sábado, fevereiro 28, 2015

LISZTOMANIA, GULLAR, MALLE, MONTAIGNE, WILDE, VIRGINIA LANE, LUHAN & MAURÍCIO DA SILVA GOMES.


O PEDANTE NOS ENSAIOS – O jurista, filósofo, escritor e humanista francês Michel Eyquem de Montaigne (1533-1592) inventou os ensaios pessoais ao conceber suas obras sob a denominação Ensaios (Abril Cultural, 1987) analisando as opiniões, instituições e costumes, bem como sobre os dogmas da sua época e observando a generalidade da humanidade como objeto de estudo. Dele destaco Pedantismo, no capítulo XXXV, do Livro I dos seus Ensaios: [...] Dionísio caçoava dos astrólogos que cuidavam de saber das desgraças de Ulisses mas ignoravam as próprias; dos músicos que afinam suas flautas mas não os seus costumes; dos oradores que estudam para discutir a justiça mas não a praticam. Se a sua alma não se aperfeiçoa, se seus juízos não se tornam mais lúcidos, melhor fora que o estudante gastasse o tempo a jogar péla, pois ao menos o corpo ele o teria mais ágil. Observai-o de volta após quinze ou dezesseis anos: nada se fará dele; o que trouxe a mais é o grego e o latim, que o fizeram mais tolo e presunçoso do que quando deixou a casa paterna. Devia voltar com o espírito cheio e voltou balofo; incharam-no e continuou vazio. Veja mais aqui.

Imagem: Erótico, do desenhista, ilustrador, quadrinista, caricaturista, animador e editor do blog RabisqueiraLuhan Dias.

Curtindo a comédia Lisztomania (1975), roteiro e direção de Ken Russel com músicas de Franz Liszt, Richard Wagner, Rick Wakeman & Roger Daltrey.



O MORTO E ALUA – Uma lenda recolha do gênese africano, recolhida duma seleção de Fernando Correia da Silva, (Maravilhas do conto africano - Cultrix, 1962), narra a relação de um morto com a lua: Um ancião vê um morto banhado pela claridade da lua. Reúne grande número de animais e diz-lhes: - Qual de vós bravos, quer encarregar-se de passar o morto ou a lua para a outra margem do rio? Apresentam-se duas tartarugas: a primeira que tem as patas compridas carrega a lua e chega sã e salva com ela à margem oposta; a outra que tem as patas curtas, carrega o morto e se afoga. Por isso a lua morte reaparece todos os dias e o homem que morre não volta nunca. Veja mais aqui.

MEU POVO, MEU POEMA – Uma das maiores personalidades vivas da poesia brasileiro é, sem dúvida, o premiado e aplaudidíssimo poeta, crítico de arte, tradutor e ensaísta maranhense Ferreira Gullar que foi um dos fundadores do Neoconcretismo e ocupante da cadeira 37 na Academia Brasileira de Letras. No seu livro Dentro da noite veloz (José Olympio, 1975), destaco Meu povo, meu poema: Meu povo e meu poema crescem juntos / como cresce no fruto / a árvore nova / No povo meu poema vai nascendo / como no canavial / nasce verde o açúcar / No povo meu poema está maduro / como o sol / na garganta do futuro / Meu povo em meu poema / se reflete / como a espiga se funde em terra fértil / Ao povo seu poema aqui devolvo / menos como quem canta / do que planta. Veja mais aqui e aqui.

A IMPORTÂNCIA DE SER PRUDENTE – A comédia A importância de ser prudente (1895 - Aguilar, 1975), é a obra prima do escritor e dramaturgo britânico de origem irlandesa, Oscar Wilde (1854-1900), apresentando uma sátira da sociedade vitoriana nos seus estertores. Foi adaptada diversas vezes para o cinema, sendo a mais recente transformada em uma comédia romântica de 2002, dirigida por Oliver Parker, com título em português de Armadilhas do Coração. Do texto destaco os seguintes fragmentos em diálogos: [...] L. BRA. É satisfatório. Entre os deveres que esperam a gente no transcurso da vida e os deres que exigem da gente depois da morre, a terra deixou de ser, em todo caso, um benefício ou um prazer. Ela nos dá posição e nos impede de mantê-la. É tudo quanto se pode dizer a respeito de terras. JOÃO. Tenho uma casa de campo com algumas terras a ela anexas, é claro, cerca de mil e quinhentos acres, creio eu. Mas minha verdadeira renda não porém disto. De fato, pelo que tenho podido comprovar, os caçadores furtivos são as únicas pessoas que tiram alguma coisa dela. [...] ALGERNON. É um trabalho terrivelmente duro não fazer nada. Mas não me importo de trabalhar duramente, contanto que não haja objetivo definido. Veja mais aqui e aqui.

BATE PAPO VESPERTINO – Desde que nos conhecemos no Grupo de Pesquisa de Neurofilosofia e Neurociência Cognitiva que todas as tardes privo da oportunidade de estreitar tanto amizade como conhecimentos com o graduando de Psicologia e pesquisador, Maurício da Silva Gomes. Todas as tarde conversamos e, intermitentemente, contamos com a presença dos amigos João do curso de Direito e de amigos do curso de Psicologia, a exemplo do Darnley Tenório que também participa do nosso grupo de pesquisa, entre outros. Ontem o Maurício me chegou com duas laudas digitadas para ler.  Continha o título Um olhar sobre o homem. Li, gostei e destaco um trecho aqui: Outrora pensava outro sábio. — Viver é uma obra de arte, eu sou uma obra de arte, nós somos obras de arte! E não se equivoque, pois esta arte não possui criador além da potência, da sua vontade de potência, da nossa vontade de potência. E quando dizeis: encontrei a dor, porém, viver na dor é mais vantajoso do que viver no nada. Assim eu te pego niilista, pois mundo é perfeito! Mas saiba que ele pode te maltratar. E o que o homem deve fazer? O homem, como tal e qual, deve se superar. Não mais querer o não querer, querer apenas se superar. Veja o texto completo aqui e mais aqui.

