quinta-feira, março 07, 2013

LORCA, CHRISTINA ROSSETTI, BECKETT, TOUSSAINT, BÜCHNER, KUREISHI & LITERÓTICA

 

JURAMENTO – Quando a tarde faz vida no mormaço do seu corpo, eu juro por todas as delícias de céu e terra mergulhar nos ventos agitados de sua prodigiosa nudez sacudindo minha lucidez nas raias da loucura e é quando sou de mim mais que real. Eu juro por sermos feitos pelo amor e para o amor onde tomo por testemunho o meu corpo e o meu sangue no seu corpo e sangue, que não haverá perjúrio porque juro dizer a verdade, somente a verdade, nada mais que a verdade porque a verdade é a sua alma nua exposta para a minha iniciação. E prometo pelo fogo do prazer no calor do seu sexo que se empanzina com o meu, linda, nua, caprichada de beleza acendendo a luz de todas as noites na beira do amor, pelando de febre, que cantarei aos berros a canção viva com versos queimando a pele, a cumprir que nos seja dado gozar feliz da vida para ir até longe de onde não se volta mais. E juro com os olhos vendados de paixão por seu corpo que carrega o tempo de muitas sedes no seu minadouro, como a maior e mais completa maravilha do mundo, enquanto a terra gira entre suas pernas e sexo febris com a gula das minhas mãos côncavas agarrando enlaçado na idade dos sonhos que giram sem parar na corda bamba que me devolve multiplicadas vezes a vida que me faz mais vivo que nunca! E juro pela doçura dos seus lábios de orquídeas molhadas com o cheiro do riso destamanho com o amor queimando a face, relâmpago nos seios na promessa de que em mim tudo de seu sobreviva, a tesão apaixonada se fortaleça e o que for do amor se concretize em nós. E juro por seu olhar de titânio com toda atração do meio dia de místicos fulgores dos que dão tudo à vida debaixo da chuva do edredom onde a tempestade demorada inflama o paiol de todos os gozos desgovernados até o derradeiro pousar da voz de zis luxúrias do seu doce-de-leite coração. Por isso e só por isso eu canto inteiro com toda paixão a nossa eucaristia. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui e aqui.

 


DITOS & DESDITOS - As chances de concretizar uma ideia são inversamente proporcionais ao tempo que você gastou conversando sobre ela antes... Os melhores livros são aqueles que você lembra na cadeira em que os lê... Pensamento do escritor, cineasta e fotógrafo belga Jean-Philippe Toussaint.

 

ALGUÉM FALOU: Nada é mais trágico que o grotesco!... Pensamento do escritor e dramaturgo irlandês Samuel Beckett (1906-1989). Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.

 

WOYCZECK DE BÜCHNER – A peça de teatro inacabada Woyczeck, a obra-prima do escritor e dramaturgoa alemão Georg Büchner ( -1837), conta a história do soldado Johann Christian Woyzeck (1780-1824), que perde os pais e se torna ajudante de um fabricante de perucas. Não se afirma na profissão e, para escapar à fome, entra para o exército, como soldado raso. Aceita dinheiro de um médico para participar uma experiência que consiste em comer apenas ervilhas. O médico exulta ao ver e anotar a degradação em seu corpo. Paralelamente, sua mulher lhe é infiel. Seu superior chama-o de imoral por não ser casado. O trabalho é degradante, as autoridades são prostituídas mais que constituídas, e a vida familiar é um paraíso às avessas. Passam-se doze anos pontuados de detenções por indisciplina. Por causa disso é dispensado. Arranja uma amante que tem outros homens, Marie, que tem um filho pequeno. Desempregado, pede esmolas e dorme ao relento. Desabafa com seu colega Andrés as suas teorias conspiratórias, bem como os sons e visões que passa a ouvir e ter. Marie se envolve com o Tamboreiro-mor da banda militar, um sujeito atraente e bastante aproveitador. No entanto, ela se sente culpada por sua atitude. Pelas insinuações de seus superiores, Woyzeck passa a desconfiar da mulher e a tratá-la com frieza. Suas suspeitas acabam por se confirmar quando ele a vê com o tamboreiro em um baile. Com a saúde debilitada, mentalmente confuso, sem voz ativa, nunca levado a sério em seus questionamentos, Woyzeck sente-se traído e sozinho. Ainda tenta "lavar sua honra", provocando uma briga com o Tamboreiro-mor, mas acaba levando uma surra. Humilhado e em total desespero, Woyzeck deixa seu testamento com Andrés, e numa crise de ciúmes mata a amante e acaba por ser decapitado por ter assassinado a mulher. A peça além de ter a influência da commedia dell’arte, por meio dos personagens Capitão e Doutor, inspirou a ópera Wozzeck (1914-1922), do compositor austríaco Alban Berg, o filme homônimo de Werner Herzog, em 1979, entre outras adaptações. Veja mais aqui.

