segunda-feira, abril 15, 2024

ALICIA PULEO, CRISTINA GÁLVEZ MARTOS, TATYANA TOLSTAYA & BARRO DE DONA NICE

 

 Imagem: Acervo ArtLAM.

Ao som dos álbuns Britten Piano Concerto (1990), MacGregor on Broadway (1991), Outside in Pianist (1998), Damba Moon (2001), Neural Circuits (2002), Quiet Music Sound Circus (2004) e Messiaen: Vingt Regards/Quatuor pour la fin du temps/Harawi (2010), da pianista, maestro e compositora britânica Joanna MacGregor. Veja mais aqui.

 

RENASCER DA MEMÓRIA, REENCONTRO NO ACERVO DE EMOÇÕES... - Nasci entre um rio e um sorriso de mulher. A vida era branda então e o Sol nascia por trás do morro para me ensinar a não ter medo da escuridão. Estradas se fizeram com todas léguas além do quintal e eu crescia no mundo pelos aromas do lugar ideal para se viver e fruir como se fosse invisível. Entrava dia com noite no meio de outro. Paula Fox ao ouvido: Ser humano é estar em uma história... A vida é se acostumar com o que você não está acostumado... O que tivera de ser e não fui, saí do traçado. Nunca tive tempo pra hesitações nem penitências. Sempre prestei muita atenção às coisas – as que são parte de nós e somos, apesar de não ouvir os que falavam, se é que diziam alguma coisa: olhos proutro lado, desde os de tantos de não sei quando, lonjura a perder de vista: era como se estisse diante dos perós dagora com seus perdigotos & malefícios. Advertia Louise Brooks: Não me desculpo com a habitual fuga de “não tentar”. Eu tentei de todo o coração... E só me senti verdadeiramente vivo e pela primeira vez quando agitou o maracá do cacique Sotero Kanindé contando da onça da Terra da Gia. E pisamos a areia macia Kapinawá do vale do Catimbau, caboco do mato pela furna do Furengo e com gente de Mina Grande, Massaranduba, Baixa da Palmeira, Malhador. O coro era um só: Eu sou caboclinho / eu só visto pena / eu só vivo na terra / para beber jurema!.. E dançamos com a Índia do Ozi. Sou Kadu na Retomada de Escada, sou Anaíra da Mulher Marcolina Macambira da poesia de José do Egito. Sou multicor Fino Barro e Jahbes de Rio Formoso, José Ayres da Vitória de Antão, seu Zito de Galileia. Sou Fervedouro que resiste em Jaqueira com a CPT-Mata Sul, o Memorial Cigano, o sarau do Nós por Nós – e Alexandre da Escola Livre sacou Nietzsche da bisaca: A arte existe para que a realidade não nos destrua... Toré! Toré nas poses pros cliques de Zzui, como se fosse uma festa pictórica do Bajado no cordão Fulni-ô, Kambiwá, Xucuru, Truká, Atikum, Pipipã, Pankararu, Tuxá. Arreia & Toré! Lá pras tantas todos se foram e mais da metade de mim foi embora: a minhalma indiafro, negríndia. E a gente precisava saber mais quem somos e onde estamos, o que temos e o que fazemos, como se dissesse Julia Kristeva: O amor é o tempo e o espaço onde “eu” me dou o direito de ser extraordinário. O que podia ser do que já fora soçobrava e mais me exauria, a memória trouxe de volta malunguinho: como eu queria que não acabasse amanhã nem depois nem nunca mais, já era noite pro adeus, fui embora com três folhas ao vento e uma canção no peito. Até mais ver.

 

UM PAÍS

Imagem: Acervo ArtLAM.

Um país é sempre uma ilha que você carrega: o contorno dos seus limites que são seus. Cegueira para o que você não entende; silêncio pelo que não entendem sobre você. \ É uma pelagem azul ou laranja que recebe os escassos raios de sol; a atmosfera – um lugar é sempre a singularidade da sua luz. \ Um lugar é cada uma de nossas mães. Nossa pedra de demolição dia e noite: deixe a mãe. \ É um aglomerado de passado vivo, preso como a longa cauda de um animal pré-histórico, é um presente muito maior do que podemos perceber. \ É uma guerra invisível e silenciosa que acontece enquanto você olha pela janela do transporte público; \ É uma guerra interior. \ É esquecer a fórmula para fazer qualquer coisa. \ Um país é uma esquina mil vezes pisada, cuja forma você também inscreveu, com manchas de fuligem e óleo. É também um tipo de pássaro, uma verdura. \ Tudo isso acontece quando você fecha os olhos. \ É não prestar atenção em que idades. \ Cada perda é um país, cada ser é uma nação inteira, cada ente querido é um lugar onde você cresceu, um território infinito em seus símbolos. \ Um país é um lugar que nunca mais é o mesmo; novos rostos e gestos. Pessoas que nascem, pessoas que morrem. Um círculo que se fecha com você lá fora.