PERDAS E DANOS – Um inesquecível filme, principalmente pela sempre maravilhosíssima atuação da atriz francesa Juliette Binoche, é o drama britânico-francês Perdas & Danos (Damage, 1992), dirigido pelo cineasta Louis Malle (1932-1995), com roteiro de David Hare e baseado no romance de Josephine Hart.  A dupla Binoche e Jeremy Irons vive um envolvimento entre nora e sogro, bem ao gosto do diretor de sempre trazer temas polêmicos e críticos dos valores burgueses, expressando as angustias sociais humanas com temática como suicídio, liberação feminina, pedofilia, incesto, entre outros. Veja mais aqui.
 

HOMENAGEM ESPECIAL
VIRGINIA LANE
Como todo dia é dia da mulher, hoje é dia de homenagear a atriz, cantora e vedete brasileira Virginia Lane (1920-2014). Veja mais aqui.


Veja mais sobre:
A vida é uma canção de amor & Milo Manara aqui.

E mais:
Marquês de Sade, Karen Horney, Chico Buarque, Maria Clara Machado, Günter Grass, Larry Vincent Garrison, Angela Winkler, Luiz Edmundo Alves, Monica & Monique Justino aqui.
A saga do Padre Bidião aqui.
Proezas do Biritoaldo: Quando a língua dá no dente do alcaguete, sai de riba que lá vem o enterro voltando aqui.
Pode até ser, mas se não for, nunca será, Lina Cavalieri, Chris Maher & Eloir Amaro Júnior aqui.
A desmedida correria para perder o bom da vida, Heitor Villa Lobos, Francis Bacon & Fúlvio Pennnacchi aqui.
O maravilhoso mistério da vida, Ana Torroja, Rebecca West, Alan Bridges, Marie-Louise Garnavault & Julie Christie aqui.
Quem quer diferente tem que fazer diferente, Cândido Portinari, Xiomara Fortuna, Marcus Garvey & Emmanuel Villanis aqui.
O prazer de amar e de ser amado, Joyce, Bigas Luna, Aitana Sánchez-Gijón & Luciah Lopez aqui.
Todo dia um novo ano, Egberto Gismonti, John Poppleton, Sy Miller & Jill Jackson aqui.
Betinho, Augusto de Campos, SpokFrevo Orquestra, Alan Parker, Graça Carpes, Rinaldo Lima, Bader Burihan Sawaya & Tempo de Morrer aqui.
Galileu Galilei & Bertolt Brecht, Nise da Silveira, Egberto Gismonti, Michelangelo Antonioni, Irena Sendler, Glória Pires, Anna Paquin & Charles André van Loo aqui.
Imre Madách & A tragédia humana, Pierre Rode, Robert Joseph Flaherty, Franz West, Vera Ellen, Anne Chevalie & Sarah Clarke aqui.
Adolfo Bécquer, Paulo Moura, Pedro Onofre, Antônio Miranda & Gárgula – Revista de Literatura, Marcos Rey & Marta Moyano, Mihaly von Zick, Associação de Blogs Literários do Nordeste (ABLNE), Virna Teixeira & Programa Tataritaritatá aqui.
Marlos Nobre, André Breton, Nikos Kazantzákis, Toni Morrison, Milos Forman & Natalie Portman, Adolf Ulrik Wertmüller & Tanussi Cardoso aqui.
Nicolau Copérnico, Carson McCullers, Alberto Dines & Observatório da Imprensa, Rogério Tutti, Capinam, István Szabó, Krystyna Janda & Max Klinger aqui.
Lasciva da Ginofagia aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
História da mulher: da antiguidade ao século XXI aqui.
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sexta-feira, fevereiro 27, 2015

LI TAI PO, RICOEUR, SAURA, MILLÔR, MÕNICA SALMASO, URGEL &RALPH GIBSON.


LAMENTO DO GUARDIÃO DA FRONTEIRA – O poeta predestinado ou imortal chinês Li Tai Po (701-762) possui uma obra composta de mais de mil poemas reunidos em vinte e quatro livros e divididos em doze cadernos, nos quais manifesta sua imaginação extravagante ao comunicar sua personalidade e espírito livre que exorta a vida faustosa, suas interações com a natureza, o amor pelo vinho, a amizade e o olhar aguçado sobre a vida, tendo sido condenado à morte por mais de uma vez, suicidando-se embriago ao se atirar no rio Yang-tsé Kiang. Dele destaco o poema Lamento do Guardião da Fronteira, inserido no ABC da Literatura, de Ezra Pound, traduzido por Augusto de Campos: Pelo Portão do Norte sopra o vento carregado de areia, / solitário desde a origem do tempo até agora! / Árvores caem, no outro a relva amarelece. / Galgo torres e torres / para vigiar a terra bárbara: / desolado castelo, o céu, o amplo deserto. / Nenhum muro de pé sobre esta aldeia. / Ossos alvos com milhares de geadas, / altas pilhas, cobertas de arvores e grama; / quem fez com que isto acontecesse? / Quem trouxe a cólera imperial flamante? / Quem trouxe o exército com tambores e timbales? / Bárbaros reis. / De uma primavera suave a um outono de sangue e sangue, / trezentos e sessenta mil, / e tristeza, tristeza como chuva. / Tristeza para ir, tristeza no regresso. / Desolados, desolados campos, / e nenhuma criança de campanha sobre eles, / não mais os homens para a ofensa e a defesa. / Ah! Como sabereis de toda esta tristeza no Portão do Norte, / com o nome de Rihaku esquecido / e nós, guardiões, pasto de tigres? Veja mais aqui e aqui.