 

ALGO PARA TE DIZER – [...] Eu não quero ser amado. Eu quero ser desejado. O amor é segurança, mas o desejo é sujo. [...] No nível mais profundo, as pessoas são mais loucas do que querem acreditar. Você descobrirá que eles temem ser comidos e ficam alarmados com o desejo de devorar os outros. [...] O motorista fez uma curva fechada à esquerda, saiu da pista e entrou numa estradinha de terra, no meio de algumas árvores, parando em seguida. Ele nos jogou para fora do carro e ordenou que o seguíssemos. Obedecemos. Tínhamos uma arma apontada para nosso rosto. Não era a casa de papai, era o fim da linha. Aguardava-me uma morte súbita, violenta, matinal - no dia em que pisei na terra dos meus antepassados. Uma morte não de todo dessemelhante à que eu provocara, não fazia muito tempo. Seria justo, certo? Um carma honesto e quase instantâneo. Eu me perguntava se sairíamos nos jornais ingleses, se minha mãe forneceria fotos nossas. [...] Trechos extraídos do livro Something to Tell You (Scribner Book Company, 2009), do escritor, dramaturgo, roteirista e cineasta britânico Hanif Kureishi. Veja mais aqui e aqui.

 

TRÊS POEMAS - UMA FILHA DE EVA: Tolo fui por dormir ao meio-dia, / E acordar quando a noite é fria / Sob a lua fria e sem conforto; / Um tolo por arrancar minha rosa cedo demais, / Um tolo por quebrar meu lírio. / Não guardei minha horta; / Desvanecido e abandonado, / choro como nunca chorei: / Oh, era verão quando eu dormia, / É inverno agora que acordo. / Fale o que quiser da futura primavera / E do doce amanhã aquecido pelo sol: / Despojado de esperança e tudo, / Sem mais para rir, sem mais para cantar, / Sento-me sozinho com tristeza. UM ANIVERSÁRIO: Meu coração é como um pássaro cantando / Cujo ninho está em um broto de água; / Meu coração é como uma macieira / cujos galhos estão cheios de frutas densas; / Meu coração é como uma concha de arco-íris / Que rema em um mar calmo; / Meu coração está mais feliz do que tudo isso / Porque meu amor chegou a mim. / Levante-me um estrado de seda e penugem; / Pendure-o com tintas variadas e roxas; / Esculpe-o em pombas e romãs, / E pavões com cem olhos; / Trabalhe-o em uvas de ouro e prata, / Em folhas e flores-de-lis de prata; / Porque chegou o aniversário da minha vida, / meu amor chegou até mim. FATA MORGANA: Um fantasma de olhos azuis muito antes / Está rindo, saltando em direção ao sol: / Como chumbo eu o persigo cada vez mais, / eu ofego e corro. / Ele quebra a luz do sol em um salto: / Vai cantando enquanto salta / Para os sinos das ovelhas com um som / sonhador Uma canção sonhadora. / Eu rio, é tão vivo e alegre; / Ainda falta muito, eu choro: / espero um dia me deitar, / Deitar e dormir. Poemas da poeta britânica Christina Rossetti (1830-1894). Veja mais aqui.

 