Poema da escritora venezuelana Cristina Gálvez Martos, autora de obras como Psicopompa (Monte Ávila, 2015), Bicorne (Casa das Letras Andrés Bello, 2016), Fauna de Cal (Casa dos Escritores do Uruguai, 2020), Animal mais escuro (Fundarte, 2022) e Irmã amarga (LP5, 2024).

 

O LINCE - […] Você, livro! Você é o único que não enganará, não atacará, não insultará, não abandonará! Você fica quieto - mas ri, grita e canta: você é obediente - mas surpreende, provoca e seduz; você é pequeno, mas contém inúmeras pessoas. Nada além de um punhado de letras, só isso, mas se você quiser, você pode virar cabeças, confundir, girar, nublar, fazer lágrimas brotarem nos olhos, tirar o fôlego, toda a alma se agitará ao vento como um tela, subirá em ondas e baterá suas asas! [...] um livro é um amigo delicado, um pássaro branco, um ser primoroso, com medo de água. Coisas queridas! Com medo da água, do fogo, Eles tremem ao vento. Dedos humanos desajeitados e grosseiros deixam hematomas que nunca desaparecerão! Nunca! Algumas pessoas tocam nos livros sem lavar as mãos! Alguns sublinham coisas com tinta! Alguns até arrancam páginas! [...] É para isso que servem os poemas, então você não entende nada. [...] O mundo pode perecer, mas o moedor de carne é indestrutível. [...] Você lê, move os lábios, descobre as palavras, e é como se você estivesse em dois lugares ao mesmo tempo: você está sentado ou deitado com as pernas dobradas, a mão tateando na tigela, mas você pode ver diferente mundos, mundos distantes que talvez nunca tenham existido, mas que ainda parecem reais. Você corre, navega ou corre de trenó - você está fugindo de alguém, ou você mesmo decidiu atacar - seu coração bate forte, a vida voa e é maravilhoso: você pode viver tantas vidas diferentes quantas houver. livros para ler. [...] Eu só queria livros - nada mais - só livros, só palavras, nunca foram nada além de palavras - dê-me, não tenho nenhum! Olha, eu não tenho nenhum! Veja, estou nu, descalço, estou diante de você – nada nos bolsos da calça, nada debaixo da camisa ou debaixo do braço! Eles não estão presos na minha barba! Por dentro — vejam — também não há nada lá dentro — tudo foi virado do avesso, não há nada lá! Apenas coragem! Estou com fome! Estou atormentado!... O que você quer dizer com não há nada? Então como você pode falar e chorar, com quais palavras você tem medo, quais você pronuncia durante o sono? Os gritos noturnos não vagam dentro de você, um murmúrio estrondoso do crepúsculo, um grito fresco da manhã? Aí estão as palavras – você não as reconhece? Eles estão se contorcendo dentro de você, tentando sair! Ali estão eles! Sao seus! Da madeira, da pedra, das raízes, crescendo em força, um mugido surdo e um gemido nas entranhas estão tentando sair; um pedaço de língua se enrola, as narinas rasgadas incham de tormento. É assim que os enfeitiçados, espancados e retorcidos fungam com um lamento sarnento, os olhos brancos e fervidos trancados em armários, a veia arrancada, a espinha dorsal roída; isso mesmo, é assim que seu pushkin se contorce, ou mushkin - o que há em meu nome para você? - pushkin-mushkin, jogado no morro como um ídolo negro peludo, para sempre achatado pelas cercas, até as orelhas em di, o pushkin toco, sem pernas, seis dedos, mordendo a língua, nariz no peito - e a cabeça não pode ser levantada! - Pushkin, arrancando a camisa envenenada, cordas, correntes, cafetã, laço, aquele peso de madeira: deixe-me sair , deixe-me sair! O que está em meu nome para você? Por que o vento gira na ravina? Quantas estradas um homem deve percorrer? O que você quer, velho? Por que você me incomoda? Meu Senhor, qual é o problema? Tédio, ah, Nin! Pegue as tintas e chore! Abra bem a masmorra! Estou aqui! Eu sou inocente! Estou com você! Estou com você! [...]. Trechos extraídos da obra The Slynx (Houghton Mifflin, 2002), da escritora russa Tatyana Tolstaya.

 

