terça-feira, agosto 26, 2014

NOVALIS, AGUALUSA, MANUEL ACUÑA, BONNY BROWN & LITERÓTICA



BONNY BROWN – É cantor e violonista que participa de eventos e realizações, possui vários discos gravados e é presença marcante na noite pernambucana. Veja a entrevista que ele concedeu pra gente aqui.


A REFÉM DO AMOR - No meio da tarde, a plenitude do dia. É quando ela, heroína minha, se faz repleta de gozo, vencedora de todos os desafios da carne e da alma. Aí ela se revela em suas orações e súplicas quando então se ajoelha e contrita no meu sexo bebe do meu gozo e faz seu rosário como quem jamais se farta e terá sempre em abundancia. E haverá de sempre comer e beber em mim a sua vida e colher os lírios do campo. E à sua vida mais lhe acrescento e ela glorifica porque derramo sobre seu corpo toda a glória da vida: porque sou o mar que invade a terra e ela a ilha que se deixa inundar pela minha voraz vontade de tê-la integral e totalmente minha. Porque na nossa contenda eu sou a orca e ela o leão marinho. Porque sou o urubu-rei cravando a minha marca para sempre sobre o seu domínio. Porque sou eu a torcida do Flamengo fanatizada por seu jeito, feito o Abaporu cada vez mais forte, viril e supremo por haver sugado e me abastecido de toda sua vitalidade. Porque sou seu ídolo de adoração e ela a deusa da minha veneração. E sobre sua majestade e submissão eu ergo a taça da nossa mútua vitória. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.


DITOS & DESDITOS: Não existe senão um só templo no universo, e é o corpo do homem. Curvar-se diante do homem é um ato de reverência diante desta revelação da carne. Tocamos o céu quando colocamos nossas mãos num corpo humano. Pensamento do poeta alemão Novalis (Georg Philipp Friedrich von Hardenberg – 1772-1801).Veja mais aqui & aqui.

ALGUÉM FALOU: O corpo é o inconsciente visível. Pensamento do médico, psicanalista e cientista natural Wilhelm Reich (1897-1957). Veja mais aqui & aqui.

MILAGRÁRIO PESSOAL – [...] Retirou da pasta uma folha de papel e mostrou-me uma centena de palavras capturadas pelo seu programa. Li-as em voz alta, comovido, num arrebatamento que foi crescendo à medida que a perfeição delas se desenhava, se armava, iluminando o passado e o futuro da nossa língua. Estão ainda mais perfeitas, murmurei [...] Sim, acrescentei eu: Ou menina, Afago, Açucena, Lume, Pitanga, Langue, Morena, Quissanje, Morança, Desamparinho Iara riu: Quissanje? Pitanga? É a sua coleta africana, professor? Pitanga não tem origem africana, corrigi-a. Vem do tupi e significa avermelhado. Quissanje, sim, claro. Já açucena e afagar são de proveniência árabe. E as duas últimas? Inventou-as agora? Não, claro que não. Morança é um termo do crioulo guineense. Designa um agregado familiar. E desamparinho, em minha opinião uma das mais belas palavras do crioulo cabo-verdiano, dá nome àquela hora feliz, ao final da tarde, quando o dia cede lugar à noite, o calor esmorece e os velhos se sentam nos passeios, fruindo o fresco e as cigarras, e vendo as moças passarem sacudindo as ancas. Então não valem, contestou Iara. Essas últimas não valem. Só valem palavras portuguesas. Ora essa! foi a minha vez de protestar. São palavras portuguesas! Os crioulos de base portuguesa, como aqueles que existem em Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe ou em Casamance, no Senegal, todos eles preservam termos da nossa língua. Alguns que esquecemos. Outros que nunca utilizamos, mas que partilham o espírito do idioma. Também eles nos pertencem. [...]. Trechos extraídos da obra Milagrário pessoal (Língua Geral, 2010), do escritor angolano José Eduardo Agualusa.

