quarta-feira, abril 25, 2018

LYGIA CLARK, BOFF, ROSSETTI, PETER BERGER, BALINT, ROBERTO MINCZUK & NILZE CARVALHO, SAÚDE & INCLUSÃO.

SAÚDE: QUEM É QUEM NO BRASIL - Gentamiga, vamos aprumar a conversa! Do mesmo modo como promovem a tragédia da educação brasileira, também a saúde é envolvida por um sistema perverso que a faz ineficiente. Já falei aqui a respeito, mas quero botar de novo o dedo na ferida. A coisa é muito simples, só botar a cachola para funcionar: o Ministro da Saúde é escolhido por um conluio entre políticos e um pool formado por segmentos interesseiros, como os dos planos de saúde, os da cadeia produtiva da rede hospitalar privada e os dos que querem levar vantagem em tudo, urubus sobre a nossa carniça. Com a escolha do nome para o Ministério, também vão junto aqueles que vão compor a gestão do SUS, da ANS e de todo sistema de saúde pública. Trocando em miúdos: raposas soltas no galinheiro. A desgraceira vai se amontoando com quem vai para as secretarias de saúde dos Estados e Municípios brasileiros: ou médicos, ou políticos ligados à rede hospitalar privada. E esses ocupantes vão inviabilizar todo sistema público para que todos nós recorramos à rede privada de saúde. Certo? Por outro lado, a bem da verdade, é preciso saber que o SUS é copiado e implantado em todo mundo justamente porque dá certo, só que no Brasil, não. E por que não? Isso é Brasil, onde as coisas são problematizadas, embananadas, complicadas e, acima de tudo, não muito bem ou quase nunca entendidas ou esclarecidas pelo tanto de confusão que se fomenta nos gabinetes palacianos com leis, normas, regras, portarias e procedimentos. Ou seja, tem que deixar a coisa pra lá de contraproducente para que ninguém dê conta do pandemônio. Pra aumentar mais ainda o desacerto, há o fato de que o sistema securitário brasileiro sempre foi superavitário, quando os seus componentes dão prejuízo, ou seja, são deficitários. Dá pra entender? Pois é, pra quem não sabe, o Sistema de Seguridade Social é justamente formado por Saúde, Previdência e Assistência Social. E isso com meio mundo de gente provando por a+b que todo sistema é superavitário, porque todo ano ocorre a transferência dos 20% referentes à Desvinculação das Receitas da União (DRU) – vide aqui. Mas, como é que pode? No Brasil pode tudo! Todas as gestões quando não apenas incompetentes, são ocupadas justamente por quem não quer que nada dê certo no Brasil. Percebeu? Acredito que sim, tanto é que agora dá pra sacar de verdade os escândalos que a Polícia Federal acha um bocado de malas e colchões, tudo entupido com milhões e zilhões de dinheiro em espécie por aí na casa de algumas autoridades ou prosélitos do sistema governamental brasileiro. Entendeu ou quer que eu desenhe? Não há outra constatação: a educação e a saúde são a tragédia porque estamos no Reino da Espórtula do Brasilsilsilsilsil. Agora é que a coisa pega, vamos ou não aprumar a conversa, gente? © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.

RÁDIO TATARITARITATÁ:
Hoje na Rádio Tataritaritatá especial com o maestro Roberto Minczuk: Kabbalah de Marlos Nobre, Bachianas nº 2 – Trenzinho Caipira de Villa-Lobos & Sinfonia nº 3 – Heróica – de Beethoven; da cantora, compositora e bandolinista Nilze Carvalho: Choro canção, Brasileirinho & Ao vivo; & muito mais nos mais de 2 milhões de acessos ao blog & nos 35 Anos de Arte Cidadã. Para conferir é só ligar o som e curtir.

PENSAMENTO DO DIA – [...] o fim da prática médica geral e da psicoterapia é libertar as pessoas, na medida do possível, dos sofrimentos inúteis da existência humana [...]. Trecho extraído da obra Place de la psichotérapie em medicine (Payot, 1970), do psicanalista e bioquímico húngaro Mihály Balint (1896-1970).

SISTEMA SIMBÓLICO – [...] a matriz de todos os significados socialmente objetivados e subjetivamente reais. A sociedade histórica inteira e toda a biografia do indivíduo são vistas como acontecimentos que se passam dentro deste universo. [...] O universo simbólico é evidentemente construído por meio de objetivações sociais. No entanto, sua capacidade de atribuição de significações excede de muito o domínio da vida social, de modo que o indivíduo pode “localizar-se” nele, mesmo em suas mais solitárias experiências. [...]. Trecho extraído da obra A construção social da realidade (Vozes, 1973), do sociólogo e teólogo austro-americano Peter Berger (1929-2017).