ECOFEMINISMO - Os problemas das mulheres são de várias ordens: de acesso aos recursos, que em cifras globais mundiais se dá de forma absolutamente inferior aos homens, de reconhecimento, por que a cultura ainda tem um traço masculino muito profundo, de violência de gênero, porque o número de mulheres vítimas de violência e assassinadas é enorme em todo o mundo, ainda que seja pior em países com problemas econômicos, de representação política. Todos estes problemas estão ligados uns aos outros por laços e por causas bidirecionais. Em uma palavra, se retroalimentam. Quanto maior dificuldade de alcançar um salário digno, mais as mulheres terão que suportar a violência de gênero e menos poderão ter tempo de corrigir e transformar a cultura. Por sua vez, se a cultura seguir repetindo os mesmos tópicos patriarcais, mais dificuldade teremos para fazer com que diminua a violência de gênero, para aumentar nosso reconhecimento social, para alcançar postos de decisão política e conseguir trabalho com salários dignos. A situação das mulheres, que são a metade da humanidade, é uma questão de justiça social que se justifica por si só. Se a isso acrescentarmos que a inclusão da voz das mulheres pode melhorar a sociedade em seu conjunto, teremos uma razão a mais para apoiar velhos e novos pontos de nossa agenda... Pensamento da filósofa argentina radicada na Espanha, Alicia Puleo, que em sua obra Ecofeminismo para outro mundo possível (Cátedra, 2011) expressa: [...] A minha posição está enraizada na tradição esclarecida de análise de doutrinas e práticas opressivas. Reivindica a igualdade e a autonomia das mulheres, com especial atenção ao reconhecimento dos direitos sexuais e reprodutivos que, em algumas formas de ecofeminismo, podem ser corroídos em nome da santidade da vida. Aceita os benefícios do conhecimento científico e tecnológico com prudência e atitude vigilante. Promove a universalização dos valores da ética do cuidado, evitando fazer das mulheres as salvadoras do planeta. Propõe a aprendizagem intercultural sem prejudicar os direitos humanos das mulheres e afirma a unidade e a continuidade da Natureza a partir do conhecimento evolutivo, do sentimento de compaixão e da vontade de justiça para com os animais não humanos, que o Outro ignorou e calou, mas capaz de ansiar, amoroso e sofredor. [...]. Ela também é autora de outras obras: Como ler a Schopenhauer (Júcar, 1991), Dialética da sexualidade. Gênero e sexo na Filosofia Contemporânea (Cátedra, 1992), A ilustração esquecida: La polémica de los sexos en el siglo XVIII (Antropos, 1993), entre outras.

 

DO PÓ AO BARRO...

O que é essencialmente humano não tem data, permanece...

Epígrafe do poeta e compositor Fernando Brant (1946-2015), extraída do catálogo Do pó ao Barro (2012), com a arte da artesã Dona Nice – Eunice Clotilde do Nascimento Oliveira, curadoria de Beto Normal e fotografia de Rachel Ellis. Veja mais aqui e aqui.

 

UM OFERECIMENTO: SANTOS MELO LICITAÇÕES

Veja detalhes aqui.

&

Tem mais:

Curso de Gestão & Produção Cultural aqui.

Livros Infantis Brincarte do Nitolino aqui.

Curso: Arte supera timidez aqui.

Poemagens & outras versagens aqui.

Diário TTTTT aqui.

Cantarau Tataritaritatá aqui.

Teatro Infantil: O lobisomem Zonzo aqui.

Faça seu TCC sem traumas – consultas e curso aqui.

VALUNA – Vale do Rio Una aqui.

&

Crônica de amor por ela aqui.

 


segunda-feira, abril 08, 2024

ALICE FLAHERTY, ELMA MURRUGARRA, CHANTAL AKERMAN & ARREIA!...


 Imagem: Acervo ArtLAM.

Costumo chamar meu piano de minha casa, minha primeira morada. Porque depois de comer, dormir e fazer as coisas do dia-a-dia, o que faço há mais tempo na minha vida é tocar piano... Mas ser brasileira e viver no Brasil é estar imersa nesta complexa cultura de muitas misturas e singularidades culturais muito ricas. As músicas, os sons, a corporeidade brasileiros nos habitam...

Ao som de Homenagem a Kilkerry (2005), Tríplice andar (2013), Vivaldiana (2017) e Hinos de Pendências (2022), da compositora e professora Denise Garcia, autora da obra inédita C.A.C.O.S. (Celebração da Arte e Cultura Ocidental Sinfônica). Veja mais aqui.

 