FEDERICO GARCIA LORCA – Federico Garcia Lorca é um artista múltiplo: poeta, dramaturgo, artista plástico e músico. Nascido em Fuentes Vaqueros, arredores de Granada, na Espanha, em 1898, sua obra teatral e poética ressalta a Andaluzia, a Espanha, os ciganos, e transita entre o Surrealismo e o Ultraísmo. Foi Granada, a sua cidade natal, a quem dedicou seus poemas, como na "Baladinha dos três rios", com versos como estes "Os dois rios de Granada, um, pranto; e outro, sangue" ou no poema "Aurora", cantando: "Sinos de amanhecer em Granada", ou no poema "Granada e 1850", onde "Pelo ar de agosto vão-se as nuvens. Eu sonho que não sonho dentro do repuxo", as suas paisagens, como no poema "De profundis": "A Andaluzia tem longos caminhos vermelhos", a alma gitana de suas raízes, como no poema "Cova", em que diz: "O gitano evoca países remotos", a sua gente e sua cultura. Curiosamente viveu entre duas datas transcendentais na história do seu país: 1898, ano da perda das colônias; e 1936, início da Guerra Civil Espanhola. Em suas obras expressa seu horror aos crimes absurdos da civilização moderna e, por isso, tornou-se um dos maiores representantes do teatro poético do séc. XX e um dos maiores poetas espanhóis das três primeiras décadas do séc. XX.
Em 05 de junho de 1898, nasce o que seria um dos maiores nomes da literatura e do teatro espanhol: Federico Garcia Lorca. Após uma infância marcada por graves e consecutivas enfermidades, lança o seu primeiro livro de poesias "Libro de Poemas", em 1921, aos vinte e três anos quando ainda estudava Direito na Universidade de Granada. Neste livro, o poeta (1989:9) coloca "todo ardor juvenil e tortura, e ambição sem medida, a imagem exata de meus dias de adolescência e juventude, esses dias que enlaçam o instante de hoje com minha própria infância recente".
Nas "Palavras de Justificação" que prefaciam o volume, Lorca (1989:9) alega que neste livro "Irmanam-se o nascimento de cada uma destas poesias que tens em tuas mãos, leitor, e o próprio nascer de um broto da árvore música de minha vida em flor. Seria perverso menosprezar esta obra que tão enlaçada está com a minha própria vida".
No "Libro de Poemas" constam versos como "assim o mel do homem é a poesia que mana de seu peito dolorido", do poema "O canto do mel", escrito em 1918, quando então contava com vinte anos de idade; ou "minh'alma está madura faz muito tempo, e se desmorona turva de mistério. Pedras juvenis roídas de sonho caem sobre as águas de meus pensamentos. Cada pedra diz: deus está muito longe!" no poema "Há almas que têm...", escrito em 1920. Esse livro desperta grande atenção da crítica, que o consagra em definitivo após a publicação, em 1927, das "Canciones Gitanas".
No mesmo ano, 1921, escreve e publica "Poema do cante jondo", com poemas andaluzes ou granadinos.
Um ano depois de haver publicado o primeiro livro, lança a sua primeira peça teatral, "O sortilégio da mariposa", em 1922, chegando a se formar em Direito, no ano seguinte, em 1923. Por esse tempo, aproximou-se dos grandes nomes da vanguarda artística espanhola, não só no campo das letras, mas também nos da música e das artes plásticas, chegando a tornar-se amigo íntimo de Salvador Dali, a quem dedica a "Ode a Salvador Dali", e Manuel de Falla, a quem dedica a "Ode ao Santíssimo Sacramento do Altar".
A partir de 1925, passa a colaborar  com periódicos madrilenos, tais como La Gaceta Literaria e Revista de Ocidente, que lhe rendem prestígio. Em 1926, segue os passos de Juan Ramón Jimenez, ao lado de Salinas, Guillén e Rafael Alberti. Depois de formado, estudou filosofia na Universidade de Granada, com Fernando de los Rios. Lança a sua segunda peça teatral, "Mariana Pineda", 1927; e o seu segundo livro de poesias, "Canciones Gitanas", em 1928. Em seguida, foi bolsista pela Columbia University, em 1929, quando publica a sua terceira obra, "Poeta em Nueva York".
Com o lançamento do "Romancero Gitano", uma das maiores de todas as suas obras poética, Lorca ingressa na galeria dos grandes nomes da poesia moderna espanhola. O livro, ora cerebral, ora popular, ora, ainda, a fusão dessas duas maneiras, constitui a própria essência do pensamento e da sensibilidade hispânica, em particular a da alma andaluza.
Com relação ao "Canciones Gitanas", Carpeaux (1980:220) observa que "no Romacero Gitano admirei a força do colorido, sobretudo naquele da sua Andaluzia natal, com os ciganos caçados pela polícia, tumulto das ruas contrastando com a calma das estatuas dos santos à porta das catedrais". Sobre o mesmo livro, Torre (s/d:132/3) também assim se manifesta: “(...) mas é um outro poeta, o maior, o de personalidade mais acurada das décadas 20 e 30, que os reflexos se tornam férteis numa assimilação de resultado superiormente belos. Refiro-me a Federico Garcia Lorca e à utilização que faz da metáfora, logo a partir do Libro de Poemas (1921), continuada nas Primeiras Canciones (1922) e nas Canciones (1921-1924) e que alcança o seu ponto culminante no Romancero Gitano (1924-1927). (...) o encanto de tais poemas radica, por um lado, na atmosfera de sonho desconexo, voluntária e gloriosamente arbitrário; e por outro lado, mais substancialmente ainda, na pura criação metafórica”.
Observa Mota (1989) que a producão poética lorquiana, tão mesclada emseu teatro e em outros gêneros literários exercitados pelo poeta, inspirou-se em motivos profundamente teluricos e a Andaluzia constitui uma constante na obra de Lorca, força impulsionadora, motivo circular, magnético, alfa e ômega da sua arquitetura poética.
A partir de então, Lorca torna-se famoso e sua vitalidade criativa vai produzindo a fertilidade de suas idéias e produção fecunda, num ritmo avassalador, com a peça teatral "A sapateira prodigiosa", em 1930, e na publicação do "Poeta em Nova York", em 1931, livro este, onde paga tributo ao Surrealismo e ao estilo de Walt Whitiman, expressando seu horror aos crimes e atentados da civilização moderna.
Quando publica "Poeta en Nueva Iork", livro no qual se percebem nítidas técnicas surrealistas, provenientes das  imagens alucinantes para expressar o desdém de Lorca com o tipo de civilização moderna dos Estados Unidos daquela época, desumanizadora e promotora de injustiças sociais, mostra-se como um inimigo natural de qualquer regime autoritário. Além disso, numa Espanha católica, as possíveis tendências homossexuais também não eram bem vistas, dificultando cada vez mais o seu relacionamento com os aparelhos de repressão espanhol. Mota (1989) observa que Lorca queria expressar os resíduos barrocos, as incursões pela comarca do romantismo e do simbolismo; o ultraísmo e, sobretudo, as investidas de Lorca a Ruben Darío. Observa Mota (1989) que a producão poética lorquiana, tão mesclada em seu teatro e em outros gêneros literários exercitados pelo poeta, inspirou-se em motivos profundamente teluricos e a Andaluzia constitui uma constante na obra de Lorca, força impulsionadora, motivo circular, magnético, alfa e ômega da sua arquitetura poética. Ressaltou mais que Lorca mantinha a preferência pelas metáforas do modernismo atrevido e do próprio ultraísmo.
A seguir, fundou e dirigiu La Barraca, grupo teatral universitário que se dedicava à divulgação dos clássicos da dramaturgia espanhola pelo interior do país, em 1932, saindo obras do quilate de "Bodas de sangue", em 1933; "Yerma" e "A casa de Bernarda Alba", em 1934; "Dona Rosita a solteira ou a Linguagem das Flores", 1935; escrevendo os livros de poesias: "Seis poemas gallegos", em 1935; "Primeiras canciones", em 1936; e, finalmente, a peça teatral "Assim que passem cinco anos", de 1937; "Poemas suelttos", e "Cantares populares", poemas publicados postumamente.
É conveniente observar ainda que Lorca desenvolveu várias atividades como poeta, músico, pintor, dramaturgo, ator ocasional e sempre animador incansável, ligado à geração poética de 27, junto a nomes como os de Dámaso Alonso, Jorge Guillén, Gerardo Diego, Rafael Alberti, Vicente Aleixandre ou Luis Cernuda, passando também pela influência de Jiménez,