  Imagem: Infanta nude (2011), do premiadíssimo fotógrafo estadunidense Ralph Gibson.

Curtindo o dvd Alma Lírica Brasileira ao vivo (2011), da cantora Mônica Salmaso.

INTERPRETAÇÃO E IDEOLOGIAS – A obra Interpretação e ideologias (F. Alves, 1990), do filósofo francês Paul Ricoeur (1913-2005) aborda temas como a tarefa da hermenêutica numa trajetória que vai da epistemologia à ontologia, a função hermenêutica do distanciamento, a efetuação da linguagem como discurso, o discurso como obra, a relação entre a fala e a escrita, o mundo do texto, compreender-se diante da obra, a ciência e a ideologias, os critérios do fenômeno ideologia, as ciências sociais e ideologia, a dialética da ciência e da ideologia, a alternativa de uma hermenêutica crítica, os neoconflitos das sociedades industriais avançadas, ausência de projeto coletivo, o mito do simples e esgotamento da democracia representativa, a ideologia da conciliação e do conflito a todo preço, a nova estratégia do conflito, entre outros assuntos. Na obra destaco o seguinte trecho: A marginalização constitui, sem dúvida, o maior perigo, que correm atualmente os grupos de contestação. Essa marginalização é a contrapartida do reforço de todos os poderes estabelecidos, num sentido cada vez mais repressivo e policialesco. A polarização —que se pretende nos impor a todo preço — está em vias de produzir no mundo todo seus frutos amargos: o ciclo contestação repressão está esboçado, mas funciona cada vez mais em proveito do poder e em detrimento das liberdades públicas. Quanto à ação, ou antes, à pseudo-ação, já se encontra contaminada pela busca do espetacular, pela teatralização. Ê interessante notar como a ação, ao tornar-se ineficaz, tende a converter-se em espetáculo. Certamente' compreendo a intenção: quando a palavra ordinária perdeu sua eficácia, pode parecer hábil aplicar uma terapêutica de choque nas massas cloroformadas. Mas o efeito é tão desastroso sobre aqueles que aplicam o remédio quanto sobre os que o recebem. É o que chamo de a teatralização. Por teatralização, entendo a substituição da política real por uma espécie de política-ficção, incapaz de separar a fantasia do real, e reduzida a uma encenação. Bem que eu gostaria que a "guerilla-theater", tal como a vi funcionar nas universidades americanas, fosse um meio novo e eficaz para abrir as massas à política, mas parece que ela indica apenas que a própria ação se tornou teatral. Sem dúvida, a ação simbólica tem sua força, como a tinham os gestos simbólicos dos antigos profetas de Israel. Mas o que há de mais perigoso que uma ação reduzida a uma fantasia e sub-repticiamente subtraída às condições reais da ação eficaz? A ação possui suas leis, sua racionalidade própria. Um dos sinais da contracultura consiste em negar essas leis e essa racionalidade. Mas há um preço a pagar: a impotência de influir sobre a sociedade. O mais grave de tudo é o progresso da não-comunicação na sociedade. A patologia do conflito em nossa sociedade chega ao cúmulo quando o adversário nem mesmo é reconhecido. Já se falou da sociedade em migalhas, em todos os planos: profissional, cultural, religioso. O aspecto mais grave da sociedade em migalhas consiste na ruptura do vínculo social no nível do casamento, dos estilos de vida, e no surgimento de uma sociedade paralela ou, como dizem os americanos, da altemative society. Mas que alternativa, senão a dissidência que deixa tudo no mesmo lugar, que inquieta e ameaça, mas sem lançar as sementes de mudança? Veja mais aqui.