TRAJETÓRIA DO LUGAR, ARREIA!... - Duma margem à outra do Una: tudo podia acontecer. E se do lado de cá os Ambulantes de Deus atravessavam a cidade nos burburinhos de lestoeste ou vice-versa, do lado de lá não só havia Paul: ventos austrais das quenturas equatoriais traziam o pipoco da guerra e peido de véia pelos dias de Sol ou chuva - não era nada daquilo que queriam, mas só o que lhes restavam. Mais que entre parênteses: numa banda o alvoroço de curumins, cunhatãs, curibocas, quilombolas, Ganga Zumba de Amaro, Zumbis de Macaco, andorinhas, calungas, ticoqueiras, todos como se fossem os condenados de Fanon espiando a almadia caeté dum lado pro outro. Na outra se via o povo descendo só pra ver a previsão das enchentes, no meio de açucarocratas e cheleléus, cangalhas e zambetas, tão enfáticos quanto ruidosos e nenhum decoro pra destruição do passado e sucessão de golpes dos bedeguebas de mal-assombro, gente famélica metida a grã-fina que vinha da procissão de homúnculos com seu andor medievo, estupidificados como os que precisam do olhar alheio para se orientar, vida tão mais sem poesia, gente que saía aos montes dos esgotos. Entre os que vinham e iam, topei: Joab, mô fio, pronde cê vai? Tomar uma, a hora está avexada. Logo atrás quase nem vi: Como é que foi, Iolita? A meninada cresceu... E a gente de velho mais menino: será a Besta Fubana? Não, não era. Era o duo de Iara & Ísis Campos no apogeu do espetáculo: Arreia! E a gente renascia caboclinhos do Rabeca, no sopro de Veludo do pife, quantos carnavais da infância e isso era mais que vida. Arreia! E ataviaram jactando-se com itapabas que vinham de Capoeiras, e se enfeitaram de festa com as igapebas das Alagoas, e proveram remelexos com os piperis de Bonito, e folgaram com os candandus de Catende e catamarãs de Pirangi, e arregaçaram arrearre! E adernaram pelas águas pretas até a foz da coroa grande: Arareia! Arreia! Ah-rá! E quando a hestória começou, big bang! O carão das horas, já era tarde, parecia. Havia bem não sei quantos anos, sem o que dizer no porém, para saber de Morgan Llywelyn: Se quiser ter paz, paz genuína, você deve aceitar todos os aspectos da sua personalidade e aprender a se sentir confortável com eles... Entretido com a frivolidade do festeiro, nem dei conta do que dissipava diante do Lobo do Mar de London, com meus naufrágios teratológicos na ilha de outras terras: haveria de passar a noite e o dia depois, e nenhuma lisonja naqueles olhos perturbadores de nunca mais, mas nunca mais mesmo. Arreia! E Simbad não era; a maldição dum pseudo-Anteu, talvez. A vida não terminava com o fechado das portas, cada qual a sua própria escuridão. Quase nem ouvi Charlaine Harris: Não procure problemas; já está procurando por você... Às vezes você só precisa se arrepender das coisas e seguir em frente... Era tarde demais pra isso e o desjejum era meu epítome na catalepsia das escolhas e quase nenhuma alternativa: só desmascarei meus equívocos com os dos outros e, se deu certo, só me arrebentei em todos os evidentes sinais de alerta, os encontros esparsos, a fuga iminente – era uma ameaça que havia deixado pra trás. O que me dizia Ida Lupino: Há beleza na imperfeição. Quero capturar os momentos crus e autênticos que nos tornam humanos. Há sempre mais para descobrir e explorar. Não tenho medo de correr riscos. As maiores recompensas vêm de sair da sua zona de conforto e desafiar a si mesmo... Era uma única vez & alguns dias & sobrevivente náufrago com o castigo da intimidade revelada: era só o Nito da Zezé. Os dias nos olhos, coração adentro jangada de vara eu voo, ressurreto das encruzilhadas... Até mais ver.

 

DOIS POEMAS

Imagem: Acervo ArtLAM.

TERRA - aqui onde a vassoura já não floresce e o altar do fogo sagrado foi extinto pelos ventos do leste, um homem em pura raiva arrancou a perna de outro homem, uma mulher deu à luz silenciosamente o filho de seu pai e uma criança nasceu dormiu. abraçados pelo desgosto, ninguém se conhece, ninguém se reconhece, isso é o terrível, a poeira enterrou quase tudo.

ATANÁSIA - Eu sou a tempestade filha de Hera e Zeus \ que, como seu pai, chronos \ às vezes eles me engoliram vivo \ cansado disso \ certa noite \ Eu roubei uma pedra de Deucalião \ e solicitei a permissão das Moiras \ então eu cortei o fio \ Eu joguei a pedra \ e eu me criei \ Depois do sétimo jejum tomei banho de sol \ nu ao lado de Asclépio \ fora \ às portas do hospital \ até uma quarta-feira \ Subi às colinas agostinianas \ e hoje estou sentado à esquerda de Apolo \ e a partir daí eu zombo dos saudáveis e dos doentes.

Poemas da jornalista e poeta peruana Elma Murrugarra, autora dos livros Jogos (2002), A Função dos Destinos (2004), Al Sur en Caral (2006) e Cuentos de Domingo (2009).

 

UMA FAMÍLIA - [...] Eu sei que isto me cansa mas tudo me cansa de qualquer forma sou uma pessoa cansada exceto quando por vezes me esqueço de mim mesma. [...]. Trecho extraído da obra Una familia en Bruselas (Tránsito, 2021), da premiada escritora e cineasta belga Chantal Akerman (1950-2015), que ainda se expressa: Nunca me considerei estranha ou diferente de alguma forma... Eu apenas tinha um jeito, um jeito que era meu e somente meu. Um jeito que talvez fosse um pouco peculiar, mas gostei disso. Gostei do fato de as outras pessoas não serem estranhas da mesma forma... Senti que ser estranho me convinha... Minha estranheza tinha algo, pensei. Um estilo. Um estilo que me pertenceu. Aí virou um hábito e não pensei mais no meu estilo estranho, era assim que eu era e pronto... Veja mais aqui.