A POÉTICA TEATRAL DE LORCA: A ESPANHA, OS GITANOS E A MORTE - Federico Garcia Lorca foi um dos maiores representantes do teatro poético do século XX. Seu interesse pela arte dramática é, inclusive, muito precoce, e já aos vinte e dois anos de idade, em Madri, fazia ele encenar "El malefício de la mariposa" à qual se seguiram outras. Já na edição do "Libro de Poemas" já se encontra poemas como "Santiago", escrito em 1918, à época com 20 anos, por Lorca (1989:55), onde já se encontra os diálogos cênicos.
Com a existência do grupo La Barraca, conjunto de amadores dirigido por Lorca e que levou às cidades de seu país  espetáculos culturais de grande importância, "transformando-se num explêndido veículo difusor das mais legítimas representações clássicas do teatro espanhol" (Cavalheiro, apud Lorca 1975). A sua plenitude como dramaturgo só foi alcançada com a trilogia, essencialmente trágica, formada por "Bodas de Sangue", "Yerma" e "La casa de Bernarda Alba", esta última, a sua única peça escrita inteiramente em prosa e talvez a sua obra dramática suprema. Para Lorca: "O teatro é o barômetro de um povo". Nesse sentido, observa Mota (1989) que a produção dramatúrgica lorquiana, iniciada muito cedo, apoia-se na sua alta capacidade de superar o mimetismo e re-criar personagens, cujo sentido tráfico e às vezes patético faz delas irrequietos anjos ou demônios, porém marcadas pelo profundo traço de homenidade e,, por conseguinte, mais próximas da própria vida, herança do teatro clássico grego. Nessas peças, paralelamente às expressões secas e profundas, o poeta justapõe deliciosas glosas populares, quadras espirituosas, enfim, filões do tesouro oral espanhol. O teatro lorquiano apresenta-se impregnado de poesia, numa demonstração do quanto ele soube loubvar-se nos recursos da poética diretamente ligada à essência da iberidade.
Yerma, poema trágico, aborda o sofrimento duma mulher estéril de forma a lhe conferir a maior densidade. Em plena vida do campo, em meio a costyumes a que não faltam a poesias e as notas comuns de um cotidiano em que se inserem personagens simples, desenrola-se esse pungente drama de maternidade frustrada. "Não há em Yerma desperdício de vocábulos, quadros secundários. As palavras são essenciais, caem da boca dos personagens dolorosas como cutiladas em carne viva"(Cavalheiro, apud Lorca, 1975)
Dona Rosita, a Solteira ou A Linguagem das Flores, é um poema granadino do novecentos, dividido em vários jardins com cenas de canto e dança. Dessa comédia levemente irônica, o próprio Lorca (1975) diria: "Escrevo quando sinto prazer. Não sou desses autores que seguem a teoria de um livro todos os anos. Minha última comédia eu a concebi em 1924. (...) No entanto, não escrevi até 1935. Foram os anos que bordaram as cenas e puseram versos à história da flor..."
A Casa de Bernarda Alba apresenta um Lorca que se despojara aos 36 anos de idade, de quaisquer elementos não substanciais para oferecer, com impressionante realismo, uma das sias obras-primas. Peça de forte intensidade e vigor, sentimentos e emoções. A Casa de Bernarda Alba faz sentir, com efeito, o que ainda era lícito esperar do autor, não o colhesse a morte trágica pouco depois de a Ter concluído. É o drama das mulheres nos povoados de Espanha, onde se conserva todo o realismo vibrante na pujança da linguagem lorquiana. A respeito mencionou Barata (1979:75): “(...) uma encenação da Casa de Bernarda Alba, emque Bernarda, era representada por um ator, procurando o encenador vincar o aspecto repressivo e machista do clima que se vive no universo fechado e andrógino criado por Lorca".
