sábado, junho 14, 2014

VICKI BAUM, IDA FAUBERT, MAIREAD CORRIGAN & BEATRICE TINSLEY

 


DOBREI A ESQUINA...- Em plena madrugada amanheço, pronto já proutro dia.  O que havia desmoronado já se edificou, nada aconteceu. E se realmente houve, um toque de mágica, outro lugar por cenário, não ter mais que calar a dor passada. Hoje toco em frente e tudo se renova. É como se mesmo rio e correntezas me façam outro ao mesmo tempo, o rio me leva e nele vou leve pra onde não sei. O rio é só rio, eu sou rio e tudo bem. É como se o mesmo dia outro, quase igual, não fosse a tarde noite adentro madrugada agora. O dia sou eu e tardo logo triz como sou de eterno na hora em que cravo um verso e o olhar se faz instante do flagra e o poema nascesse em pleno Sol que abre o peito e canto como se morresse ali para renascer no exato momento da epifania. E como a tarde e o mormaço me fizessem o poeta que não sou, alcançando o zênite no topo do monte a cavar a alma. E abri o peito enquanto entoo não quantos versos e me faço mais que sonhos ao crepúsculo na magia da alvorada. É como a noite com a luz da lua alumiando minhas passadas, incendiando o chão seco de folhas que servem por tapete no prazer de pisá-las com o eflúvio da chuva redentora lavando todos os males que aconteceram. E foco em frente insone mar aberto nas trevas da profundidade. Quase levito, voo sobre as horas e mais me eternizo ao saber-me o verso solto que sai da boca e encontra o coração da essência para ter mais que manifestação. Toco em frente e dobro esquinas de meses para crescer por dentro e me sentir gigante sobre os véus da poesia que me ilumina e me faz deus mais que perene entre os mortos dantanho e dagora. Toco em frente esquinas outras do labirinto atravessando portas sem janelas e me enfio pelas paredes dos castelos sombrios a ter-me a luz ânfora guardadora dos mistérios de todos os tempos, o segredo infinito dos espaços e o essencial desvelado de todas as línguas e magias. Toco em frente e as esquinas com degraus íngremes e infinitos, o apogeu da vida e o poema supremo transpira na minha pele que se expande e por meus poros respiro, por minhas vísceras as sonantes emanações, sou a poesia viva e enlargueço para crescer-me e me fazer mais inteiro que sou e maior do que melhor em mim, ainda não nasci. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.

 


DITOS & DESDITOS - Precisamos agora construir uma cultura de não-violência genuína e democracia real. Se quisermos colher a colheita de paz e justiça no futuro, teremos que semear Sementes de não-violência, aqui e agora, no presente. Um dos maiores blocos para o movimento é o medo. Esse medo só pode ser removido quando as pessoas sentem que suas vozes estão sendo ouvidas pelo governo e, quando eles têm uma palavra a dizer em suas próprias vidas e comunidades. Realmente podemos fazer as coisas em apoio uns dos outros muito, muito rapidamente. Aqueles de nós que acreditam nos direitos humanos e da verdade - particularmente os jornalistas e a mídia - devem ficar em defesa de Julian Assange e Bradley Manning. Devemos muitos por nos dizer a verdade do que está acontecendo em nosso mundo, e é por isso que continuaria a apoiá-los. Eu acredito que estamos à beira de um salto quântico em uma nova maneira de organizar e viver como uma família humana. Pensamento da ativista pacifista britânica Mairead Corrigan, que juntamente com Betty Williams, fundou a Community for Peace People e, ao mesmo tempo, receberam juntas o Prêmio Nobel da Paz de 1976. Veja mais aqui.

 

ALGUÉM FALOU: A mente quer descobrir, através do raciocínio, o que existe na infinidade do espaço que existe além das muralhas deste mundo. Aqui está então o meu primeiro ponto. Em todas as dimensões, deste ou daquele lado, para cima ou para baixo no universo, não há fim. Acho que estou ligada à ideia de expandir para sempre – como a vida em certo sentido – mais do que o infinito espacial. Pensamento da astrônoma e cosmologista neozelandesa Beatrice Tinsley (1941-1981).