FLÁVIA, CABEÇA, TRONCO E MEMBROS – O texto teatral – ou como assinala o próprio autor: tragédia ou comédia em dois atos -, Flávia, cabeça, tronco e membros (L&PM, 1977), do saudoso escritor, dramaturgo, tradutor, desenhista, humorista e jornalista Milton Viola Fernandes, ou simplesmente Millôr Fernandes, é um dos primeiros projetos de uma mulher liberada em 1963, que usa seu fascínio e liberdade ao absurdo das caricaturas ao abordar sobre poder, força e a permanente capacidade de mistificação inerente ao ser humano. Destaco a cena do segundo ato, em que o Juiz Paulo Moral pega um papel na mesa e fala: Mao Tsé me mandou um telegrama, aplaudindo minha sentença. Esse me compreende, sabe o que estou dizendo. Que nosso irmão querido é uma ameaça no espaço. Constante. Nos roça mais de que devia. Nos aperta mais do que podia. É isso. Já nos aperta. Já somos gente demais. Assim, se não temo coragem de fazer uma eliminação sumária é preciso ao menos estimular os que têm e eliminam. (Bem coloquial). Inda ontem mesmo estava eu as seis horas da tarde na Avenida Copacabana e o fantasma da superpopulação esbarrou no meu braço. Quase me estrangulou. E além de tanta gente chafurdando nas ruas, milhões no aconchego de alcovas, camas de randevus e até leitos burgueses preparando mais gente. Mais gente e mais, mais gente, muito mais, muito mais gente. Até minha velha senhora espera um neto! Alguém pode evitar que se procrie? (Quase gritando). Eu absolvo todos! São todos livres para o novo exemplo. Vocês sabem, vocês sentem, se já não sentiam, se já não sabiam: o homem abdicou da alma. O avião da asa. Vem aí o omelete sem ovo! (Assina, rápido, um papel com uma grande pena de ave, colorida. Em tom geral). Ide, missa est. [...] (Em tom terrível) Posso. Pelas chagas de um Cristo fracassado, posso. Posso pelos princípios da força e da fraqueza. Posso por uma visão essencial da Queda. Pela felicidade que poucos merecem e menos compreendem também posso. Posso pois voltei ao Sinai e trouxe tabuas de matéria plástica. Novas revelações, novas palavras, novos vícios, erros novos. Quem será condenado se de repente explodir um astronauta e podre e em fragmentos ficar em torno de nos girando o seu fedor por toda Eternidade? Quem será condenado? Belle époque, lei seca, padrão-ouro, melindrosas, não morrestes em vão! O fogo é fresco, a água seca; o infinito uma limitação. Pela última dor do ser humano, posso. Posso por Hiroshima, amor de mis amores. Posso. Eu, Paulo Belmonte Joaquim Moral, juiz, posso. Pelo direito infernal, pela Santa Moral, por algo que me dói aqui no peito, pelos dez mandamentos idiotas, pela jura de Hipócrates hipócrita, por todos os códigos mais feitos, pelo feroz direito da impotência, posso, Meritíssimo, posso. Posso até fazer nascer um dia novo! (Sem transição, apenas mudando de tom). E além disso estou armado. (Puxa violentamente uma Lugger da toga. Arma-a com ruído violento. Avança lenta e firmemente para a frente. O promotor vai recuando rapidamente, some. Moral continua avançando, com o olhar firme no público. Quando atinge a linha do proscênio o pano cai). Fim. Veja mais aqui e aqui.


LARA, DUPLA IDENTIDADE – Neste sábado, dia 28 de fevereiro, acontecerá o lançamento de mais um romance da série "Lara - Dupla Identidade", do poeta e escritor tricordiano Ronaldo Urgel Nogueira. Serviço: Dia 28/02, das 17 às 21 horas, na Savel no Santa Tereza, em Três Corações, sul de Minas (Info: Meimei Corrêa). Veja mais aqui.


SALOMÉ DE AÍDA GOMEZ –O encantador filme Salomé (2002), do cineasta e roteirista espanhol Carlos Saura, começa como se fosse um documentário sobre os bastidores de preparação para o espetáculo Salomé, com o diretor passando as instruções para os bailarinos. Na cena os iluminadores e cenografistas estão trabalhando simultaneamente. Entre os ensaios, os bailarinos apresentam a encenação da peça. Eis que surge a magistral bailarina e coreógrafa Aída Gomez e encanta toda cena. Imperdível. Veja mais aqui.



Veja mais sobre:
Cybele, Molière, Marguerite Duras, Contos de Panchatantra, Freud & Ida Bauer, Maurice de Vlaminck & Muddy Waters aqui.

E mais:
Segura o jipe, A prima de Vera Indignada & Pedro Cabral aqui.
Fecamepa: enquanto os caras bufam por aumento no governo, aqui embaixo a gente só paga mico, né aqui.
O recomeço a cada dia, Ibn el-Arabi & Indries Shah, Petrina Sharp & Faisal Iskandar aqui.
Dignidade humana, educação & meio ambiente, Esther Hamburger, Nina Kozoriz & Niura Bellavinha aqui.
Ninquem vem pra vida de graça, Marcel Proust, Josephine Wall & Annibale Carraci aqui.
As pedras se encontram nos mundos distantes, Rafael Piccolotto de Lima, Sing & Luciah Lopez aqui.
Tudo passa pra quem não sabe o desprezado, Maurice Merleau-Ponty, Shane Turner & Martina Shapiro aqui.
Crônica de amor para ela, José Condé, Ruth Kligman, Pablo Milanés & Joaquín Sabina aqui.
O sonho de infância &os dissabores da vida, Diná de Oliveira, Eurípedes, Ferenc Gaál & Mohammed Al-Amar aqui.
O amor no salto das sete quedas, Taiguara,História da Mulher & Luciah Lopez aqui.
O sonho do sequestro malogrado, Juca Chaves, Étienne-Jules Marey, Leonid Afremov & História do Cinema aqui.
Festa no céu do amor, Tom Jobim, Nauro Machado, Elizabeth Zusev & Steve K aqui.
Mario Quintana, Wang Tu, Tácita, Vera Drake, Eduardo Souto Neto, Mike Leight, Ansel Adams & Carlito Lima aqui.
Wystan Hugh Auden, Stanislaw Ponte Preta, Anaïs Nin & Maria de Medeiros, Francisco Manuel da Silva, Alberti Leon Battista & Luli Coutinho aqui.
Arthur Schopenhauer, José Cândido de Carvalho, Johann Nikolaus Forkel, Luís Buñuel, Victor Brecherer, Iremar Marinho & Bestiário Alagoano aqui.
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quinta-feira, fevereiro 26, 2015

ZIZEK, VICTOR HUGO, DAUMIER, PASOLINI, AGILDO, ALTAY, CAPSI & MARIA CREUZA!