Bodas de Sangue é uma tragédia em 3 atos desenvolvidos em 7 quadros, onde o autor deixa claro que seu teatro é poesia, referindo-se às bodas pela dupla morte dos personagens e como a parte instintiva e vital do homem que aproxima impulsiva e incontrolavelmente, Leonardo e a noiva, fazendo-os esquecer as posições sociais e deveres assumidos, e o sangue que explode rompendo com todas as convenções derramando-se nas mortes finais, envolvendo um noivo que casara mas não desposara e uma noiva que foge com o ex-noivo após a cerimônia do casamento. O texto percorre a trajetória de uma mãe que havia perdido o marido e filhos assassinados pela navalha de inimigos e que se encontra com o seu único filho que irá se casar com uma jovem moça, que se encontrava largada de um noivado e que, por isso, abre a premonição de que seu filho também será assassinado. A noiva que se casa e foge com o ex-noivo que é assassinado. Ela procede para junto da sogra, pedindo-lhe perdão e pretendendo viverem juntas. O noivo se casa com a jovem que durante as festas das bodas foge com o ex-noivo Leonardo. Leonardo que já se encontrava casado, abandona a mulher e foge com a noiva após a cerimônia do casamento, sendo encontrado pelo noivo em renhida luta, matando-se um ao outro. Com o homicídio de ambos os litigantes, a mãe passa a odiar a noiva que provocou a morte do seu filho. No texto, a morte é uma mendiga que atravessa toda a trama, insinuando seu desejo de carregar almas inocentes. Além desses personagens, constam a mulher de Leonardo que já desconfiava da paixão recôndita do marido pela noiva, constatando com a fuga de ambos, após o casamento dela; a sogra de Leonardo, que desconfia dele e protege a filha; a criada que menciona à noiva, as aparições noturnas de Leonardo pelas cercanias; a rapariga, o pai da noiva, a lua, o lenhador e rapazes. Para Castagnino (1970:139) Lorca cultivou uma poesia de cunhagem própria e um teatro de feição inovadora com "Bodas de Sangue". O título Bodas de sangue é saturado de poesia; portanto, ambíguo, ambivalente. Pode-se pensar de início que ele se deve ao fato de as bodas terminarem em dupla morte, com o derramento de sangue, mas pode-se entender por sangue a parte institintiva e vital do homem, que aproxima impulsiva e incontrolavelmente Leonado e a nova, fazendo-os esquecer as posições sociais e deveres assunidos. É o sangue, esta força contuida, este impulso refreado, que , não mais podendo ser sufocado, explode rompendo com todas as convenções derramando-se nas mortes finais. Bodas de sangue, no sentido leteral; mas tambem bodas dos instintos que, manifestando-se tardiamente, levam à morte. As personagens, dentro de seus papéis sociais, obedecendo às normas da sociedade, impedem ou querem impedir Leonardo de dar livre curso às suas tendências e impulso. Leonardo é o indivíduo que nãoa ceita a limitação do próprio ser à mera função social: daí ser dotado de nome. Lorca, como todo bom andaluz, está aderido à sua terra, valendo-se sempre da natureza animal e vegetal. Pra Lorca, a representação dramática é a poesia que se levanta do livro e se faz humana. e, ao fazer-se humana, fala e grita, e chora e se desespera". O drama Bodas de sangue, é a reprrsentação de fortes paixões que estão enraizadas na raça espanhola, composta pelo cruzamento de vários povos de sangue quente: andaluzes, árabres, mouriscos. O amor leva à paixão desenfreada, a traição, a vingança e esta leva à morte. O clima trágico percorre o drama de ponta a ponta. A entrega da noiva ao ex-namorado é o impulso da carga biopsíquica da teoria determinista, que tolhe ao indivídio o livre-arbítrio. A falta de coragem de enfrentar tempestivamente a opnião pública, pois na sociedade espalolha, o sentimento de honra gritava mais forte do que o direitro à felicidade. O código social, pelo casamento de um e pelo noivado da outra, encontra-se irremediavelmente violado e a desonra tem que ser lavada com sangue.
Para Castagnino (1970, p. 41) o teatro para Lorca é poesia, mas poesia dramática. Seu caráter poético não consiste apenas no valor lírico dos versos ou pormas intercalados em sua obra, mas também na substância dram,átrica - recriação ou invenção de vidas aopresentadas em sua dimensão estética: "A lírica, pela voz de Federico Garçia Lorca, igualou o Tempo ao Duende; ao duende, demônio do instante. (...) Da luta entre duende e anelo de transcender, nasce o canto perdurável e se elevam os estranháveis paradoxos que a lírica plasmou em todos os tempos”. Também Ortega y Gasset (1958) assinala que “é indizível quanta fruição extrai o andaluz de seu clima, de seu céu, de suas manhãzinhas azuis, de seus crepúsculos dourados. Seus prazeres não são interiores, espirituais, bem fundados em supostos históricos (...) o andaluz tem um sentido vehetal da existência”.