 

DOENÇA DA MEIA NOITE – [...] O cientista que há em mim teme que minha felicidade nada mais seja do que um sintoma de doença bipolar, hipergrafia de um distúrbio pós-parto. O resto de mim pensa que separar artificialmente o cientista que há em mim e o escritor que há em mim é na verdade uma espécie de transtorno bipolar cultural, que muitos de nós temos. O cientista pergunta como posso chamar minha vocação de escritor e não de vício. Não vejo mais por que deveria fazer essa distinção. Sou viciado em respirar da mesma maneira. Escrevo porque quando não escrevo é sufocante. Escrevo porque algo muito maior do que eu entra em mim e enche a página, o mundo, de significado. Embora eu tema constantemente que o que escrevo esteja à beira de ser falso, essa força que me move só pode ser real, ou nada jamais será real para mim novamente. [...] Como a poesia e a literatura poderiam ter surgido de algo tão plebeu quanto o equivalente cuneiforme dos códigos de barras dos supermercados? Prefiro a versão em que Prometeu trouxe a escrita dos deuses ao homem. Mas então lembro a mim mesmo que… não devemos ser muito meticulosos sobre a origem das grandes ideias. Em última análise, todos eles vêm de um órgão enrugado que, quando mais saudável, tem a cor e a consistência de uma pasta de dente e, no final, apenas murcha e morre. [...] O que os prisioneiros fazem? Escreva, é claro; mesmo que tenham que usar sangue como tinta, como fez o Marquês de Sade. As razões pelas quais escrevem, as restrições extremamente frustrantes da sua autonomia e o facto de ninguém ouvir os seus gritos, são todas as razões pelas quais as pessoas com doenças mentais, e mesmo muitas pessoas normais, escrevem. Escrevemos para escapar de nossas prisões. [...] Na medida em que a autoexpressão transmite e reforça o caráter de uma pessoa, ela esclarece a ligação entre arte, excentricidade e doença mental. Quanto mais parecidos com nós mesmos nos tornamos, mais estranhos nos tornamos. [...] O impulso de escrever produz um primeiro rascunho; é o desejo de escrever bem que produz o segundo, o terceiro, o vigésimo. [...] Nunca consigo esquecer a possibilidade de bloqueio. Paradoxalmente, é isso que impulsiona a minha escrita – obrigando-me a deixar todo o resto de lado devido à possibilidade de que hoje seja o último dia em que poderei escrever. É outra maneira pela qual o bloqueio de escritor às vezes não é o oposto da hipergrafia, mas a causa. Talvez os escritores pudessem recuperar o conceito de bloco, já que São Jerônimo, em seu estudo, usou um memento mori (uma caveira, ou uma ampulheta com as areias do tempo escapando) para conduzir seu trabalho, naquelas lindas pinturas renascentistas. [...] Os escritores têm mais depressão unipolar do que o resto da população; os mesmos estudos que encontraram uma incidência dez a quarenta vezes maior de doença maníaco-depressiva em escritores encontraram uma incidência oito a dez vezes maior de depressão unipolar. [...]. Trechos extraídos da obra The Midnight Disease: The Drive to Write, Writer's Block, and the Creative Brain (Harper Paperbacks, 2005), da neurologista, educadora e pesquisadora estadunidense Alice Flaherty. Veja mais aqui.

 

PÓ EXISTENCIAL

Imensidão de vagos \ evacuando na inanidade \ da vacuidade \ em viagem infinda \ de vácuo absoluto. \ Sentido, sem direção. \ Sentido, sem solução. \ Sentido, sem sentido.

Poema Vacuidade de sentido, extraído da obra Pó existencial (Criaart, 2024), do poeta e artista plástico José Durán y Durán. Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.

&

MEMÓRIA MATA SUL

Autogestão da Memória, Museus Comunitários e Museologia Política - De 11 a 13 de abril de 2024 Cidade dos Palmares, Mata Sul/PE. A oficina-vivência Autogestão da Memória, Museus Comunitários e Museologia Política em Palmares acontecerá na sede da Biblioteca Pública Fenelon Barreto, reunindo 25 articuladores de Movimentos Sociais de Buíque, Escada, Jaboatão dos Guararapes, Jaqueira, Olinda, Palmares, Paudalho, Paulista, Recife, Rio Formoso, Vitória de Santo Antão e São José do Egito. A articulação da ELMP na Mata Sul ocorreu em parceria com o Movimento de Retomada Mata Sul Indígena, Amigos da Biblioteca (ABI) & Semed-Palmares – Biblioteca Fenelon Barreto.

&

ARREIA!...

Espetáculo de dança da arte-educadora, bailarina, atriz e performer, Íris Campos, e da artista da dança e do teatro, arte-educadora e produtora cultural, Iara Campos, com enredo que constrói relação entre o universo dos sonhos e a criação da agremiação Caboclinho 7 Flexas do Recife, construindo uma narrativa que honra a ancestralidade indígena, inserindo novos conceitos de preservação da manifestação. O espetáculo conta com a direção de Paulinho 7 Flexas. Arreia. Dias 12 e 13 de abril, 20h, Teatro Cinema Apolo – Palmares - PE. Veja mais aqui.

 

UM OFERECIMENTO: SANTOS MELO LICITAÇÕES

Veja detalhes aqui.

&

Tem mais:

Livros Infantis Brincarte do Nitolino aqui.

Curso: Arte supera timidez aqui.

Poemagens & outras versagens aqui.

Diário TTTTT aqui.

Cantarau Tataritaritatá aqui.