PRIMEIRO COMO TRAGÉDIA, DEPOIS COMO FARSA – Por uma indicação dos amigos Luiz Dorvilé e Fábio, tive acesso à obra Primeiro como tragédia, depois como farsa (Boitempo, 2011), do filósofo, teórico crítico e cientista social esloveno Slavoj Zizek, ele aborda sobre ideologia, socialismo capitalista, a hipótese comunista, a estrutura da propaganda inimiga, a crise como terapia de choque, fetichismos, entre outros assuntos. Na parte do livro denominada Humano, demasiado humano, encontrei: [...] A era contemporânea volta e meia se proclama pós-ideológica, mas essa negação da ideologia só representa a prova suprema de que, mais do que nunca, estamos imbuídos na ideologia. A ideologia é sempre um campo de luta - entre outras, de luta pela apropriação de tradições passadas. Um dos indicadores mais claros de nossa triste situação é a apropriação liberal de Martin Luther King, em si uma operação ideológica exemplar. Recentemente, Henry Louis Taylor observou: "Todos, até as criancinhas, conhecem Martin Luther King e podem dizer que seu grande momento foi aquele discurso do 'Eu tenho um sonho'. Ninguém consegue ir além dessa frase. Tudo que sabemos é que esse camarada teve um sonho. Não sabemos que sonho foi. King fez um longo caminho desde que foi saudado pelas multidões em Washington, em março de 1963, quando foi apresentado como o "líder moral de nosso país". Por insistir em questões que iam além da simples segregação, perdeu muito apoio público e foi visto cada vez mais como um pária. Como explicou Harvard Sitlcoff, "ele assumiu a questão da pobreza e do militarismo porque as considerava vitais 'para tornar a igualdade algo real, não apenas uma irmandade racial, mas igualdade de fato"'. Nos termos de Badiou, King seguiu o "axioma da igualdade", muito além da questão isolada' da segregação racial: estava em campanha contra a pobreza e a guerra na época em que morreu. Falou contra a Guerra do Vietnã e, quando foi morto, em Memprus, em abril de 1968, estava lá para apoiar a greve dos trabalhadores da limpeza pública. Como disse Melissa Harris-Lacewell, "seguir King significava seguir a estrada impopular, não a popular". Além disso, tudo que hoje identificamos com liberdade e democracia liberal (sindicatos, voto universal, educação gratuita universal, liberdade de imprensa etc.)foi conquistado com a luta difícil e prolongada das classes inferiores nos séculos XIX e XX; em outras palavras, foi tudo, menos consequência "natural" das relações capitalistas. Recordemos a lista de exigências que conclui o Manifesto Comunista: com exceção da abolição da propriedade privada dos meios de produção, a maioria é amplamente aceita hoje nas democracias "burguesas", mas somente como resultado de lutas populares. Vale destacar outro fato com frequência ignorado: hoje, a igualdade entre brancos e negros é comemorada como parte do sonho americano e tratada como axioma ético-político evidente por si só; mas nas décadas de 1920 e 1930 os comunistas norte-americanos eram a única força política a defender a igualdade racial completa. Os que defendem a existência de um vínculo natural entre capitalismo e democracia distorcem os fatos, assim como a Igreja Católica distorce os fatos quando se apresenta como defensora "natural" da democracia e dos direitos humanos contra à ameaça de totalitarismo – como se a Igreja não tivesse aceitado a democracia apenas no fim do século XIX como uma concessão desesperada, e mesmo assim rangendo os dentes, deixando claro que preferia a monarquia e que era com relutância que cedia aos novos tempos. Por conta de sua total difusão, a ideologia surge como seu oposto, como não ideologia, como âmago de nossa identidade humana para além de qualquer rótulo ideológico. [...]. Veja mais aqui.

Imagem: Sketch La République, do pintor e escultor francês Honoré Daumier (1808-1879).

Curtindo o dvd da ópera popular Alabê de Jerusalém (2006), do cantor e compositor Altay Veloso.

