sábado, maio 12, 2012

CARLO ROVELLI, HELENA PARENTE CUNHA, CHATTERTON, BENJAMIN, FECAMEPA & FILHOS DE CAIM

EQUÍVOCOS DOS FILHOS DE CAIM – Imagem: Silêncio, de Pedro Moreira - Haja luz. E houve e tudo era harmonia, até que veio o homem e começou a confusão. Não sabia Deus que criara à sua imagem e semelhança, um produto que viera com alguns defeitos de fabricação. Pudera, vez que o absoluto, por ser brasileiro da gema, acordou de tédio numa segunda-feira, com uma ressaca das brabas, brincando de inventar as coisas. Não sabia ele, coitado, a zona e o desrespeito que lhes cuspiriam na sua face e nos meteria, pela insolência, numa enrascada sem solução. Pois é, o homem, produto de sua criação, empanturrando-se de deificação - já que era à imagem e semelhança do todo-poderoso -, tomara ao pé da letra o que lhe fora dito e, possuidor daquela soberba que lhe seria peculiar ao longo dos anos, dono do próprio nariz, maluvido que só, abocanhou logo o fruto proibido e copulou. Fora logo expulso do paraíso, sinal de sua insubordinação (também, pudera, deve ser chato à beça ficar naquela monotonia da boa. Tem que ter uma quiziliazinha para animar). Vieram, então, os filhos e, numa daquelas arengas infantis levadas pela inveja, cobiça e outros tantos pecados abominados nos mandamentos, um deles, o lavrador, achou por bem dar fim à discriminação sofrida: matou o pastor de ovelhas, acumulando para si só o lucro de tudo isso: as posses do irmão. Estava rico e impune. Ninguém lhe meteria o bedelho nos negócios. Com isso havia dado início aos princípios da acumulação demovendo obstáculos e a desastrosa odisséia torpe e sórdida do ser humano. Mais de dois mil anos de vícios se passaram e o replay deste crime já é costumeiro e nos leva a encará-lo de forma natural e até jocosa, visto que o homem é o único animal que ri de sua própria desgraça. E rimos até hoje, por exemplo, da loucura obsessiva dos soberanos do Império Romano; do holocausto dos nazistas alemães; da matança indiscriminada dos índios do continente americano; das escravizações dos africanos; do massacre dos estudantes na Praça da Paz Celestial de Pequim; das bombas de Hiroshima e Nagasaki; dos golpistas do Brasil em 64, etc., etc., etc. Nos interessamos mesmo quando o congresso dos que-nos-USA se achou no direito de invadir unilateralmente qualquer país do continente americano ou do planeta em defesa de não sei quem (sabe-se lá, meu Deus!!). Tem que botar moral, falam os atrevidos! Por isso os ianques gastam mais de 30 bilhões de dólares por ano para manutenção de armas e que, dizem, na verdade seriam 4 toneladas de dinamite na cabeça de cada pessoa. Só? É pouco! É pouca munição para ser tão insignificante. Também com uma bagatela dessas daria para saciar a fome de bilhões de bocas famintas em vários continentes do nosso combalido planeta. Isso não é nada, avalie. Veja o lado bom da coisa: e os lucros bélicos? Quantos impostos não são recolhidos para a saúde, educação, segurança, etc., só que deles, né? Na verdade, parece que a gente gosta mesmo é de ver a careta do sofrimento, não existe nada mais engraçado. E o negócio melhorou mesmo agora que inventaram as armas químicas, cada uma mais fuderosa que a outra e são mais baratas, e com efeitos mais eficazes. É, tem uma com gases de tabum, outra de sarin, e, ainda, as bacteriológicas, uma delas criada a partir do bacilo de antraz que dá aquela sensação de armagedon, só que lá longe, aqui não. A gente podia fazer um teste na sogra da gente, num é não? Seria divertido. Bonito de se ver. Ai a gente senta naquela poltrona da sala, confortavelmente instalado e fica vendo aquela encrenca na região do Oriente Médio, onde estão em pé-de-guerra há séculos, levados pela tolice estapafúrdia do fundamentalismo religioso, pelo petróleo e pela hegemonia de uns sobre os outros. É de encher os olhos de satisfação. E ainda, por cima, um estúpido que carrega a herança secular da dominação planetária, cansado de ficar coçando o saco ou com as mãos abanando no meio do onanismo da maior potência mundial, ainda querer pingar fogo naquela fábrica de pólvora, provando que nada aprendeu da lição do World Trade Center. Parece mesmo que tem que correr muito sangue para ser bom, justificando os enlatados violentíssimos na nossa telinha. Ora gente, que cúmulo de sordidez que nada! A terra é redonda e ainda cagam pelos quatro cantos do mundo! Isso é nada, milênios e milênios passados e não aprendemos a lascar a pedra direito! Temos o privilégio exclusivo de sermos os únicos em toda galáxia, uma hegemonia que vai até Plutão! E não duvide que a gente pode ir bem mais longe, além disso. Desde Adão que aprendemos: "pois ao que tem mais se lhe dará, e terá em abundância; mas o que não tem, até o que tem, lhe será tomado"( Mateus, 13:12). Que abismo que nada! Nem temos a impressão de que somos cobaias nem figurantes inexpressivos nos equilibrando sobre uma corda pronta para arrebentar numa profundeza abissal. Sei não, meu, ou Deus está arrependido desde o dia que brincou de inventar as coisas ou está mangando da nossa vida de paspalhos. © Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui e aqui.