Teatro Infantil: O lobisomem Zonzo aqui.

Faça seu TCC sem traumas – consultas e curso aqui.

VALUNA – Vale do Rio Una aqui.

&

Crônica de amor por ela aqui.

 

segunda-feira, abril 01, 2024

CECILIA VICUÑA, MELBA ESCOBAR, FREDRIC JAMESON, UMBILINA & AUTOGESTÃO DA MEMÓRIA

 

Imagem: Acervo ArtLAM.

Ao som do álbum Pure (Decca Records, 2003), do DVD Live from New Zealand (Decca Records, 2004) e Pie Jesu – Vietnam no National Memorial Day Concert in Washington (2011), da soprano neozelandesa Hayley Westenra.

 

UMA QUASE CANÇÃO DE AUTOEXÍLIO... - Já morri duas vezes: a primeira aos 10 anos de idade; a outra, aos 23 – afora outras tantas passageiras no meu dia-a-dia. Como a morte se abestalhava, escapulia. Mas antes de anteontem ela reapareceu. Quem não desespera com a presença dela por perto? Ao contrário dos estereótipos todos, ela era fascinantemente sedutora. Achegou-se com elegância, aboletou-se ao meu lado e não perdeu tempo: E a vida, hem? Apesar dos pesares, muito bonita: É bom viver! Além de linda, sabia, era inarredavelmente poderosíssima! Ela, então, estalou os dedos e um caleidoscópio instantâneo fez-se filme com todo inventário humano: guerras, fome, injustiças, misérias. Isso é bom? Não. A quem você quer enganar? Tudo era impressionante e insistia em meus olhos não aceitar nada daquilo: uma flor desabrochava, uma criança estendia a mão, um gesto de solidariedade na esquina... Pode sonhar! Só acontece mesmo na sua cabeça de tolo. Não acredito. Quer subestimar minha inteligência? E disse-me Dorothy Eden: O perigo, claro, residia na sua curiosidade, na sua inteligência e nos seus olhos obstinadamente observadores... Sempre prestei atenção a tudo no mundo e na vida. Lendo-me os pensamentos sussurrou: Memento mori... Ao invés de mim isto deveria ser pronunciado pros que se acham donos do mundo e das coisas, surpreendendo os valentões, os ricaços de todos os mandos e os fanáticos da fé. Fitou-me grave e, novamente, os seus dedos agitaram no ar apontando para um salão que surgiu de repente e, no bico da quina do adeus, lá estava: a rainha neandertal ressuscitara mais agnotológica que antes, com suas muitas formas ageótipas de se mostrar tão bela e metida com seus bruxedos medievais - carecia de espiar direito ali os seus zis e ardilosos disfarces. Estava a dita ressurreta ali envolvida com uma romaria escatológica e um coro tóxico aos berros cantantes: A humanidade fracassou! Glória, Jesus! O além-humano morreu! Aleluia! Era uma louca Babel e tudo girava em delírio, como se o come-cu (STSS) devorasse silenciosa e mortalmente as suas entranhas. Uma cena deprimente aquela, mais uma. E o pior era a constatação de que a arte, a filosofia, as ciências, todas sucumbiram àquele ato, ali enterradas definitivamente. E logo vi todos se aprontarem para possante marcha sob os supostos auspícios do todo-poderoso deles. Oh! Era um sinal de rasga-mortalha: o mundo vai acabar! Arrodeavam o cerimonial de uma cova dantesca com enorme pedra sobre. Se era aterrorizante, o medo a favor. Muito desesperador. Enquanto presenciava tudo aquilo, a atraente parca visitante roubava a cena cochichando ao meu ouvido Cressida Cowell: As ações têm consequências e um preço deve ser pago; há coisas que não podem ser desfeitas... Era um alerta e me fez sofrer tanto de ficar com o juízo meio mole. Coisa boa aquilo não era, a insônia de Cioran. Sim, eu me sentia bipolar: uma montanha russa no escuro, cético, niilista. Tal Mark Twain diante de um urso polar, com minha amnésia infantil - cada um com a sua loucura: incompleto, finito e o inesperado esmagador. A senhora libitina percebeu o quanto tudo aquilo calou fundo dentro de mim: mais uma das minhas tantas quedas num poço sem fundo da já inexistente Alagoinhanduba. Socorreu-me remediável com a presença do Eduardo Marinho que aparecera alheio a tudo e pude levar um lero feito o emancipador conversável do Agostinho da Silva. Toda reunião desconfortável desaparecera. E a madame do exício sorriu com o meu pronto restabelecimento puxando-me a um canto secreto e beijou-me: Vá! Apressei o passo cada vez mais longe, ao deus dará! Sentia-me uma andorinha enfrentando sozinha todos os predadores algozes. Escapei fedendo, a alma quase se perdendo de desencarnar de vez pelo barro batido do caminho estreito e mais não tivesse a esperança inútil, o coração esmagado - a morte só poderia ser vida: o passado e tudo que já foi agora é dela. Ao meu ouvido sua voz ecoava Bella Akhmadulina: Quem sabe - a eternidade ou um momento \ Eu tenho que vagar pelo mundo. \ para este momento ou esta eternidade \ Agradeço também ao mundo... Sobrevivi aos seus múltiplos encantos e estou aqui, pela terceira vez, pronto pra contar hestória. Até mais ver.