A VANGUARDA ARTÍSTICA: ULTRAÍSMO E SURREALISMO

O ULTRAÍSMO - O Ultraísmo é um ramo de uma corrente inovadora geral, tentando ser ao mesmo tempo, ruptura e inovação. Alguns poetas utilizam ritmo próprio, variado, mutável, que não se sujeita a uma pauta, constantemente modificado, adaptado à estrutura do poema. Em muitas ocasiões são igualmente suprimidas as cadeias dos engates sintáticos, as fórmulas de equivalência, a imagem não se apresentando como tal, o semelhante é a realidade, a imagem identifica-se com o objeto, anulando-o, apropriando-se dele; nasce uma nova forma de metáfora (Torre, s/d; Carpeaux, 1980; Brasil, 1979). No que se refere aos meios técnicos, à grafia, o ultraísmo aceita a estrutura adotada por outras escolas, suprimindo a pontuação. Deste modo o poema prescinde das suas qualidade auditivas, sejam sonoras, musicais, retóricas, e tende a adquirir um valor visual, um relevo plástico, uma arquitetura visível, que entre pelos olhos. (Torre, s/d:82; Carpeaux, 1958).
O Ultraísmo teve um precurssor na figura de Gómez de la Sierra. A estética do movimento foi resumido por Jorge Luis Borges, que transportou o movimento para a Argentina: redução da lírica ao seu elemento primordial, a metáfora. E exclusão das inutilidades, inclusive dos nexos lógico-sintáticos. Mas o Ultraísmo tornou-se logo em movimento de importância só histórica, sem continuidade, pois os seus principais adeptos, como Borges, Gerardo Diego, Antonio Espina, o crítico Guillermo de la Torre, dentre outros, tomaram direções diferentes, sem mencionar os que desapareceram do cenário literário (Carpeaux, 1980; Torre, s/d; Brasil, 1979; Todorov, 1975).
O vanguardismo radical  encontrou pouca receptividade na Espanha, país curvado ao peso de suas tradições. Restou uma influência poderosa, a de Gôngora, que se encontra em quase todos os grandes poetas da época. Foi Gerardo Diego quando publicou a famosa "Antologia de poetas contemporáneos", em 1934, consagrando na década de 30, a obra de novos poetas contemporâneos como Pedro Salinas, Jorge Guillén, Dâmaso Alonso, Federico Garcia Lorca, Rafael Alberti, Luís Cernuda, dentre outros. Nessa geração de poesia transparente e intelectual, a obra de Federico Garcia Lorca traz elementos novos, de caráter mais dramático. Durante esses anos, provavelmente os mais interessantes deste século da perspectiva das artes e do pensamento, Lorca teve a oportunidade de conhecer de perto e de participar na vida das vanguardas artísticas com lucidez, sem esquecer a tradição cultural de sua origem. Nessa época conviveu mais estreitamente com Luis Buñuel, Salvador Dali e Manuel de Falla, desenvolvendo várias atividades como poeta, músico, pintor, dramaturgo, ator ocasional e sempre animador incansável, ligado à geração poética de 27, junto a nomes como os de Dámaso Alonso, Jorge Guillén, Gerardo Diego, Rafael Alberti, Vicente Aleixandre ou Luis Cernuda. Passando também pela influência de Jiménez, Lorca se expressa em composições tensas no "Poemas del cante jondo", mas a sua sensibilidade dramática se exprime mais plenamente no "Romancero Gitano". Seu teatro conjugará o trágico, o cômico e o poético, e também a sua atração pelo popular.

