quinta-feira, março 19, 2009

MARIO NOVARO, DERRIDA, BEATRIZ SARLO, MICHEL LAUB, RON HICKS, LITERÓTICA & ENTREVISTA DE ESTUDANTE


A arte do artista estadunidense Ron Hicks.

LITERÓTICA: (Imagem do artista estadunidense Ron Hicks.) ABRAÇADOS - Foi preciso que eu acordasse atônito naquela manhã escura com um poema em riste e a voz aos prantos a derramar meus versos devassos loucos aos montes sobre a sua carne nua de amor imenso. Foi preciso que eu entoasse a minha canção aos lamentos de veias, nervos, sentimentos, emoção na goela das tripas coração pela boca nas mãos e lhe doasse toda ternura desnudada nos seus seios de maio. Foi preciso que eu me danasse todo mundo afora vida adentro a cometer os versos inspirados na paixão medonha que me faz cativo do seu jeito amante de ser. Foi preciso que eu me visse em você para sermos um no abraço inteiro de mãos e braços beijo no mormaço da alma corpo e sexo feito a vida que eu semeio e cultivo e meneio e vivo no seu coração azul. RITUAL - O seu mistério é o meu doce predileto. O meu refrigério. Tudo é repleto de magia quando ela chega com a sua carne trêmula, o seu olhar pidão, quando ela encena toda sua manifestação nos seus lábios saborosos que se esfregam nos meus abismos para nascer em mim o meu poema mais vigoroso, para que eu seja o seu almoço e jantar, seja a sua gula de nunca se empazinar numa eterna dança onde as suas pernas molhando o estio e o seu corpo esguio em quais lençóis desvelando o universo mágico recôndito sob a saia nascendo a fornalha que me abrasa por inteiro e a me fazer timoneiro insone por todo seu percurso abissal. É pra lá de legal quando alcanço toda sua majestade e ela já sem qualquer identidade desliza sobre mim com sua graça de querubim se agachando enquanto eu sussurro meu derradeiro verso obsceno ao seu ouvido. É aí que ela vira um mar revolto com ondas letais. É aí que ela perde o anjo e a domesticação dos animais para virar fera insaciável, com seu ritual inigualável a brincar de dares e tomares. Ritual onde ela me entrega a fechadura e faz de mim a sua chave caindo de boca sobre a minha lâmina iluminada e a cada abocanhada dou-lhe a lapada com a lapa do meu poder até desaguar abundante a invadir todas as cercanias amantes porque ela deu-me o prazer ao beber minha vida na festa de viver. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.


DITOS & DESDITOS - Se é que existe uma história da mentira, isto é, do falso testemunho, se é que toca em alguma radicalidade do mal chamado mentira ou perjúrio, ela não poderia se deixar apropriar por uma história do erro ou da verdade. Por outro lado, se a mentira supõe, ao que parece, a invenção deliberada de uma ficção, nem toda ficção ou fábula equivale a uma mentira; tampouco a literatura. Pode-se, desde já, imaginar mil e uma histórias fictícias da mentira, mil e um discursos inventivos, fadados ao simulacro, à fábula, à produção de formas novas referentes à mentira e que nem por isso sejam histórias mentirosas, isto é, se adotarmos o conceito clássico e dominante da mentira, histórias que não sejam perjúrios e falsos testemunhos. Esse limite é uma chance e uma ameaça, o recurso a um tempo do testemunho e da ficção literária, do direito e do não-direito, da verdade e da não-verdade, da veracidade e da mentira, da fidelidade e do perjúrio. Pensamento do filósofo francês Jacques Derrida (1930-2004). Veja mais aqui.