HÁ UM OUVIDO NO IGNOTO – No capítulo VII da obra Os trabalhadores do mar, do escritor francês Victor Hugo (1802-1885), Há um ouvido no ignoto, encontrei o seguinte relato: Correram algumas horas. O sol levanta-se deslumbrante. O seu primeiro raio iluminou na plataforma da grande Douvre uma forma imóvel. Era Gilliatt. Continuava estendido em cima do rochedo. Já não estremecia aquela nudez gelada e endurecida. Estavam lívidas as pálpebras fechadas. Era difícil dizer que não era um cadáver. O sol parecia contemplá-lo. Se aquele homem nu não estava morto, devia estar tão perto disso que bastaria o menor vento frio para acaba-lo. Começou a soprar o vento, tépido e vivificante; era o hálito vernal de maio. Entretanto, o sol subia no profundo céu azul; o seu raio menos horizontal ia-se purpureando. A luz fez-se calor. Cingiu Gulliatt. Gilliatt não se mexia. Se respirava, era uma respiração quase extinta que mal poderia embaciar um espelho, o sol continuava a sua ascensão cada vez menos obliqua sobre Gilliatt. O vento, que era tépido ao princípio, tornou-se cálido. Aquele corpo rígido nu continuava sem movimento; entretanto a pele parecia menos lívida. O sol, acercando-se do zênite, caia a primo sobre a plataforma do Douvre. Vertia do alto do céu uma prodigalidade de luz; juntava=se a ela a vasta reverberação do mar tranquilo, o rochedo começava a ficar tépido e aquecia o homem. O perito de Gilliattt levantou-se com um suspiro. Vivia. O sol continuava as suas carícias, quase ardentes. O vento, que já era o vento do meio-dia, e o vento de verão, aproximava-se de Gilliatt como uma boca, soprando molemente. Gilliatt fez um movimento. Era inexprimível a tranquilidade do mar, tinha um murmúrio de ama ao pé do filho. As vagas pareciam embalar o escolho. As aves marinhas que conheciam Gilliatt voavam inquietas por sobre ele. Já não era o medo selvagem do princípio. Era um quê de terno e fraternal. Soltavam pequenos guinchos. Pareciam chama-lo; uma gaivota que o amava, sem dúvida, teve a familiaridade de descer para junto dele. Começou a falar-lhe. Ele não parecia ouvi-la. Ela saltou-lhe sobre o ombro e começou a brincar docemente com o bico nos seus lábios. Gilliatt abriu os olhos. Os pássaros, alegres e ariscos, voaram. Gilliantt levantou-se e espreguiçou-se como o leão acordando, correu a bordo da plataforma e olhou para o intervalo do Douvre. A pança estava intata. O batoque resistira. Provavelmente o mar maltratara-o pouco. Tudo estava salvo. Gilliatt já não estava cansado. Refizeram-se-lhe as forças. O desmaio foi um sono. Esvaziou a pança, pôs a avaria fora da flutuação, vestiu-se, bebeu, comeu, tornou-se alegre. O buraco, examinado de dia, demandava mais trabalho do que Gilliatt pensou. Era uma grande avaria. Gilliatt gastou o dia inteiro em repará-lo. No dia seguinte, de madrugada, depois de desfazer a tapagem e abrir a saída do estreito, vestido com os andrajos que tinham vencido a avaria, tendo consigo o cinto de Clubin e os 75 000 francos, em pé na pança consertada, ao lado da máquina salva, com um vento de feição e mar admirável. Gilliatt saiu do escolho Douvres. Aproou sobre Guernesey. No momento em que se afastava do escolho, alguém que lá estivesse tê-lo-ia ouvido entoar a meia voz a canção Bonny Dundee. Veja mais aqui.

CAPSI – Realizou-se nesta última quarta-feira, 22 de fevereiro, mais uma assembleia do Centro Acadêmico Martin Baró, do curso de Psicologia do Cesmac, ocasião em que foram debatidos diversos assuntos, entre eles o do desenvolvimento do Movimento dos Estudantes de Psicologia de Alagoas, congregando alunos da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Cesmac e Unit, com evento previsto para realização no próximo dia 10 de março, na Ufal. Também foram abordados assuntos sobre a realização de palestras, ficando marcada a primeira delas para o dia 05 de março, como Me. Luiz Geraldo Rodrigues de Gusmão abordará sobre o tema da Psicologia Organizacional e a hegemonia dos testes psicológicos. Também foram debatidos os assuntos sobre o CineClube e a criação de Grupos de Pesquisa articulados com professores e as disciplinas do curso. Veja mais aqui.

DIA DO COMEDIANTE:- Tive a oportunidade na vida de assistir a um espetáculo ao vivo, de ouvir um disco e de ver também na televisão (este último não demonstrando o seu grandioso talento como ao vivo e no disco), apresentações do ator e humorista brasileiro Agildo da Gama Barata Ribeiro Filho, mais conhecido como Agildo Barata que hoje se encontra no auge dos seus 83 anos de idade. Confesso para vocês que foi uma experiência inenarrável e de extremo prazer, não conseguindo nem mesmo me controlar diante das piadas e sacadas no palco, me levando mesmo a extremos momentos de descontrole com as interpretações e imitações do Agildo de Nelson Rodrigues, de Dercy Gonçalves, de Clodovil e de tantos personagens que ganharam homenagem na expressão desse grande artista. E como hoje é o Dia do Comediante, nada mais justo que homenagear aqui um dos maiores atores e humoristas do Brasil. Veja mais aqui


TEOREMA – O destaque cinematográfico de hoje é o aclamado drama da escola do Cinema Italiano, Teorema (1968), do cineasta e escritor italiano Pier Paulo Pasolini, com música maravilhosa de Ennio Morricone e destaque pro trabalho da atriz Silvana Mangano. Trata-se de um filme que retrata as instituições italianas contando a história de um personagem e sua influência em uma família burguesa. O filme critica a futilidade, o comodismo e a alienação da burguesia. Veja mais aqui e aqui.


HOMENAGEM ESPECIAL
Como todo dia é dia da mulher, a homenagem de hoje vai pra cantora Maria Creuza que ficou mais conhecida como a mulher de dois homens, por suas participações em shows como de Toquinho & Vinicius e, também, da dupla Antonio Carlos & Jocafi.


Veja mais sobre:
De heróis, mitos & o escambau, Alphonse Eugène Felix Lecadre & Aldemir Martins aqui.