O SURREALISMO – O Surrealismo nasceu de um estado de espírito propício à erupção de movimentos de vanguarda, passando a ser um movimento literário e artístico de vanguarda, surgido entre as dias guerras mundiais. Lançado em 1924 por André Breton, teve seu apogeu entre os anos de 1925 a 1935. Seu objetivo foi fazer tábua rasa da cultura ocidental propondo novos símbolos e mitos e, tendo como esteio o combate à lógica e à razão argumentadora, reformular todas as idéias estéticas, éticas, políticas, dentre outras (Carpeaux, 1980; Brasil, 1979; Torre, s/d). Derivado da linha irracionalista do Romantismo, o Surrealismo, encontrando o desequelíbrio entre o homem e o mundo, pretendeu a liberação através do inconsciente, livre de pressões sociais. Por querer reconstituir o mundo, divergiu do niilismo radical do Dadaísmo, corrente que o antecedeu. No plano estético, deu ênfase ao processo artístico, subestimando o conceito de uma obra de arte acabada. Esse movimento se afirmou como uma filosofia particular da imanência, segundo a qual a super-realidade estaria contida na própria realidade (Carpeaux, 1958; Campos, 1977; Todorov, 1975; Gramsci, 1978).
O Surrealismo quis abolir as fronteiras entre o real e o imaginário, o comunicável e o incomunicável, que deixariam de ser percebidos contraditoriamente. Assim, as suas manifestações seriam a arte e a literatura do fantástico e o pensamento irracionalista, com o objetivo no maravilhoso cotidiano. Em muitos sentidos, esse movimento foi uma reação violenta contra a depreciação da linguagem, valorizando não só os poetas malditos, como outras formas de nonsene lingüistico e liberdade do Futurismo, liberação do Dadaísmo, jogos de linguagem, desencadeamento da revolução das palavras, o letrismo e outras experiências (Carpeaux, 1980; Campos, 1977; Brasil, 1979). Na visão de Torre (sd:126), o Surrealismo: “(...) formulou com uma crueza ímpar certos problemas do indivíduo perante o mundo e a sociedade. Ao desprezar a hierarquia do literário, o espaço real confundiu-se com o imaginário. O protesto, para se exteriorizar com a violência brutal exigida, teve de transferir-se para o plano social, para o comunismo”. Torre (s/d:149) ainda acrescenta que o surrealismo, "(...)enquanto estado de espírito, do mesmo modo que nunca chegou a ser moderno, tampouco pode ser considerado antiquado, uma vez que responde, de forma substancial, a certas constantes de inquietação  e de não conformismo humano".
Na ótica de Benjamim (1980:75), o Surrealismo era "o campo da literatura era rompido de dentro para fora, pela prática da vida literária, poor um círculo de indivíduos intimamemnte ligados até os limites extremos do que era possível fazer-se". Mais adiante, Benjamim (1980:83) observa que, com o Surrealismo uma novidade assaz avassaladora se implantava na Europa: “Desde Bakunin não existiu na Europa um conceito radical de liberdade. Os surrealistas, entretanto, o cultivam. São os primeiros a acabar com o esclerosado ideal de liberdade, liberal, moral e humanista, porque não duvidam de que a 'a liberdade, que nesta terra apenas pode ser conquistada com milhares de sacrifícios os mais pesados, tem de ser usufruída sem quaisquer limitações, em sua plenitude e sem qualquer cálculo de ordem pragmática, enquanto durar' (...) e empenha-se em conquistas as forças do êxtase para a revolução. É isto o que se pode chamar de sua tarefa precípua.
Quanto à participação de Lorca no movimento, Torre (sd:139) considera que: “A influência surrealista que se considera geralmente ter havido em relação ao "Poeta en Nueva York" de Federico García Lorca, a meu ver não é profunda, mas apenas atmosférica, circunstancial. O surrealismo andava no ar durante aqueles anos e Federico, que era um grande intuitivo, captou - em grande parte por intermédio do pintor Salvador Dali - o essencial de algumas metamorfoses, de certas dissociações violentas, projetando-as sobre o pano de fundo do espetáculo norte-americano, que tão forte impressão tinha causado no seu espírito”.
Quando publica "Poeta en Nueva Iork", livro no qual se percebem nítidas técnicas surrealistas, provenientes das imagens alucinantes para expressar o desdém de Lorca com o tipo de civilização moderna dos Estados Unidos daquela época, desumanizadora e promotora de injustiças sociais, mostra-se como um inimigo natural de qualquer regime autoritário. Além disso, numa Espanha católica, as possíveis tendências homossexuais também não eram bem vistas, dificultando cada vez mais o seu relacionamento com os aparelhos de repressão espanhol.