 

BALARINA – [...] Existem atalhos para a felicidade e dançar é um deles! [...]. Trecho extraído da obra Ballerina (Michael Joseph, 1958), da escritora e roteirista austríaca Vicki Baum (Hedwig Baum, 1915-1960), que também se expressa assim: Um escritor deve sempre ter alguma profissão que o coloque em contato próximo com a realidade da vida. A fama sempre traz solidão. O sucesso é tão gelado e solitário quanto o Pólo Norte. Veja mais aqui e aqui.

 

DOIS POEMAS - ESPERE MEU AMOR - Quando você esquece que você me abraçou \ Cativo entre suas mãos, como algo seu,\ Quando você se cansar do meu terno amor,\ Espere a noite chegar antes de dizer isso.\ Você não poderá ver meu rosto distorcido,\ Nem meus olhos tristes, nem meus lábios trêmulos,\ Porque a sombra velará minha dor avassaladora;\ Espere que a noite realmente chegue.\ Espere que o vento faça as árvores gemerem,\ E fazer chorar os pássaros do mato em seus ninhos,\ E você não ouvirá o soluço da minha voz,\ Nem o grito do meu coração, mais frio que o mármore.\ Espere a tempestade escurecer os céus,\ E inundar, perto de nós, na estrada,\ E durante a noite, você sem dúvida irá confundir,\ O choro do céu com as lágrimas dos meus olhos.\ Um dia você vai esquecer que me abraçou\ Cativo entre suas mãos, como algo seu,\ Então, quando você me contar, use palavras ternas;\ Espere, meu amor, que a noite chegue. MANHÃ DE PRIMAVERA - Ao longo do caminho fora da vista\ Das tílias floridas\ Flui com a brisa\ Um perfume, baunilha e luz.\ Zumbido e vibração\ O enxame de abelhas da manhã\ Sobre a manhã pálida\ Alegre e trêmulo,\ Na clara luz da manhã\ Escondido nas pétalas das flores\ Um tesouro precioso para perturbar\ E as borboletas levantam vôo.\ Os suaves raios do sol se beijam\ A cabeça corada da pétala da rosa,\ Uma flor que não teme\ Deixando a felicidade do doce sono. \ De debaixo da verdura das palmeiras\ Um perfume sai fluindo.\ O cheiro da primavera\ De coisas que arrebatam;\ E meus braços dificilmente faltam\ Para flores que mal fecham.\ Cheio de jasmim e rosa,\ Cheio de lírio e lilás.\ Encantado, eu escuto\ Ao canto dos pássaros canoros\ Entre as árvores que estão florescendo\ E as águas murmurantes que brilham.\ O céu, com cores derretendo\ Do sol escaldante,\ Eu sinto dentro desta minha alma\ A necessidade de cantar tudo nesta primavera. Poemas da escritora haitiana Ida Faubert (Gertrude Florentine Félicitée Ida – 1882-1969).

 


TEMPO E EXPRESSÃO LITERÁRIA
O livro “Tempo e expressão literária” do doutor em Letras e catedrático das universidades de Buenos Aires e La Plata, Raúl H. Castagnino é dividida em duas partes: tempo e literatura, a primeira. E a segunda: tempo e teatro. Na primeira parte o autor trata acerca da dimensão tempo, da distância interior, a época, o tempo objetivo, subjetivo e psicológico em relação à lírica e ao romance. Na segunda parte trata acerca do fato teatral e o fato literário ante o tempo, o aristotelismo e o antiaristoteliosmo, o tempo relativista e o atual, J. W. Dunne e o tempo serial, Dunne e o tempo e os Conways de Priestley, o valor de teatro ou de ilustração de teorias e uma síntese bibliográfica. Veja mais aqui.