E mais:
Literatura Infantil, Tiquê, Leviatã & Thomas Hobbes, Constantin Stanislavski, Hermann Hesse, Lee Ritenour, Krzysztof Kieslowski, Jean-Honoré Fragonard, Juliette Binoche, Bette Davis & Alexey Tarasovich Markov aqui.
Simone Weil, Simone de Beauvoir, Emma Goldman, Clara Lemlich, Alexandra Kollontai, Clara Zetkin & Tereza Costa Rego aqui.
Pablo Picasso, Fernanda Seno, Karl Jaspers, Händel, Tom Wesselmann, Eva Green, Demi Moore & Soninha Porto aqui.
Cecília Meireles, Jean-Luc Godard, Psicologia & Consciência & Pedrinho Guareschi, Pablo Milanés, Bertha Lutz & Sufrágio Feminino, Juliette Binoche e Myriem Roussel, Johan Christian Dahl, Costinha & Programa Tataritaritatá aqui.
Murilo Mendes, Renoir, George Harrison, António Damásio, Benedetto Croce, Bigas Luna, Mathilda May & Joyce Cavalccante aqui.
Caríssimos ouvintes, a voz ao coração, Bernhard Hoetger, Aleksandr Rodchenko & Fremont Solstice Parade aqui.
Carpe diem, mutatis mutandis!, Endecha, Nikolai Roerich, Antonella Fabiani & Leon Zernitsky aqui.
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Errâncias de quem ama, promessas da paixão, Richard Strauss & Leonie Rysanek, A lenda Bororo de origem das estrelas, Sonia Ebling de Kermoal & Dorothy Lafriner Bucket aqui.
A ponte entre quem ama e a plenitude do amor, Murilo Rubião, Anneke van Giersbergen, Wäinö Aaltonen, Eduardo Kobra, Ramón Casas, Manuel Colombo & Fátima Jambo aqui.
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quarta-feira, fevereiro 25, 2015

RENOIR, DAMÁSIO, HARRISON, CROCE, MURILO MENDES, MATHILDA MAY, BIGAS LUNA & JOYCE CAVALCCANTE!!!!!


O MISTÉRIO DA CONSCIÊNCIA – No livro O mistério da consciência (Companhia das Letras, 2000), do médico neurologista e neurocientista português, António Damásio,aborda acerca da consciência humana, apresentando a sua revolucionária teoria do enigma da consciência, como sendo o maior desafio da filosofia e das ciências da vida ao descrever como a consciência abriu caminho para o surgimento de realizações humanas como a arte, a ciência, a tecnologia, a religião, a organização social, por meio de uma pesquisa sobre o cérebro e da complexidade de todo ser humano, sua adaptação ao ambiente, sua sobrevivência e os conflitos consigo mesmo que se realiza com um sistema complexo que articula imaginação, criatividade e planejamento que fazem surgir a consciência. Nessa obra ele se expressa assim: [...] se a criatividade for dirigida com sucesso, mesmo modestamente, permitiremos à consciência, mais uma vez, cumprir seu papel de regulador homeostático da existência. Conhecer contribuirá para ser. Tenho até alguma esperança de que compreender a biologia da natureza humana contribuirá com seu quinhão nas escolhas a serem feitas. Seja como for, melhorar as condições da existência é precisamente a finalidade da civilização, a principal consequência da consciência; e, por no mínimo 3 mil anos, com recompensas maiores ou menores, melhorar é o que a civilização vem buscando. A boa notícia, portanto, é que já começamos.Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.

Imagem: Nu barbotant, do pintor impressionista francês Pierre-Auguste Renoir (1841-1919). Veja mais aqui.

Ouvindo George Harrison Live in Japan (1992), do músico, compositor e ex-integrante dos Beatles, George Harrison (1943-2001)

A ESTÉTICA DA PERSONALIDADE EMPÍRICA E POÉTICA - A concepção estética do filósofo, historiador e escritor italiano Benedetto Croce (1866-1952), parte do exame da obra de arte como sentimento que se reelabora na pureza da forme. Ele se baseia na necessidade de distinguir o que chama de personalidade empírica – biografia, características pessoas do autor -, estabelecendo a diferença entre esta e a personalidade poética. Assim como a primeira se acha unida, integrada no corpo e na natureza, o objeto da crítica literária seria fundamentalmente o de unificar a segunda, já que abriga a poesia e a não-poesia, a intuição lírica e seus acessórios ideológicos, históricos e filosóficos. Por outro lado, de acordo com sua concepção da história, Croce considera a crítica literária como único método capaz de destacar, na obra de arte, a expressão individual colocada acima de seu período histórico e dos movimentos ou influencias de orientação estética e literária em se originou. Outro elemento importante para a crítica de Croce vem a ser sua identificação do espirito com o universo: a obra poética traz em si o universo em totalidade, exprimindo a harmonia de seus contrastes. Veja mais aqui.


PRIMA JULIETA – No livro A idade do serrote (Sabiá, 1968), o poeta e prosador do Surrealismo brasileiro, Murilo Mendes (1901-1975), encontrei o delicioso conto Prima Julieta, no qual ele faz a seguinte narrativa: Prima Julieta, jovem viúva, aparecia de vez em quando na casa de meus pais ou na de minhas tias. O marido, que deixara uma fortuna substancial, pertencia ao ramo rico da família Monteiro de Barros. Nós éramos do ramo pobre. Prima Julieta possuía uma casa no Rio e outra em Juiz de Fora. Morava em companhia de uma filha adotiva. E já fora três vezes à Europa. Prima Julieta irradiava um fascínio singular. Era a feminilidade em pessoa. Quando a conheci, sendo ainda garoto e já sensibilíssimo ao charme feminino, teria ela uns trinta ou trinta e dois anos de idade. Apenas pelo seu andar percebia-se que era uma deusa, diz Virgilio de outra mulher. Prima Julieta caminhava em ritmo lento, agitando a cabeça para trás, remando os belos braços brancos. A cabeleira loura incluía reflexos metálicos. Ancas poderosas. Os olhos de um verde azulado borboleteavam. A voz rouca e ácida, em dois planos; voz de pessoa da alta sociedade. Uma vez descobri admirado sua nuca, que naquele tempo chamavam de cangote, nome expressivo: pressupõe jugo e domínio. No caso somos nós, homens, a sofrer a canga. Descobri por intuição a beleza do cangote e do pescoço feminino, não querendo com isto dizer que subestimava outras regiões do universo. Veja mais aqui.


