segunda-feira, novembro 19, 2012

FREEDOM NYAMUBAYA, ELVIRA NAVARRO, ALEJANDRO ZAMBRA, CONWAY, SHANKAR & LITERÓTICA

 APRONTAÇÕES DELA NO ÁPICE DO AMOR - Toda sexta-feira, meio dia em ponto, ela vem com assombro pro meu bem-me-quer. E me faz de chofer toda gostosinha tirando a calcinha pra me provocar. E: - qualé, que é que há? -, grita intrigada com manha cismada, querendo aprontar. Eu fico de cá, só no encalço, apertando seu laço, seu sal se pisando. Continua bancando maior enredeira, toda presepeira no flerte enrolado. Jeito caçoado se achega mansinha, fingindo que é minha e que também não. Eu que sou enrolão sei desse expediente, de fingir que se sente e que sente demais. Deu passo pra trás, se faz desleixada com a cheba minada, apertando entre as pernas. É trapaça eterna que faz toda pilha, ela emborca a vasilha toda mandona. E com cara pidona, prometo a munheca e o ferro na boneca no maior caqueado. Chamo no cabo, arreia a catimba, chupa minha bimba na maior diversão. Que degustação! E não tem apelo, eu seguro os cabelos e tome pencó. Bateu no gogó, ela me devorando toda se babando, esborra o chamegado. Aprumo ajeitado, ela quer que eu suste, eu boto sem cuspe até o talo. Engole o gargalo e mais se atrepa, em mim se estrepa e voa aprumado. E com avoado vem toda esbelta feito asa delta cavalgar de montão. Me faz corrimão, sua mala e bocado, mastro desfraldado, consolo e redenção. Me faz seu pirão, o seu de-comer, a razão de viver e doce predileto. Juro que eu não presto, sou profanação, seu bicho de estimação, sua terrina e rito de passagem. Sou sua pilhagem, sua refeição, sua extrema-unção, seu viveiro, seu claustro. Sou seu repasto, medonha agonia, até a luz do dia me fez coroado. Sou deus destronado, sua gota e quebranto, sou até o seu santo caído e safado. Sou enfim seu reinado, espinho na roseira, alma maloqueira que lhe faz só mulher. E nesse trupé, ela goza devassa, em estado de graça e seja o que Deus quiser. © Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui e aqui.


DIA INTERNACIONAL DO HOMEM – No Dia Internacional do Homem o melhor de tudo é saber que todo dia é dia da mulher. Veja mais no Crônica de amor por ela.

 

DITOS & DESDITOSEu digo, vida e figura são atributos distintos de uma substância, e como um e o mesmo corpo pode ser transmutado em todos os tipos de figuras; e como a figura aperfeiçoadora compreende o que é mais imperfeito; assim, um mesmo corpo pode ser transmutado de um grau de vida a outro mais perfeito, que sempre compreende nele o inferior. Pensamento da filósofa inglesa Anne Conway (1631-1679). Veja mais aqui.

 

ALGUÉM FALOU: O propósito da música é levar o ouvinte a um reino de consciência, em que a revelação do verdadeiro sentido do universo possa ser vivida com alegria. Pensamento do compositor e músico indiano Ravi Shankar (1920-2012). Veja mais aqui.

 

OUTROS DITOS: Foi preciso um acúmulo incrivel de fracassos para eu encontrar o meu caminho. Pensamento do pintor venezuelano Carlos Cruz-Diez (1923-2019), um dos principais artistas da arte cinética.

 

AS SEREIAS DA ARGONÁUTICA - [...] A viagem de regresso compreende várias peripécias: desde a fuga e o assassinato de Absirto, até à travessia de Cila e Caríbdis e as sereias. [...] Por outro lado, Orfeu tem aqui o papel mais importante. Quando entoa um cântico que salva os seus companheiros do feitiço do canto das sereias, tem uma intervenção verdadeiramente vital, sem a qual teriam perecido. Considerando o catálogo, que é o efetivo começo da narração, e o término da história, pode verificar-se que ele inicia um movimento que começa com Orfeu, passa por Héracles e segue pelo tipo de herói que cada um representa, tornando ao primeiro. [...]. Trechos extraídos da obra Argonautiques (Les Belles Lettres, 1980) do poeta grego Apollonios de Rhodes (295-215aC), na qual traz o relato da sirena Partenope, uma ninfa serva de Perséfone que com seu canto enfeitiçava os marinheiros para a morte. Ao tornar-se pássaro ela se estabelecer na ilha da Antemoessa quando foi encontrada pelos argonautas que foram salvos por Orfeu.

 

A CIDADE NO INVERNO - [...] Sente o medo apertando-lhe o peito, e também aquela comichão de prazer que lhe vem assim que se despede dos companheiros e toma a larga avenida. [...] a certeza de se aproximar de algo que lhe pertence completamente. Algo escuro, desconhecido e imenso [...] quando decide voltar para casa, a noite já se tornou enorme. [...]. Trechos extraídos da obra La ciudad en invierno (CdT, 2007), da escritora espanhola Elvira Navarro.

 

BONSAI – [...] Você escreve romances, esses romances de capítulos curtos, de quarenta páginas, que estão a moda? Julio: Não. E acrescenta, só para dizer alguma coisa: O senhor me aconselha a escrever romances? Olhe só que pergunta você fez [...] No final ela morre e ele fica sozinho, ainda que na verdade ele já tivesse ficado sozinho muitos anos antes de morte dela, de Emilia. Digamos que ela se chama ou se chamava Emilia e que ele se chama, se chamava e continua se chamando Julio. Julio e Emilia. No final, Emilia morre e Julio não morre. O resto é literatura [...]. Trechos extraídos da obra Bonsai (Cosac Naify, ), do escritor chileno Alejandro Zambra.

 

POESIAAlguém disse: / Você não é poeta,/ Pois se esqueceu de que / Poesia é uma arte e – / Arte é ritmo com sentido. / Agora, o que é ritmo, / Se posso perguntar?/ Alguns dizem que são sílabas marchando,/ Outros, que são sons marchando,/ Agora me digam como casar os dois./ Lutamos contra Shakespeare no campo de batalha./ Negros lutaram contra boers com suas lanças./ Estas são sílabas marchando / E isto é arte para alguns,/ Mas como posso casar os dois? / Que tal um ritmo diferente? / Pessoas morrem nos guetos,/ De ataques da polícia e tiros do exército, / Trabalhadores sufocam dentro de minas de carvão, / Cavando o carvão que não têm como comprar, / Para cozinhar diariamente e se alimentarem./ Coisas poéticas estas./ Então, concordemos em discordar – / A arte serve. Poema da poeta e feminista zimbabuense Freedom Nyamubaya (1960-2015), guerrilheira na luta pela independência de seu país, integrando as célebres "guerrilhas-poetas" do Zimbábue.


 
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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
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