FONTE:
CASTAGNINO, Raul. Tempo e expressão literária. São Paulo: Mestre Jou, 1970.

TOTEM E TABU DE FREUD - [...] uma coisa que é proibida com a maior ênfase deve ser algo que é desejado [..] onde existe uma proibição tem de haver um desejo subjacente. [...] Se uma só pessoa consegue gratificar o desejo reprimido, o mesmo desejo está fadado a ser despertado em todos os outros membros da comunidade. A fim de sofrear a tentação o transgressor invejado tem de ser despojado dos frutos de seu empreendimento e o castigo, não raramente, proporcionará àqueles que o executam uma oportunidade de cometer o mesmo ultraje, sob a aparência de um ato de expiação. Na verdade, este é um dos fundamentos do sistema penal humano e baseia-se, sem dúvida corretamente, na pressuposição de que os impulsos proibidos encontram-se presentes tanto no criminoso como na comunidade que se vinga. Nisto, a psicanálise apenas confirma o costumeiro pronunciamento dos piedosos: todos nós não passamos de miseráveis pecadores. [...] Na raiz da proibição existe sempre um impulso hostil contra alguém que o paciente ama - um desejo de que essa pessoa morra. Esse impulso é reprimido por uma proibição e esta se liga a algum ato específico, que, por deslocamento, represente talvez um ato hostil contra a pessoa amada. Existe uma ameaça de morte se o ato for realizado. Mas o processo vai além e o desejo original de que a pessoa morra é substituído pelo medo de que ela possa morrer. Assim é que, quando a neurose parece ser tão compassivamente altruísta, está simplesmente compensando uma atitude subjacente contrária de brutal egoísmo. Podemos descrever como ‘sociais’ as emoções que são determinadas pelas demonstrações de consideração por outra pessoa, sem tomá-la como objeto sexual. O recuo ao que está por trás desses fatores sociais pode ser ressaltado como uma característica fundamental da neurose, embora se trate de uma característica que é posteriormente disfarçada pela supercompensação. [...] Assim o fato que é característico da neurose é a preponderância dos elementos sexuais sobre os elementos instintivos sociais. Os instintos sociais, contudo, derivam-se eles próprios de uma combinação de componentes egoísticos e eróticos em totalidades de um tipo especial. [...] Poder-se-ia sustentar que um caso de histeria é a caricatura de uma obra de arte, que uma neurose obsessiva é a caricatura de uma religião e que um delírio paranóico é a caricatura de um sistema filosófico. [...] A natureza associal das neuroses tem sua origem genética em seu propósito mais fundamental, que é fugir de uma realidade insatisfatória para um mundo mais agradável de fantasia. O mundo real, que é assim evitado pelos neuróticos, acha-se sob a influência da sociedade humana e das instituições coletivamente criadas por ela. Voltar as costas à realidade é, ao mesmo tempo, afastar-se da comunidade dos homens. [...] A raça humana, se seguirmos as autoridades no assunto, desenvolveu, no decurso das eras, três desses sistemas de pensamento - três grandes representações do universo: animista (ou mitológica), religiosa e científica. Destas, o animismo, o primeiro a ser criado, é talvez o mais coerente e completo e o que dá uma explicação verdadeiramente total da natureza do universo. [...] Com esses três estágios em mente, pode-se dizer que o animismo em si mesmo não é ainda uma religião, mas contém os fundamentos sobre os quais as religiões posteriormente foram criadas. É evidente também que os mitos se baseiam em premissas animistas, embora os pormenores da relação entre os mitos e o animismo pareçam estar inexplicados em alguns aspectos essenciais. [...] A feitiçaria seria, então, a arte de influenciar espíritos tratando-os da mesma maneira como se tratariam seres humanos em circunstâncias semelhantes: apaziguando-os, corrigindo-os, tornando-os propícios, intimidando-os, roubando-lhes o poder, submetendo-os à