NOTURNO A ROSARIO – Eu / Pois bem! Preciso / te dizer que eu te adoro / te dizer que eu te amo / sinceramente; / que eu sofro muito, / que eu choro muito, / que eu não posso mais fazer isso / para o choro que eu te imploro / Eu imploro e falo com você em nome / da minha última ilusão. II - Quero que você saiba / que muitos dias atrás / Estou doente e pálido / tanto para não dormir;/ que todos já morreram / minhas esperanças / que minhas noites negras são / tão preto e sombrio, / Não sei mais onde / o futuro estava subindo. III - À noite, quando eu coloco / meus templos no travesseiro / e para outro mundo que eu quero / meu espírito volta, / Eu ando muito, muito, / e no final do dia / caminhos da minha mãe / eles se perdem em nada / e você volta novamente / Na minha alma para aparecer. IV - Eu entendo que seus beijos / eles nunca devem ser meus, / Eu entendo isso em seus olhos / Eu nunca vou nos ver / e eu te amo e na minha loucura / e delírios ardentes / Eu abençôo seu desdém, / Eu adoro seus desvios, / e em vez de te amar menos / Eu te amo mais. V - Às vezes eu penso em te dar / meu eterno adeus, / apagar você em minhas memórias / e afundar na minha paixão / mais se tudo for em vão / e a alma não te esquece, / O que você quer que eu faça / pedaço da minha vida? / O que você quer que eu faça / com esse coração? VI - E então eu já estava / Seu santuário concluído / sua lâmpada acesa / seu véu no altar; / o sol da manhã / atrás da torre do sino, / tochas cintilantes, / fumando o incensário, / e abrir lá a distância / a porta da casa... VII - Como seria bonito / viver sob esse teto, / os dois sempre unidos / e amando a nós dois; / voce sempre apaixonado / Eu sempre satisfeito, / as duas almas, / os dois um único baú, / e em nosso meio / minha mãe como um deus! VIII - Imagine como é lindo / as horas daquela vida! / Quão doce e linda a viagem / por uma terra assim! / E eu sonhei com isso, / minha santa noiva; / e delirante nele / com uma alma trêmula, / Pensei em ser bom / para você, não mais para você. IX - Deus sabe que era / meu sonho mais lindo / minha ânsia e minha esperança, / minha felicidade e meu prazer; / Deus sabe que nada / Eu codifiquei meus esforços, / mas te amar muito / sob a casa rindo / que me envolveu em seus beijos / quando ele me viu nascer! X - Essa foi a minha esperança... / mais desde seus olhares / opõe-se ao abismo profundo / que existe entre os dois, / Adeus pela última vez, / amor dos meus amores; / a luz da minha escuridão, / a essência das minhas flores; / a lira do meu poeta, / Minha juventude, tchau! Poema poeta mexicano Manuel Acuña (1849-1873). Veja mais aquiaqui.

PROGRAMA TATARITARITATÁ – O programa Tataritaritatá que vai ao ar todas terças, a partir das 21 (horário de Brasilia), é comandado pela poeta e radialista Meimei Corrêa na Rádio Cidade, em Minas Gerais. Confira a programação desta terça aquiLogo mais, a partir das 21hs, acontecerá mais uma edição do programa Tataritaritatá, com apresentação de Meimei Corrêa e com as seguintes atrações na programação: Duofel, Milton Nascimento, Selma Reis, Egberto Gismonti, Dori Caymmi, Hamilton de Holanda Claudia Telles, Genesis, Ricardo Machado, Everaldo Borges, Kátya Chamma, Mirianês Zabot, Bonny Brown, Dery Nascimento, com as comemorações do Dia Internacional da Igualdade da Mulher e Dia Internacional da Declaração dos Direiros do Homem e do Cidadão & muito mais! Veja mais aqui

SERVIÇO:
O que? Programa Tataritaritatá
Quando? Hoje, terça, 26 de agosto, a partir das 21hs
Onde? Aqui no MCLAM - blog do Programa Domingo Romântico
Apresentação: Meimei Corrêa


Veja mais sobre:
Os encantos de Valkyria Freya, Paulo Freire, Daniel Goleman, a literatura de Pierre Michon,o teatro de Mario Viana,o cinema de Ferenc Moldoványi, a música de Vânia Abreu, a pintura de Carolyn Weltman, a arte de Alexis Texas, Merari Tavares, Saúde no Brasil, Fracasso Escolar & Professor e aluno aqui.