O CUIDADO DOS GRANDES PELOS PEQUENOS – [...] Quando o mundo foi criado, a noite não existia. Havia só o dia e a luz penetrava em todos os espaços. Só num ligar, nas águas profundas, a luz não chegava. Os Maué, por mais que quisessem, não podiam dormir nunca. Viviam cansados e com os olhos irritados pelo excesso de luz. Certo dia, um deles encheu-se coragem e foi falar com Boiúna, a Cobra Grande, também chamada de sucuriju. [...] A Cobra Grande ouviu as lamentações do índio Maué e, vendo a sua pele amorenada pelo sol escaldante e seus olhos avermelhados pelo excesso de luminosidade, teve pena dele. [...] E disse: - Eu sou grande e forte. Sei me defender. Não preciso de ninguém. Mas muitos dos meus parentes são pequenos e indefesos. [...] Assim vocês, Maué, quandocaminharem por ai, cuidarão bem onde vão meter os pés, para não pisarem nos bichinhos pequenos. Eles terão como se defender. Em troca, lhe darei um coco cheio de noite. O Maué aceitou prazerosamente a proposta. [...] No momento da troca, a sucuriju recomendou: - Não abra o coco fora da maloca, só lá dentro. Não abra de jeito nenhum. [...] E foi então que sobreveio a desgraça. Ao abrir o coco fora da maloca, as trevas cobriram o mundo. Não se via mais nada. o sol sumiu no firmamento. A floresta ficou uma mancha escura e as montanhas ao longe viraram uma sombra nebulosa. E uma angustia imprevista e terrível invadiu o ânimo dos Maué. Houve uma correria geral. No foge-foge precipitado, ninguém pensou nos bichinhos pequenos que já haviam recebido o veneno da Cobra Grande, a sucuri. Os primeiros a receber foram as cobras pequenas e os escorpiões. Esses se defenderam das pisadas dos índios, mordendo-lhes e picando-lhes os pés e as pernas. Aconteceu uma grande calamidade. Os poucos que sobreviveram às mordidas e picadas venenosas, sabem agora como se comportar. Também aprenderam a desconfiar das aranhas, às quais a Cobra Grande também deu veneno em excesso. E a partir de então, todos os índios começaram a tomar cuidado com os bichinhos pequenos, procurando não pisar neles para não serem perigosamente picados ou mordidos e, assim, até os dias de hoje eles convivem juntos, pacificamnente e no maior respeito mútuo. Trechos extraídos da obra O casamento entre o céu e a terra: contos dos povos indígenas do Brasil (Salamandra, 2001), escritor, teólogo e professor universitário Leonardo Boff. Veja mais aqui.

BALADA DAS DAMAS MORTAS DE FRANÇOIS VILLON - Dizei-me, onde se escondeu / Flora, a romana sedutora? / Onde está Hiparquia e onde está Tais, / todas essas mulheres maravilhosas? / Onde se encontra o Eco, invisível aos homens, / que só se ouve no rio e na lagoa, - / aquela, cuja beleza era mais que humana? / mas onde estão as nevez de antanho? / Onde está Heloisa, a monja sábia? / Por amor de quem Abelardo, creio / trocou as vestes civis pelas sacerdotais? / (Foi o amor que lhe encheu de tristeza e pesar) / e, suplico-vos, onde está a Rainha / ansiosa de que Buridan descesse o Sena / atada à boca de um saco? / Mas, onde estão as neves de antanho? /A nívea Rainha Blance, como a rainha dos lírios, / com a sua voz de sereia, - / Bertha Broadfoot, Beatriz, Alice, / e Emengarda, a dama do Maine, - / e aquela, suave Joana que, em Rouen, / os ingleses condenaram e queimaram viva, - / Mãe de Deus, onde estarão elas, então? / Mas, onde estão nas neves de antanho? / Não, não indagueis, esta semana, bom senhor, / nem mesmo este ano, para onde elas foram, / evitai assim uma palavra demais, - / mas, onde estão as neves de antanho? Poema do poeta, ilustrador e pintor inglês Dante Gabriel Rossetti (1828-1882).

A ARTE DE LYGIA CLARK
Todo dia é dia da arte da pintora e escultora Lygia Clark (1920-1988). Veja mais aqui e aqui.


INCLUSÃO NA BIBLIOTECA – com a palestra Importância da relação entre escola e família na inclusão escolar do aluno com TEA, com a professora Sil Neves e o diretor da biblioteca, João Paulo Araújo, & muito mais na Agenda aqui.
&
Álbum de fotografias, o pensamento de Albert Einstein, a arte de Ruth Rachou, Sampa de Caetano Veloso, Carlos Alberto Riccelli & Bruna Lombardi aqui.
 

HIRONDINA JOSHUA, NNEDI OKORAFOR, ELLIOT ARONSON & MARACATU

  Imagem: Acervo ArtLAM . Ao som dos álbuns Refúgio (2000), Duas Madrugadas (2005), Eyin Okan (2011), Andata e Ritorno (2014), Retalho...