 


DITOS & DESDITOS - Avançar com o machado agudo da razão. Sem olhar nem para a direita nem para a esquerda, para não sucumbir ao horror que acena das profundezas da floresta virgem; a razão deve tornar transitáveis todos os terrenos, limpando-os dos arbustos da demência e do mito. Pensamento do filósofo alemão Walter Benjamin (1892-1940). Veja mais aqui.

 

ALGUÉM FALOU: [...] Conheci muitos atores amadores que se julgavam profissionais. Que eu saiba, Charles Laughton foi o único ator profissional a se ter na conta de amador. Declarava-se orgulhoso por ser um amador no sentido etimologico da palavra: aquele que ama. O que faz as coisas por amor. E concuia essa profissão de fé nos seguintes termos: - Um profissional, é uma prostituta. [...]. Extraído da obra Hollywood, Années folles (Preeses de la Cité, 1975), de Garson Kanin (24 de novembro de 1912 - 13 de março de 1999) foi um escritor e diretor americano de peças e filmes.

 

POLÍTICA & ESPETÁCULO - [...] De início, a mediocridade atrai e transmite seguranã. Depois cansa, dá náuseas. O eleitor-espectador se volta então para outro esperáculo, mais gratificante, mais divertido [...] Quando tudo se está degradando e pervertendo, quando tudo se avilya e se corrope, a virtude decisiva está por vezes em dizer não. É o que o público começa a fazer. Ouçam o rumor profundo, o rumor subterrâneo que vai crescendo para arrebatá-lo. Ouçam a indignação que bem oprimindo esses espectadores involuntários. Trapaceados, enganados, logrados. Ouçam o despertar e o estremecimento daqueles que o Estado espetáculo tem iludido. Ouçam o seu grito. Ele cabe numa palavra: chega! [...]. Trechos extraídos da obra O Estado espetáculo: ensaio sobre e contra o Star System em política (Difel, 1978), do professor e político francês Roger-Gérard Schwartzenberg.

 

SOBRE ESPAÇO E TEMPO – [...] O tempo é a expressão da nossa ignorância do microestado completo [...]. Extraída do ensaio Esqueça o tempo (2008) do físico e cosmologista italiano Carlo Rovelli, logo é alimentada com uma outra: A paisagem é mágica, a viagem está longe de acabar, do seu livro Quantum gravity ( Cambridge University, 2007) e aprofundada na obra The Order of Time ( Allen Lane; 2018), na qual recolhi os seguintes trechos: [...] As crianças crescem e descobrem que o mundo não é o que parecia entre as quatro paredes de suas casas. A humanidade como um todo faz o mesmo. [...] A diferença entre passado e futuro ... causa e efeito ... memória e esperança ... arrependimento e intenção ... nas leis elementares que descrevem os mecanismos do mundo, não existe essa diferença. [...] O mundo é feito de eventos, não de coisas. Do autor a frase mais curiosa é a que o tornou bastante famoso entre os estudantes do planeta: Não confie em seus professores.

 

AS DOZE CORES DO VERMELHO – [...] Existir é juntar pedaços que permanecem e coexistem em dimensão una e mútipla. Extraído da obra As doze cores do vermelho (Espaço e Tempo/UFRJ, 1988), da escritora Helena Parente Cunha.

 

UMA NOVA CANÇÃO - Ah, não me culpe, Catcott, se da maneira certa / Minhas noções e ações vão longe. / Como minhas idéias podem fazer outra coisa senão se desviar, / Privadas de seu regente Estrela do Norte? / Não me culpe, Broderip, se montado no alto, tagarelo / e estrago o ar opaco; / Como posso imaginar tua fofura suave, / Quando a discórdia é a voz da minha bela? / Se Turner perdoasse minha fanfarronice e rimas, / Se Hardind fosse infantil e frio, / Se nunca um olhar de cobiça fosse obtido da Srta. Grimes, / Se Flavia fosse desgraçada e velha; / Escolhi sem gostar, e saí sem dor, / Nem dei boas-vindas à carranca com um suspiro; / Desprezei, como um macaco, balançar minha corrente, / E pintar esses novos encantos com uma mentira. / Uma vez que Cotton era bonito; Eu flam'd e eu queimei, / eu morri para obter a rainha brilhante; / Mas quando vi minha epístola devolvida, / Por Jesus, ela alterou a cena. / Ela é terrivelmente feia, minha vaidade gritou, / Você mente, diz minha Consciência, você mente; / Resolvendo seguir os ditames do Orgulho, / eu a veria como uma bruxa aos meus olhos. / Mas ela deveria recuperar seu brilho novamente, / E brilhar em seus encantos naturais, / 'Tis apenas aceitar as obras de minha pena, / E me permitir usar meus próprios braços. Poema do poeta britânico Thomas Chatterton (1752-1770).

 

   
FECAMEPA – Nesse Brasilzão véio, arrevirado e de porteira escancadara pro Fecamepa e pro Big Shit Bôbras, a gente só tem uma certeza: de cagada em cagada, quem sabe, um dia a coisa num der certo por aqui, hem?! Veja mais Fecamepa! E mais aqui.






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