E mais:
A poesia de Benhjamim Péret, Dolls & Cátia Rodrigues aqui.
Paixão, a literatura de Francis Scott Fitzgerald & Djuna Barnes, o teatro de Sarah Kane, o cinema de Ken Loach, a música de Regina Carter, a pintura de Pal Fried & Carolyn Weltman & Jane Graverol, a fotografia de Wang Huaxiang, Jurema Barreto de Souza, Gestão em Saúde, A relação entre professor & aluno aqui.
A música de Kylie Minogue, a poesia de Cláudio Manuel da Costa, o teatro de Michael Frayn,o cinema de Michel Gondry, a fotografia de Jeanine Toledo, a pintura de Carl Larsson, Lucilene Machado, Kate Winslet, Hope 2050, aecamepa, Administração Hospitalar & Síndrome de Burnout, Transtornos & Distúrbios da Aprendizagem aqui.
O alvo do pódice, Cervantes, Márcia Tiburi, Giovanni Sartori, a literatura de Rick Moody, o teatro de Mário Prata & Fernando Rojas, o cinema de István Szabó, a música de Ferruccio Busoni & Gertrud Schilde, a pintura de Omar Ortiz & Emerico Imre Toth, Rachel Weisz, Ádila J. P. Cabral, A Trajetória da Mulher & O cérebro na escola aqui.
Solfejo de uma ária amanhecida & a pintura de Max Klinger aqui.
Cecília Meireles, Pablo Milanés. Pedrinho Guareschi & O mistério da Consciência, o cinema de Jean-Luc Godard, a pintura de Johan Christian Dahl, Juliette Binoche e Myriem Roussel, Costinha, O sufrágio feminino & Programa Tataritaritatá aqui.
Leibniz, Manoel Bentevi, Alceu Valença, Helena Cristina & Programa Tataritaritatá aqui.
Hermann Hesse, a poesia de Wislawa Szymborska, a literatura de Evelyn Lau, a música de Christoph Willibald Gluck & Daniella Alcarpe, a fotografia de Bárbara Angel aqui.
Franz Kafka, a pintura de Anna Chromý, a música de Leoš Janáček & Karyme Hass & Ibys Maceioh aqui.
Adolfo Casais Monteiro, Roberto Burle Marx, a música de Astor Piazzola, a poesia de Antonio Miranda, Adriana Garambone & Doro na Copa do Mundo aqui.
O cinema de Jean Cocteau & Elizabteh Lee Miller, a música de Márcia Novo & Felipe Cerquize aqui.
Frida Kahlo, Alberto Nepomuceno & Luciah Lopez aqui.
Marc Chagall, Gustav Mahler, Artur Azevedo, Lampião & Bee Scott aqui.
Fritz Perls, Procópio Ferreira, Moraes Moreira, Doro na Copa & Programa Tataritaritatá aqui.
Manuel Bandeira, Violeta Parra & Mercedes Sosa, Ana Botafogo & Blitz-krieg do Mineirão aqui.
Marcel Proust, Carl Orff, Mestre Vitalino, Jacob Abraham Camille Pissarro & Rachel Levkovits aqui.
Todo dia é dia da mulher aqui.
A croniqueta de antemão aqui.
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Palestras: Psicologia, Direito & Educação aqui.
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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Art by Ísis Nefelibata
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CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA

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HIRONDINA JOSHUA, NNEDI OKORAFOR, ELLIOT ARONSON & MARACATU

  Imagem: Acervo ArtLAM . Ao som dos álbuns Refúgio (2000), Duas Madrugadas (2005), Eyin Okan (2011), Andata e Ritorno (2014), Retalho...