domingo, setembro 09, 2012

EAGLETON, NANCY FRASER, ÁRPÁD TÓTH, HENRY RIDER HAGGARD & LITERÓTICA



TRÊS POEMAS DEVASSOS DE AMOR POR ELA

DOAÇÃO


Para todos sou pedaços que me dou e me doo como o riso da criança no meio dia sem ter nem pra quê.

Pra você sou pedaços, os melhores de mim e os que me restam: aquela fatia de bolo com gosto de quero mais. É só o que tenho, nada mais.

Tivesse a vida, eu daria pra você como o sol todas as manhãs.

Do nada que sou e tenho faço os presentes de quem só tem aquilo pra dar: mas são como se fossem a maior das posses que qualquer ser humano tivesse na maior das farturas.

Sou apenas o que tenho - posse alguma, o mundo de cabeça pra baixo,  sem ter onde cair morto -, mas o pedaço inteiro que sou é seu.
© Luiz Alberto Machado.

FELAÇÃO
Minha
clava
se
torna
indestrutível
quando
toda
prateada
no
céu
da
noite
vem
a
no
rabo
do
cometa.
© Luiz Alberto Machado.

PUTONA


Começa bem cedo
A sua tentação
A lamber meu cambão
No maior dos chamegos

Abocanha sem medo
A língua em tição
A beijar meu vergão
Sem fazer arremedos

É meu pau seu folguedo
Sua degustação
Na maior felação
Em meu todo torpedo

Aumentando o enredo
É no meu mastro
Que ela faz o seu lastro
Pra meu desassossego

Nela mais me aconchego
E não dá distração
A mostrar seu bundão
Pros meus apegos

E eu vou de arrego
Hasteando bandeira
Na maior meladeira
Esfregando seu rego

E me faz de seu nego
Com uma rebolada
E sua mão alada
A me amolegar

E mais quer se esfregar
Ai ai ai u-lá lá

Aí eu soçobro
E mais eu lhe cobro
Dobro a aposta
E se ela gosta
Arrosta na trela

Dou picada bem nela
Agarrado à titela
De gemer todo cio
Aí me aproprio
Eu enfio, ela blasona
Feito gostosa putona
P´reu só macular

Ela quer copular
E diz mais: - Castiga!
Na maior das mangingas
A me enfeitiçar

E me a faz empurrar
Contra a parede
E ela pronta, adrede
Aceita a vergasta
Ela nem se afasta
Se achega mais tanto
Até por enquanto
Me dar a cara à tapa

Ela não me escapa
Tô bem todo nela
Ô safada cadela
Na sua caçapa

A gente se engata
Maior sacudida
Até ser bem fodida
No maior randevu

Botei tudo em seu cu
No maior arregaço
Chega senti seu regaço
Gostoso e quentinho

E no seu escaninho
Enfiei o pau na rodeira
E ela mais que bundeira
Pediu mais, que gulosa!
Pra melhorar minha prosa
E gozar como em choque
Já me fez seu reboque
Na maior guloseima

E eu todo boleima
Gozei todo esturro
Enfiei mais casmurro
Até encher o seu pódice
Com todo meu códice
Dela sorrir satisfeita
Como quem fez a colheita
Com a maior cara de anjo
Que deu pro marmanjo
A maior safadeza

Ela não sai ilesa
Mas toda dadeira
Me deu a chaleira
Do bico apitar.

Ah, na maior cara lisa
Feliz boa fruta
Bem manhosa me avisa:
- Ei, eu sou sua puta!!!!!!
© Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui, aquiaqui.

 


DITOS & DESDITOSA alfabetização está tão entrelaçada em nossas vidas que muitas vezes deixamos de perceber que o ato de ler é um milagre que está acontecendo nas nossas mãos. Pensamento da professora estadunidense Maryanne Wolf. Veja mais aqui.

 

ALGUÉM FALOUEscrita é como um caso de amor: o começo é a melhor parte. Como qualquer outra forma de arte, a literatura não é mais e nada menos que uma questão de vida e morte. A única pergunta que vale a pena perguntar sobre uma história - ou um poema, ou um pedaço de escultura, ou uma nova sala de concertos - é, é morto ou vivo? Pensamento da escritora canadense Mavis Gallant (1922-2014). Veja mais aqui.

 