 

A CIGANA ADORMECIDA

(Um leão cuida de seu livro de sonhos)

Imagem: Acervo ArtLAM.

La Gitana escreve há anos um trabalho secreto \ que ninguém nunca saberá, \ mas já começou \ para ser realizado na vida real. \ Enquanto ela continua a sonhar \ Seus sonhos compõem o mundo. \ O leão, porém, não posso dormir. \ Se você parar de observá-la, \ ela poderia acordar e nós desaparecemos imediatamente.

Poema da poeta e artista chilena Cecilia Vicuña. Veja mais aqui, aqui e aqui.

 

LA CASA DE LA BELLEZA - [...] A verdade é necessária quando há justiça. Mas a verdade sem reparação envenena a alma [...] Desde que me lembro, tivemos que cuidar de nossa segurança. Eu sou loira, olhos azuis, 1,75 de altura, algo cada vez menos exótico no interior, mas na minha infância tudo um ás na manga para ganhar o carinho das freiras e o tratamento preferencial dos meus colegas, bem como um foco de atenção que no caso do meu pai se tornou paranóia de um sequestro que felizmente nunca aconteceu na família, riqueza e traços Os anglo-saxões contribuíram para o meu isolamento. [...] Sua mãe, apenas dezesseis anos mais velha que ela, já foi a rainha do bairro, então Ela pensou que iria acabar pobre, mas acabou grávida de uma loira que falava pouco espanhol e que ele presumiu ser um marinheiro. Dessa visita furtiva de amor, a mulata que Ela compartilhou com a mãe não apenas seu sobrenome, mas também sua beleza e escassez. [...] Entre os apitos dos carros ele avançou saltando por poças de água até chegar à corrida 11, onde Ele embarcou em um ônibus em ruínas […] Um menino de cerca de onze anos entrou para vender balas. Ele disse que foi deslocado de Tolima. Ele disse que tinha quatro irmãos. Ele disse que era o “chefe da família”. Karen Ele enfiou a mão na bolsa e entregou-lhe quinhentos pesos antes de ligar para o ponto. [...] Ao cruzar a centena, ficou atordoada com as buzinas, a fumaça do escapamento, os ônibus verdes e tão antiga quanto a fome de quem pede esmola […] Algumas mulheres, quase sempre negras ou indígenas, com os filhos pendurados no peito ou nas costas, seguravam a criatura em um mão, o papelão na outra, o pote para receber moedas debaixo do braço, numa lamentável equilíbrio sempre atento à mudança de luz. Ao ficar vermelho, mendigos, deslocados, bandidos, viciados em drogas, aleijados, charlatões, desempregados, analfabetos, Abusadas, mutiladas, crianças e mulheres grávidas assaltam veículos em espetáculo diário tão repetitivo e previsível que já não surpreende ninguém. [...] Minha mãe morreu quando eu tinha onze anos. Sempre fui bastante feio. Em todo caso, nenhuma beleza. Eu sabia pouco sobre homens e relacionamentos, sabia principalmente por meio de livros. Decidi ser psiquiatra porque cresci ouvindo meu pai comentar casos e parecia o mais natural. [...] Ainda me lembro daquela vez em que ele me chamou de “mamãe”. Eu estava distraído olhando o jornal, Perguntei uma coisa para ele, se ele tinha marcado consulta no urologista, alguma coisa assim, e sem levantar O chefe do jornal me disse: “Não, mamãe”, aí ele ficou vermelho de vergonha e o que ele me disse Isso me deu um ataque de riso. [...] A verdade é que Karen Marcela Ardila, por ter nome do meio, era O sorriso permaneceu desde que ela ganhou o prêmio Colombian Girl, aos oito anos. anos. Sua persistência no gesto era tanta que quase não conseguia mais controlá-lo. Ele sorria o tempo todo momento, mesmo quando a situação era triste ou dramática, outra razão pela qual Jamais poderia apresentar algo diferente do segmento de entretenimento. [...] Karen sabia, sua mãe lhe dissera, que o maior infortúnio de sua mãe fora dar à luz uma mulher porque "os homens fazem o que querem, enquanto as mulheres "Fazemos o que temos que fazer." Karen lembra que tinha treze anos quando a ouviu dizer isso. De Então ele se perguntou, com cada mulher que conheceu, se ele realmente fazia o que queria ou o que queria. essa foi a vez dele. [...] Suas conversas com ele estavam se tornando cada vez mais um ritual dominical e ela temia que com a passagem Com o tempo ela se tornou uma daquelas mães que um dia foi trabalhar no capital, com quem aos poucos o tema da conversa se perdia nas ligações todas as vezes mais curto e mais esporádico [...] “Quando você vem, mãe?”, ele disse finalmente. Já fazia tanto tempo Eu não liguei para a mãe dela. Ao ouvir aquela palavra ele se sentiu distante. [...] Aquele cheiro de terra do mar, de água do mar [...] tirando uma soneca na cadeira de balanço e a mãe preparando bolinhas de tamarindo na varanda de casa, e dizendo “menina, não me procure”. porque você vai me encontrar", porque ninguém mais a chama de menina, ninguém mais a procura, muito menos ela. encontra, ela não se encontra mais, muito menos sabe onde está, cada vez mais perdida, cada novamente aqui e ali ao mesmo tempo e ainda em lugar nenhum ao mesmo tempo. [...]. Trechos extraídos da obra La Casa de la Belleza (Planeta, 2017), da escritora e jornalista colombiana Melba Escobar. Veja mais aqui.