O CÃO CHUPANDO MANGA – Por ocasião do lançamento do seu livro O cão chupando manga, a escritora Joyce Cavalccante concedeu uma entrevista exclusiva pro meu Guia de Poesia. Antes, porém, confira um fragmento desse ótimo livro: Ninguém deixa de chegar ao pra onde se está indo. Guardando essa crença no coração Zezito desceu do ônibus para esticar as canelas que, ou curtas ou não, há dezoito anos o levavam aonde cismava de ir O motorista suado trocava um pneu murcho em silêncio e os passageiros esticavam o pescoço pra fora das janelas, tentando ver que arrumação era aquela. O sol já estava indo embora, o que significava que chegariam no escuro e ele ainda teria de arranjar um lugar pra dormir. Dava até vontade de perguntar a alguém, pedir um palpite sobre um canto pra passar a noite, porém não ia fazer aquilo não. Falar, quanto menos melhor. Sorriu. Em boca fechada não entra mosca, era como dizia sempre o Compadre. Ele sim, sabia das coisas. Sorriu outra vez se lembrando do Compadre, e voltou para seu lugar. Esperou pensando, pensando, fazendo seus planos. O motorista entrou e deu a partida enquanto ele continuou matutando, decidindo o que fazer de si naquela sua primeira noite da vida em São Paulo. A medida em que a claridade das luzes ia aumentando, ia aumentando também seu entusiasmo. Curioso, olhava tentando enxergar o que podia. Era muita gente. Era muito frio. Era muito tudo. - Ô cidade pai d'égua - pensou. O colorido do teto de acrílico da estação rodoviária era de fascinar. Se viu quase tonto, achando tudo de uma boniteza só. Se dependesse dele ficaria ali olhando pra cima a noite inteira, ou então, olhando o vai e vem daquele povaréu. A cidade era grande. Todo mundo tinha avisado. Mas não imaginava que fosse tão grande desse jeito. Agarrou sua sacola e foi andando a pé, a procura de um paradeiro. Preferia pernoitar por ali perto mesmo. Entrou em vários hotéis perguntando o preço, mas cada qual que fosse mais caro do que o outro. Povo ladrão, concluiu. Andou, andou, andou e voltou para a rodoviária outra vez. Atraído, decidiu dormir ali mesmo sentado num dos bancos. Mas quando escolheu um banco viu um guarda passando. Amedrontou-se. Os homens da lei não eram seu forte. Não que estivesse devendo alguma coisa, mas é que eles sempre acham um motivo pra fazer um sujeito pobre como ele se entender com a dona Justa. Saiu andando outra vez e descobriu um alojamento esquisito. Era mais um hotel aquilo ali bem ao lado da rodoviária, o qual não tinha notado antes porque nem placa tinha. Indagou o preço e achou satisfatório, pois era bem mais barato do que os outros. Não fez muitas perguntas pagando adiantado, cumprindo uma exigência da casa. Seguiu o moço da portaria. O tal moço, usando uma calça brilhando de sebo e fedendo a suor azedo, acendeu a lanterna que carregava pendurada no pescoço, abriu uma porta larga e fez sinal para que ele não fizesse barulho. Ao olhar para dentro do quarto, Zezito recuou perguntando: - Que marmota é essa? O moço fez um sinal exagerado para que ele ficasse em silêncio e deu de sussurrar em seu ouvido com voz de bem-me-quer: - Aqui é o hotel da corda, nunca ouviu falar? - Inda não - respondeu Zezito, espantado com o que via. - O negócio aqui, meu bem, é sentar, segurar na corda e se entregar. Ao sono, claro - explicou o empregado cheio de requebros. Mesmo estando escuro, Zezito olhou para seu interlocutor com modo atravessado, achando: - Esse daí é baitola. Morto de cansado, entrou e sentou no lugar indicado pelo facho de luz da lanterna. Ficou tentando entender onde estava. Quando se acostumou à escuridão, percebeu que estava num quarto enorme que mais se parecia um galpão. Ao longo das quatro paredes tinha um banco feito como se fosse uma prateleira, onde sentadas, dormiam e roncavam criaturas agarradas a uma corda para manter o equilíbrio. Era o famoso Hotel da Corda, a respeito do qual muita gente nunca ouviu falar [...]. Veja a entrevista aqui e mais aqui e aqui.


A TETA E A LUA – Um dos mais impressionantes filmes que já assisti, La teta e la luna (A teta e a lua, 1994), do cineasta e roteirista espanhol Bigas Luna(1946-2013), com música de Nicola Piovani, roteiro do próprio Bigas e Cuca Canals, sem dúvida é um dos que mais aprecio rever. Principalmente pela inesquecível atuação da atriz francesa Mathilda May em cenas inesquecíveis, meritória de ser homenageada na campanha Todo dia é dia da mulher. Veja mais aqui.



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