TEMPO PASSADO – [...] As últimas décadas deram a impressão de que o império do passado se enfraquecia diante do “instante” (os lugares-comuns sobre a pós-modernidade, com suas operações de “apagamento”, repicam o luto ou celebram a dissolução do passado); no entanto, também foram as décadas da museificação, da heritage, do passado-espetáculo, das aldeias Potemkin e dos theme-parks históricos; daquilo que Ralph Samuel chamou de “mania preservacionista”; do surpreendente renascer do romance histórico, dos best-sellers e filmes que visitam desde Tróia até o século XIX, das histórias da vida privada, por vezes indiferenciáveis do costumbrismo, da reciclagem de estilos, tudo isso que Nietzsche chamou, irritado, de história dos antiquários. [...] Trecho extraído da obra Tempo passado: cultura da memória e guinada subjetiva (Companhia das Letras, 2007), da escritora e crítica literária argentina Beatriz Sarlo. Veja mais aqui.

DIÁRIO DA QUEDA - [...] eu não tinha nada em comum com aquelas pessoas além do fato de ter nascido judeu, e nada sabia daquelas pessoas além do fato de elas serem judias, e por mais que tanta gente tivesse morrido em campos de concentração não fazia sentido que eu precisasse lembrar disso todos os dias [...] Faria diferença eu explicar como morreram um a um dos parentes do meu avô? Alguém se abalaria mais ou menos se o irmão, o outro irmão, o terceiro irmão, o pai e a mãe, a namorada e ao menos um primo e uma tia, e sabe-se lá quantos amigos e vizinhos e colegas de trabalho e pessoas mais ou menos próximas, se um a um deles tivesse a morte mais ou menos natural em Auschwitz, na enfermaria ou nos campos de trabalho, ou se eles tivessem sido mandados para a câmara, e recebido um cabide para pendurar a roupa, e ouvido a música que os guardas faziam tocar enquanto todos esperavam pelo que seria um banho quente, enquanto isso as cápsulas de ácido cianídrico exposto ao ar entravam em sublimação para liberar o gás, e o gás era aspirado, e penetrava na corrente sanguínea, e alguns sentiam uma agonia tal que se jogavam contra as paredes em desespero, e demorava um tanto até que todos finalmente caíssem, e fossem arrastados para fora, e postos numa mesa de cirurgia, e tivessem o corpo aberto, e a gordura retirada, e os dentes extraídos, e os olhos arrancados, e os órgãos postos em compartimentos um por um, fígado, rins, pâncreas, estômago, pulmões, coração, e o que sobrou foram a carcaça e os ossos, e a carcaça e os ossos foram jogados em covas, um milhão e meio de buracos cavados e ocupados por esqueletos que um dia foram adultos de trinta quilos e sem nome? [...] Em trinta anos será quase impossível achar um ex-prisioneiro de Auschwitz. Em sessenta anos será muito difícil achar um filho de ex-prisioneiro de Auschwitz. Em três ou quatro gerações o nome Auschwitz terá a mesma importância que hoje têm nomes como Majdanek, Sobibor, Belzec [...] A inviabilidade da experiência humana em todos os tempos e lugares sempre foi um conceito à disposição doo meu pai. Ninguém mais que ele poderia ter se agarrado a isso para justificar toda e qualquer atitude ao longo da vida: ele poderia ter sido o pior patrão e o pior marido e o pior pai porque aos catorze anos se defrontou com esse conceito, diante do meu avô caído sobre a escrivaninha, e então a briga que tivemos quando decidi mudar de escola e a conversa que tivemos em frente à churrasqueira e a maneira como ele reagiu à minha entrada na faculdade e à vinda para São Paulo e aos meus três casamentos e ao dia em que dei a notícia do Alzheimer poderiam ter sido diferentes, e neste momento eu não estaria falando dele porque já o teria julgado desde sempre, e assim como ele em relação ao meu avô eu não teria nada a dizer a seu favor, e assim como ele em relação ao meu avô eu não nutria nenhum carinho ou empatia, e jamais teria me sentido como um filho se sente em relação ao pai sem que precise dizer ou explicar coisa alguma. [...]. Trecho da obra Diário da queda (Companhia das Letras, 2011), do escritor e jornalista Michel Laub.

PRAIA VERDE - Rudes oliveiras / de frondes argenteas, / fina praia verde / pende para o mar / no odor do timo / bão bebendo a brisa / primaveril / as sutis borboletas / e na monotonia / do plangente / cântico do mar / penso, vou pensando: / onde a vida / possui uma praia? / Onde seu fundo? / E flui a vida, e flui a onda. Poema do poeta e filósofo italiano Mario Novaro (1868 – 1944).