 

ANTINOMIAS DO REALISMO - [...] Observei um desenvolvimento curioso que sempre parece definir quando tentamos manter o fenômeno do realismo firmemente em o olho da nossa mente. É como se o objeto da nossa meditação começasse a oscilar, e a atenção para ele se afastar insensivelmente em dois direções opostas, de modo que finalmente descobrimos que estamos pensando, não sobre o realismo, mas sobre o seu surgimento; não sobre a coisa em si, mas sobre sua dissolução. [...] Também perde o grande jogo do narrador onisciente, que é conhecer segredos que nenhum dos personagens envolvidos jamais aprenderá, ironicamente levando para o túmulo sua infeliz ignorância. [...] Esta sinédoque, em que a escaramuça representa a batalha, como recomendou Balzac, é um ataque muito mais directo e enérgico ao problema impossível da representação colectiva do que qualquer coisa na Esquerda, que é reduzida a manifestações e marchas, e cujos dilemas são vividamente dramatizado pelo facto de terem participado nas filmagens de Outubro de Eisenstein mais actores e figurantes do que o número de participantes reais na própria revolução bolchevique. [...] Provavelmente todo o modernismo desperta isso não necessariamente impulso admirável que muitas vezes assimilamos à Interpretação como tal; mas aqui, pelo menos, podemos nos perguntar se o interesse está no conteúdo de tais temas simbólicos e interconexões ou no sentido ontológico primeiro plano do próprio processo. [...]. Trechos extraídos da obra The Antinomies of Realism (Verso, 2013), do crítico literário estadunidense Fredric Jameson, no qual trata a respeito das tinomeias do realismo, das fontes gêmeas e impulso narrativo, do afeto ou o presente do corpo; Zola, ou a Codificação do Afeto; Tolstoi, ou, Distração; Pérez Galdós, ou, o declínio da protagonicidade; George Eliot e Mauvaise Foi; a dissolução do gênero, a Terceira Pessoa Inchada, ou Realismo após Realismo, Coda: Kluge, ou Realismo após Afeto, a lógica do material, as experiências do Tempo: Providência e Realismo, Guerra e Representação, Vou ser o romance histórico hoje, ou ainda é possível, entre outros assuntois. Em seus estudos ainda expressou: Alguém disse uma vez que é mais fácil imaginar o fim do mundo do que imaginar o fim do capitalismo. Podemos agora rever isso e testemunhar a tentativa de imaginar o capitalismo através da imaginação do fim do mundo. Se tudo fosse transparente, não existiriam ideologias... Veja mais aqui, aqui e aqui.

 

UMBILINA...

[...] todos os seres da terra são instrumentos de um mistério: tudo começa porque tem que acabar [...] concluiu que nada vale a pena – nem sofrer, nem ser feliz. Viver não é uma coisa nem outra, viver é cíclico. [...].

Trechos extraídos da obra Umbilina e sua grande rival (Autor, 2013), do escritor, dramaturgo e jornalista Cícero Belmar.

&

Oficina-vivência Autogestão da Memória, Museus Comunitários e Museologia Política, entre os dias 3 a 5 de abril de 2024, na sede da Sociedade de Cultura Artística 22 de Novembro, no Território Sagrado Ibarema/Paudalho, reunindo 20 articuladores(as) de Iniciativas de Memória, Museus Comunitários e Movimentos Sociais de Aliança, Nazaré da Mata, Olinda, Paudalho, Recife e Tracunhaém. Um evento da ELMP, IBRAM, Funcultura e NEPE/UFPE. Veja mais aqui.

 

UM OFERECIMENTO: SANTOS MELO LICITAÇÕES

Veja detalhes aqui.

&

Tem mais:

Livros Infantis Brincarte do Nitolino aqui.

Curso: Arte supera timidez aqui.

Poemagens & outras versagens aqui.

Diário TTTTT aqui.

Cantarau Tataritaritatá aqui.

Teatro Infantil: O lobisomem Zonzo aqui.

Faça seu TCC sem traumas – consultas e curso aqui.

VALUNA – Vale do Rio Una aqui.

&

Crônica de amor por ela aqui.

 


ALICIA PULEO, CRISTINA GÁLVEZ MARTOS, TATYANA TOLSTAYA & BARRO DE DONA NICE

    Imagem: Acervo ArtLAM . Ao som dos álbuns Britten Piano Concerto (1990), MacGregor on Broadway (1991), Outside in Pianist (1998), D...