou do ventre? Agarrei ferozmente na pena e dei, meio louco, uma tunda desesperada no bei de Tunes... – No bei de Tunes? – Sim, meu caro Chagas, nesse venerável chefe de Estado, que eu nunca vira, que nunca me fizera mal algum, e que creio mesmo a esse tempo tinha morrido. Não me importei. Em Tunes há sempre bei; arrasei-o. Veja mais aqui.

TODO DIA É DIA DA MULHER: MEIMEI CORRÊA – A poeta e radialista Meimei Corrêa, com seus muitos nomes e vida diversa, parceira no projeto MCLAM e de muitos vídeos que se encontram no YouTube, também é digna de figurar entre as homenageadas da campanha Todo dia é dia da mulher. Da sua lavra destaco As mulheres em mim: Sou eu a mulher carente... também / A fera que tu tens em teu domínio / Sou quem roga em preces e diz amém / Sou quem te faz louco em teu raciocínio / Sou eu quem te cuida, zela por ti / Sou eu quem dá broncas, mas com jeitinho / Chora, se redime, canta e sorri / Sou a que te cobre com meus carinhos / Sou a que trabalha e em ti quer repouso / Com todo o erotismo quer o teu gozo / Sou eu quem te ampara quando precisas / Sou a que tem medos e a corajosa / Sou mulher tão calma e sou perigosa / Sou o amor e a fêmea que tu cobiças. Veja mais aqui, aqui , aqui , aqui e aqui.



ARSÍNOE – Na peça teatral O Misantropo, do dramaturgo, ator e encenador francês Jean-Baptiste Poquelin, mais conhecido como Molière (1622-1673), encontro na cena quatro do terceiro ato, a personagem Arsínoe em visita à jovem e bela Celimena, a título de prestar-lhe um serviço, repete tudo quanto se diz de pérfido e ferino nos meios sociais contra ela. Celimena, agradecendo, diz que não levou a mal a visitante e que a confidencia feita a autoriza a também usar de franqueza, repetindo o que se diz de mal sobre Arsínoe nos mesmos meios. Esta acisa a estocada, dizendo que vê bem que Celimena se irritara, ao que a dona da casa replica: Ao contrário, madame; e se fôssemos mais prudentes, esses avisos mútuos passariam a ser um hábito. Tem-se, com isso, que ser uma pessoa Arsínoe é ser um Tartufo de saia, uma falsa devota, uma leva-e-traz, uma intrigante. Veja mais aqui e aqui.

L’ASSEDIO – O filme L'assedio (Assédio, 1998), do cineasta Bernardo Bertolucci, é baseado em um conto de James Lasdun, contando a história de um excêntrico pianista inglês que mora num apartamento e uma garota africana que estuda medicina na Universidade que trabalha para ele em troca de hospedagem. Ele se sente atraído por ela, recebendo a recusa dela poruqe o marido está preso na África. O destaque é para a atuação da atriz britânica Thandie Newton. Veja mais aqui e aqui.

IMAGEM DO DIA
Todo dia é dia da atriz Thandie Newton.


Veja mais Entrega, Antonio Vivaldi, Cesare Pavese, Theodor Adorno, Ítalo Calvino, Ledo Ivo, Chiquinha Gonzaga, Maria Adelaide Amaral, Luchino Visconti, William Etty, Anne-Sophie Mutter, Rosamaria Murtinho, Annie Girardot, Julião Sarmento, Marize Sarmento & Grupo Carochinha aqui


E mais também Hannah Arendt, Rubem Braga, Eleanor Jack Gibson, Tarsila do Amaral & Edvard Hagerup Grieg aqui.
  
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
 
Na sua boca, o que me dera, me dará.
Vem dela na minha vela o embalo, larali, laralá.
Meu falo espera tudo nela, revela a vida, saravá.
Atravesso à vera, mendigo dela, meu beijo verá.
(LAM)
 Veja aqui, aqui e aqui.

CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Recital Musical Tataritaritatá
Veja aqui.

TODO DIA É DIA DA MULHER
Veja as homenageadas aqui.

JUDITH BUTLER, EDA AHI, EVA GARCÍA SÁENZ, DAMA DO TEATRO & EDUCAÇÃO LINGUÍSTICA

  Imagem: Acervo ArtLAM . A música contemporânea possui uma ligação intrínseca com a música do passado; muitas vezes, um passado muito dis...