A arte do artista estadunidense Ron Hicks.


CLÉLIA MARTINS – Clélia é uma geminiana de 24 anos de idade, estudante com 3 filhos. Conheça ela melhor.

LAM - Clelia, vamos começar pelo lugar que você nasceu: o que você acha do lugar onde nasceu? É só uma lembrança ou tem importancia e faz com que você se orgulhe do lugar onde nasceu?

Bom eu nasci em Cacoal RO, tenho um certo orgulho sim de ter nascido neste lugar. Mas, para mim é apenas uma lembrança, saí de lá muito pequena, não pude ter uma vida lá. Então é uma boa lembrança em minha vida.

LAM - Qual a importância da familia para você? Seus pais acompanham e dialogam com você? E seus irmãos e parentes?

Para mim, a minha familia é uma dádiva de deus,adoro a minha família.
Meu pai sempre esteve presente em todos os momentos da minha vida, ele é muito companheiro. Minha mãe deus ha levou quando eu tinha apenas treze anos.
Hoje tenho só meu pai e meu irmão,a minha irmã deus tambem levou faz quatro anos.
Sempre fomos muito unidos.

LAM - O que você pretende ser e alcançar profissionalmente na vida? Vôcê tem algum objetivo na vida?

Eu pretendo ser técnico-informatica, meu objetivo é terminar os meus estudos, fazer alguns cursos e ser uma profissional bem sucedida e respeitada.

LAM - O que você espera da vida? Você espera um milagre ou está pronta para batalhar pelo que deseja e anseia?

Olha eu acredito em milagres sim, mas tudo nesta vida para se conquistar tem que ser com muita luta e muita batalha.
Por isso eu estou pronta para batalhar pelos meus sonhos.para alcançar os meus objetivos com certeza estou pronta para batalhar.

LAM - Quais as suas principais preferencias musicias, nutricionais, sociais e pessoais? O que você gosta de fazer nas horas vagas?

Minhas musicas favoritas são as românticas, não tenho nenhuma dieta como de tudo um pouco, gosto de ajudar as pessoas, sou uma pessoa muito alegre de bem com a vida, nas minhas horas vagas eu gosto de ir fazer caminhada e correr um pouco, adoro correr.

LAM - Que experiência positiva você tem do seu período escolar? A escola contribuiu para a sua formação e tem preparado você para vida, para o trabalho e para o exercicio da sua cidadania?

Bom eu obtive muitos conhecimentos na escola durante minha infância, esse conhecimento tenho guardado comigo, pois são eles que me fazem ver o melhor dessa vida,que me ensinaram boa parte da minha educação no dia de hoje

LAM - O que você mais detesta na escola? Existe algo que deveria mudar na escola?

O que eu mais detesto na escola, é ver como os professores são desrespeitados por jovens que não se interessam por nada, vão para a escola ofender os professores. Deveria mudar as leis para com os professores, a lei deveria amparar mais os professores, que os alunos,assim eles os respeitariam.

LAM -. Como você seus amigos? O que voce espera deles? As pessoas valem a pena ser consideradas ou a vida é uma onda mesmo?

Eu amo os meus amigos,espero deles a sinceridade e a lealdade.
Vale muito a pena considerar as pessoas, pois o bem deve sempre prevalecer.
Somos filhos do mesmo criador, nosso deus.
Porque deus nos diz que devemos amarmos uns aos outros como a si mesmo,devemos considerar sim as pessoas.

LAM - O que você acha do Brasil? É o melhor país do mundo ou precisa dar um jeito nessa troçada toda?

Olha o Brasil é um país maravilhoso,adoro o meu país,mas eu acredito que com alguns ajustes o Brasil ficaria ainda melhor.

LAM - Qual a mensagem que já teve oportunidade de tomar conhecimento e gostaria de dividir com outras pessoas?

Viva a cada dia como se fosse o ultimo,pois o futuro a deus pertence.



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