A CIÊNCIA, A INQUISIÇÃO, O TEATRO - O matemático, astrônomo
e físico italiano Galileu Galilei
(1564-1642) tornou-se personalidade fundamental na revolução científica da
modernidade, ao elaborar a lei da queda livre dos corpos, fundamental para todo
o desenvolvimento posterior da mecânica racional. Publica em 1612 o seu Discurso sobre as coisas que estão sobre
a água, no qual ridiculariza a teoria aristotélica dos quatro elementos,
seguindo-se, em 1613, da História e
demonstração sobre as manchas solares, apoiando a teoria do astrônomo e
matemático polonês Nicolau Copérnico (1473-1543), mostrando o erro da
concepção, segundo a qual, o Sol, como os demais astros, seria um corpo
composto de um único elemento, o éter. Por essas obras, foi denunciado pelo
dominicano Lorini como herege ao Santo Oficio. O seu julgamento pela Inquisição
foi transformado no espetáculo teatral do dramaturgo alemão Bertolt Brecht: Vida de Galileu, em 1839/39 (Civilização
Brasileira, 1978). A peça possui quinze quadros, o primeiro o professor de
matemática em Pádua, quer demonstrar o novo sistema copernicano do universo; no
segundo, Galileu entrega uma nova invenção à República de Veneza; no terceiro,
10 de janeiro de 1610, servindo-se do telescópio, Galileu descobre fenômenos
celestes que confirmam o sistema copernicano, quando é advertido por seu amigo
das possíveis consequências de sua pesquisa e ele afirma a sua fé na razão
humana. Na quarto quadro, Galileu troca Veneza pela corte florentina, cujos
sábios não dão credito às suas descobertas feitas pelo telescópio; no quinto,
nem a peste intimida-o a prosseguir em suas pesquisas; no sexto, é 1616,
Colégio Romano, instituo de pesquisa do Vaticano, confirmando as suas
descobertas; no sétimo, a Inquisição põe a doutrina de Copérnico no Índex, em 5
de março de 1616; no oitavo, uma conversa; no nono, após oito anos de silêncio,
encorajado pela ascensão de um novo papa, que é cientista, Galileu retoma suas
pesquisas no campo proibido das manchas solares; no décimo, no decênio
seguinte, o ensinamento de Galileu se difunde entre o povo e em toda parte
panfletistas e jograis empunham as novas ideias, e na terça0-feira de carnaval
de 1632, em muitas cidades da Itália, o desfile alegóricos das corporações
retrata a astronomia; no décimo primeiro, a Inquisição convoca Galileu; no
décimo segundo, o papa; no décimo terceiro, Galileu diante da Inquisição, em 22
de junho de 1633, renegando a sua doutrina do movimento da terra; no décimo
quarto, Galileu vive numa casa de campo, prisioneiro da Inquisição até a sua
morte; e no décimo quinto quadro, o livro Os
Discorsi atravessa a fronteira italiana: “Distinto público, a ciência neste final deixa às carreiras o solo
nacional. E nós que dela precisamos mais, eu, tu, ele, nós ficamos para trás.
Meu vizinho, a ciência agora está contigo, cuida dela, cuida bem, mas como
amigo. Que senão ela sobe, cresce, estoura e desce, nos come a todos e depois
esquece. E depois esquece”. Em 1975, a peça de Brecht foi transformada em
filme homônimo, sob a direção de Joseph Losey. Veja mais aqui.
Imagem: Madame de Pompadour como Venus, pintura a óleo pequena, do pintor francês Charles André van Loo (1701-1765)
Ouvindo Frevo no álbum Nó Caipira (EMI-Odeon, 1978) do músico multi-instrumentista Egberto Gismonti.
A SENHORA DAS IMAGENS – A médica psiquiatra e psicoterapeuta
alagoana, Nise da Silveira
(1905-1999), foi aluna de Carl Gustav Jung e desenvolveu um trabalho de reconhecimento
internacional no tratamento revolucionário das doenças mentais no Brasil.
Autora de diversos livros, ela fundou o Museu de Imagens do Inconsciente, em
1952 e, posteriormente, A Casa da Palmeiras, em 1956, para o desenvolvimento
das atividades psiquiátricas e psicoterapêuticas. Entre os anos 1983/86, o
cineasta Leon Hirszman (1937-1987), realizou uma trilogia denominada Imagens do Inconsciente, baseado em um
roteiro de Nise. Em 2014, com direção de Roberto Berliner e estrelado por
Glória Pires, foi lançado o filme Nise da
Silveira – A senhora das imagens. Veja mais aqui e aqui.
UM ANJO DO GUETO DE VARSÓVIA – A enfermeira polaca, ativista católica dos
direitos humanos e salvadora de milhares de vida no gueto de Varsóvia durante a
invasão alemã nazista da Polônia, na II Guerra Mundial, em 1942, Irena Sendler (1910-2008), que adotava
o nome código de Jolanta, contribui para salvar mais de duas mil e quinhentas
vidas por conseguir que famílias cristãs escondessem judeus em suas
residências. Tornando-se conhecida como O
anjo do gueto de Varsóvia por usar uma braçadeira com a estrela de David em
sinal de solidariedade: “A razão pela qual
resgatei as crianças tem origem no meu lar, na minha infância. Fui educada na
crença de que uma pessoa necessitada deve ser ajudada com o coração, sem
importar a sua religião ou nacionalidade”. Em 1943 ela foi presa e brutalmente torturada pela Gestapo, pela qual
teve os ossos dos pés e das pernas quebrados, mesmo assim, negou-se a trair os
colaboradores das crianças ocultas. Foi condenada à morte e ao ser levada para
o interrogatório final, um soldado alemão ordenou-lhe que corresse, fugindo
dali. Seu nome estava entre os polacos executados e ela salvou-se pela
intervenção de amigos que subornaram os alemães, continuando a trabalhar com
identidade falsa. Durante uma revolta de Varsóvia, colocou duas listas com
nomes em dois frascos de vidro que foram enterrados num jardim, acaso ela
morresse. Quando findou a guerra, ela desenterrou-os para entregar ao primeiro
presidente do comitê de salvação dos judeus sobreviventes, Adolfo Berman. Em
1965, ela recebeu a outorga de Justa entre as Nações pela organização Yad
Vashem, de Jerusalém, tornando-se cidadã honorária de Israel. Depois, em 2003,
recebeu a Ordem da Águia Branca, do presente da República Aleksander
Kwásniewski. Em 2009, foi lançado o filme The Courageous Heart of Irena Sendler (O coração corajoso de Irena
Sendler), baseado em sua vida, de Anna Miezkowska, roteiro de Larry Spagnola e
direção de John Keth Harrison, estrelado
por Anna Paquin. Veja mais aqui.
BLOW UP – O inesquecível filme ítalo-britânico Blow-Up (Depois daquele beijo, 1966), do
cineasta italiano Michelangelo Antonioni (1912-2007), baseado no conto Las barbas del diablo (1959), do
escritor argentino Júlio Cortázar (1914-1984) e na vida do famoso fotógrafo
britânico da Swinging London, David
Bailey, com roteiro do diretor e de Edward Bond e Tonino Guerra, fotografia de
Carlo Di Palma e música de Herbie Hancock, conta a história do envolvimento
acidental com um crime de morte, com lindas mulheres no elenco, a exemplo de
Vanessa Redgrave, Sarah Miles e Jane Birkin, além da supermodelo Verushka
interpretando a si própria. O filme arrebatou o Grand Prix do Festival de
Cannes. Veja mais aqui.
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