Mota (1989), numa análise mais acurada acerca da participação de Lorca nos movimentos de vanguarda, argumenta que: “O vanguardismo de Garcia Lorca coloca-o em uma posição vantajosa em relação aos demais seguidores dos ismos estético-literários, pelo simples fato de ele se colocar acima das camisas-de-força dos ideários de cada um daqueles movimentos. Versátil sabia aproveitar praticamente as lições de quase todas as tendências e escolas literárias para desembocar no artesanato da palavra, seu ofício maior". O que Mota (1989) queria expressar era que os resíduos barrocos, as incursões pela comarca do romantismo e do simbolismo; o ultraísmo e, sobretudo, as investidas de Lorca a Ruben Darío, comprovava que ele pois "sabia tirar proveito das lições da lírica popular e encontrar, no romance, agua pura para dessedentar-se e ar puro para respirar demoticamente". Ressaltou mais que Lorca mantinha a preferência pelas metáforas do modernismo atrevido e do próprio ultraísmo "sequioso pela volta às fontes essenciais da poesia, tendo a metáfora como seu núcleo gerador". E arremata que "na poesia lorquiana aliam-se, de maneira maravilhosa, todos os elementos da poesia e da alma espanhola. É o poeta da imagem plena de louçania e de originalidade, da sugestão, do verso musical e cheio de luzes interiores que brota com espontaneidade de seu coração", enfatizando a "sua recorrência ao doce país da infância, apesar de ter sido ela marcada por graves e consecutivas enfermidades".
Sua participação ativa na vida cultural e artística da Espanha, fez com que Lorca se envolvesse na guerra civil espanhola e, por essas razões, vítima de uma denúncia anônima, chega a ser preso e fuzilado em 1936, num barranco ermo de Viznar, pequeno povoado nos arredores de Granada, após uma revolta militar contra o governo da República, no alvorecer da Guerra Civil Espanhola, aos 38 anos de idade, quando já era mundialmente considerado um dos maiores poetas e teatrólogos espanhóis (Mota, 1989). Foi Lorca o poeta dos abismos, do temor à morte, da angústia insondável da vida. Uma grande parte da obra que legou à humanidade é um clamor a favor dos humilhados, das vítimas do poder, tais como os mouriscos de Granada, os ciganos de Andaluzia, os perseguidos políticos, os negros de New York, e da marginalização social, tais como os amantes malditos, as noivas e os casados infiéis, os maridos adúlteros e os homossexuais angustiados. Esse tragicismo sempre permeou a obra de Lorca como sinais de uma infância atormentada e de enfermidades que lhe seguiriam pro resto da vida e como um traço de sangue espanhol "caliente" e conduzido pelo trágico em si mesmo.
O fato de ter sido assassinado pelo regime de Franco, fez com que, durante longo tempo, seu trabalho fosse pouco divulgado e até mesmo censurado na Espanha. Sobre a tragédia que abateu com a sua vida, Mota (1989) depõe: “Apesar de ter sido um espírito destituído de paixão política ou de tendência partidária, Lorca foi envolvido na Guerra Civil Espanhola, que o levou à morte violenta logo após chegar à sua terra natal, Granada, vindo de Madri. Foi vilmente fuzilado pelos insurretos falangistas, ao lado de outras vítimas, todas elas dignas de morar no coração de cada homem de bem da Espanha ou de qualquer outra parte do mundo, sob a forma de reverência póstuma”. Dessa tragédia, seu corpo jamais pôde ser encontrado. Vítima da Guerra Civil, Lorca se tornou o nome mais popular da literatura moderna, exercendo sua obra grande influência nas gerações posteriores, dentro e fora da Espanha.
No Brasil, escreveram, sobre Lorca Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Vinicius de Morais e Murilo Mendes, também Gilberto Mendonça Teles ressaltando as manifestações lorquianas que só vieram ocorrer em 1947, após a queda do Estado Novo de Getúlio Vargas. Confira mais de Lorca aqui, aqui, aquiaquiaqui e aqui.

BIBLIOGRAFIA:
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CASTAGNINO, Raul. Tempo e expressão literária. São Paulo: Mestre Jou, 1970
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MOTA, Atico Vilas-Boas. Garcia Lorca entre nós ou o milagre da tradução. In Federico Garcia Lorca: Obra poética completa. Brasília/São Paulo: Universidade de Brasília/Martins Fontes, 1989
TODOROV, Tzvetan. Introdução à Literatura Fantástica. São Paulo: Perspectiva, 1975
TORRE, Guillermo. História das Literaturas de Vanguarda. Lisboa: Presença, s/d.


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