COMO LER UM POEMA - [...] O que ameaça destruir a sensibilidade verbal é a linguagem sem profundidade, mercantilizada, instantaneamente legível mundo do capitalismo avançado, com seu jeito inescrupuloso com os signos, comunicação e embalagem brilhante de experiência [...] Em um mundo de legibilidade instantânea, havíamos perdido a experiência da linguagem em si. E perder nosso senso de linguagem é perder contato com um grande lidar mais do que a linguagem. Os usos amplamente pragmáticos que fazemos nosso discurso havia enfraquecido seu frescor e embotado sua força; e poesia, entre outras coisas, poderia nos permitir saboreá-lo e saboreá-lo novamente. Em vez de simplesmente nos permitir consumir as coisas, forçou-nos a lute com ele; [...] Um poema é um declaração moral ficcional e verbalmente inventiva na qual é o autor, em vez do impressora ou processador de texto, que decide onde as linhas devem terminar [...] A poesia é uma imagem da verdade de que a linguagem não é o que nos exclui realidade, mas o que nos dá o acesso mais profundo a ela. Então não é uma escolha entre estar fascinado com as palavras e estar preocupado com as coisas. É a própria essência das palavras apontar para além de si mesmas; para que apreendê-los como preciosos em si mesmos é também penetrar mais profundamente no mundo a que se referem. [...] Poemas são eventos materiais e campos de força, não apenas verbais comunicações. Ou melhor, eles são os últimos apenas em termos dos primeiros – o que nos traz mais uma vez à questão da forma e conteúdo [...] A poesia é uma linguagem que vem sem essas pistas contextuais, e que, portanto, deve ser reconstruído pelo leitor à luz de uma contexto que lhe dará sentido. E tais contextos estão em suprimento embaraçosamente abundante. No entanto, eles também não são apenas arbitrários: pelo contrário, eles são moldados, por sua vez, pelos contextos culturais por que o leitor dá sentido ao mundo em geral [...] O mesmo vale para assuntos como humor, registro, tom, pausa, e assim por diante, sobre os quais os julgamentos de valor globais são construídos. Se estes são não apenas arbitrário, é em parte porque eles estão tão intimamente ligados com significado, e significado não é algo que simplesmente legislar. [...] Gerações pisaram, pisaram, pisaram' é um toque também onomatopeica, um tanto obviamente convidando-nos a ouvir o pés poluidores em seu som e ritmo; mas o padrão de som embalado de as duas linhas seguintes, com seu complexo cruzamento de assonância e aliteração, são ricamente expressivos da alienação humana da natureza mundo. [...] Que tipo de sociedade é essa sobre a qual a poesia sente que deve costas? O que aconteceu com o conteúdo da experiência social quando o poema parece compelido a tomar suas próprias formas como seu conteúdo, em vez de recorrer a um fundo comum de significado? [...]. Trechos extraídos da obra How to read a poem (Blackwell, 2007), do filósofo e crítico literário britânico Terry Eagleton, que em outra obra, A Tarefa do crítico: diálogos com Terry Eagleton (Unesp, 2010), expressa que: [...] A poesia realmente presta muita atenção a materialidade do significante, o que então nos encoraja a imaginar que as palavras “incorporam” as coisas de algum modo. Mas isso ocorre somente porque o materialismo semântico traz a mente, de forma associativa, um materialismo ontológico. [...]. Veja mais aqui e aqui.

 

E VIVA AS DIFERENÇAS – [...] diferenças culturais só podem ser livremente elaboradas e democraticamente mediadas sobre a base da igualdade social [...]. Trecho extraído da obra Justice Interruptus. Critical reflections on the “postsocialist” condition (Routledge, 1997), da filósofa estadunidense Nancy Fraser. Veja mais aqui.

 

AS MINAS DO REI SALOMÃO – [...] Depois de passar uma semana na Cidade do Cabo, descobrindo que me cobraram a mais no hotel, e tendo visto tudo o que havia para ver, incluindo os jardins botânicos, que me parecem prováveis de trazer um grande benefício para o país, e as novas Casas do Parlamento, que espero não faça nada disso, decidi voltar a Natal [...] Continuamos, continuamos, até que finalmente o leste começou a corar como o rosto de uma menina. Então vieram fracos raios de luz prímula, que logo se transformaram em barras douradas, através das quais a aurora deslizou pelo deserto. As estrelas ficaram cada vez mais pálidas, até que finalmente desapareceram; a lua dourada se tornava pálida, e os cumes de suas montanhas se destacavam em seu rosto doentio como os ossos da bochecha de um moribundo. Então veio lança após lança de luz brilhando ao longe através do deserto sem limites, perfurando e atirando os véus de névoa, até que o deserto foi envolto em um brilho dourado trêmulo, e era dia. [...]. Trechos extraídos da obra King Solomon's Mines (Penguin, 2008), do escritor inglês Henry Rider Haggard (1856-1925), que também se expressa com este pensamento: É mais fácil destruir o conhecimento do que reuni-lo. Aqueles que vão secretamente, vão mal; e pássaros sujos adoram voar à noite.

 

MUDA-SE - Muda-se o mundo a pouco e pouco, / em silêncio escurece, docemente, / e não ficará nada, de repente, / das suas mil cores, do fogo louco. / Já não me atrai nenhuma distância, / não causa vertigens qualquer altura… / Não querem chorar mais estes meus olhos… Poema do poeta húngaro Árpád Tóth (1886-1928).

 

 PROGRAMA DOMINGO ROMÂNTICO – O programa Domingo Romântico que vai ao ar todos os domingos, a partir das 10hs (horário de Brasilia), é comandado pela poeta e radialista Meimei Corrêa na Rádio Cidade, em Minas Gerais. Confira a programação deste domingo aqui. Na edição deste 09/09 do programa Domingo Romântico, uma produção da radialista e poeta Meimei Correa e apresentado por Luiz Alberto Machado, está com uma programação pra lá de especial, confira as atrações: Leopoldo Miguez. Georges Bataille, Ferreira Gullar, Paulo Autran, Akira Kurosawa, John Cage, Luciano Pavarotti, Antonin Dvorak, Girolamo Frescobaldi, Richard Strauss, Ivan Lins, Elis Regina, Djavan, Chico Buarque, Peter Gabriel, Milton Nascimento, Pink Floyd, Henry Purcell, Fernando Bonassi, Paulo Betti, Belchior, A-Ha, Maria Rita, Peter Tosh. Queen, Nação Zumbi, Ana Carolina, Marcelo Adnet, Cidade Negra, Fernanda Abreu, Jose Feliciano, Morris Albert, Emilio Santiago, Os Maiores do Mundo & Joseph Climber, João Pinheiro, Joana Ramos, Mariane Vasconcelos, Mauricio Manieri, Josué Demétrio, Ibys Maceioh, Christiano Torreão, Roberto Toledo, Alê D´Ilê, Edu George, Sérgio Campos, Roberto Travassos, Marco Leal Ricardo Loureiro & Estrada 55, Jorge Medeiros & muito mais! Veja mais aqui.

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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
 Leitoras comemorando a festa Tataritaritatá!
Art by Ísis Nefelibata
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CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na Terra: 
 Recital Musical Tataritaritatá - Fanpage.
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