nossa vontade - através dos mesmos métodos que se têm mostrado eficazes com homens vivos. A magia, por outro lado, é algo diferente: fundamentalmente, ela despreza os espíritos e faz uso de procedimentos especiais e não dos métodos psicológicos do dia-a-dia. É fácil imaginar que a magia é o ramo mais primitivo e mais importante da técnica animista, porque, entre outros, os métodos mágicos podem ser utilizados para tratar com os espíritos e a magia pode ser aplicada também a casos onde, segundo nos parece, o processo de espiritualização da natureza ainda não foi realizado. [...] A magia tem de servir aos mais variados propósitos - ela deve submeter os fenômenos naturais à vontade do homem, proteger o indivíduo de seus inimigos e de perigo, bem como conceder-lhe poderes para prejudicar os primeiros. Mas o princípio em cuja pressuposição a ação mágica se baseia - ou, mais propriamente, o princípio da magia - é tão notável que nenhuma das autoridades deixou de identificá-lo. [...] Apenas em um único campo de nossa civilização foi mantida a onipotência de pensamentos e esse campo é o da arte. Somente na arte acontece ainda que um homem consumido por desejos efetue algo que se assemelhe à realização desses desejos e o que faça com um sentido lúdico produza efeitos emocionais - graças à ilusão artística - como se fosse algo real. As pessoas falam com justiça da ‘magia da arte’ e comparam os artistas aos mágicos. Mas a comparação talvez seja mais significativa do que pretende ser. Não pode haver dúvida de que a arte não começou como arte por amor à arte. Ela funcionou originalmente a serviço de impulsos que estão hoje, em sua maior parte, extintos. E entre eles podemos suspeitar da presença de muitos intuitos mágicos. [...] Ao concluir, então, esta investigação excepcionalmente condensada, gostaria de insistir em que o resultado dela mostra que os começos da religião, da moral, da sociedade e da arte convergem para o complexo de Édipo. Isso entra em completo acordo com a descoberta psicanalítica de que o mesmo complexo constitui o núcleo de todas as neuroses, pelo menos até onde vai nosso conhecimento atual. Parece-me ser uma descoberta muito surpreendente que também os problemas da psicologia social se mostrem solúveis com base num único ponto concreto: - a relação do homem com o pai. É mesmo possível que ainda outro problema psicológico se encaixe nesta mesma conexão. Muitas vezes tive ocasião de assinalar que a ambivalência emocional, no sentido próprio da expressão - ou seja, a existência simultânea de amor e ódio para os mesmos objetos - jaz na raiz de muitas instituições culturais importantes. Não sabemos nada da origem dessa ambivalência. Uma das pressuposições possíveis é que ela seja um fenômeno fundamental de nossa vida emocional. Mas parece-me bastante válido considerar outra possibilidade, ou seja, que originalmente ela não fazia parte de nossa vida emocional, mas foi adquirida pela raça humana em conexão com o complexo-pai, precisamente onde o exame psicanalítico de indivíduos modernos ainda a encontra revelada em toda a sua força. TOTEM E TABU – O livro Totem e tabu & outros trabalhos, de Sigmund Freud, aborda temas como o horror ao incesto, totemismo, exogamia, tabu e ambivalência emocional, expiação ou purificação, fixação psíquica, ritos de apaziguamento, tabu aos mortos, função do luto, tabu e a neurose, animismo, magia, onipotência dos pensamentos, senso de culpa, deslocamento, perturbações psiconeuróticas, autocensuras obsessivas, animismo, narcisismo, animatismo, o retorno do totemsmo na infância, teorias nominalistas, teorias sociológicas, teorias psicológicas, as fobias, o sacrifício, o totemismo e as religiões, a doutrina do pecado original e um posfácio contendo os interesses científicos, psicológicos, fisiológicos, filosóficos, biológicos, do desenvolvimento, sociológico e educacional da psicanálise, observações e exemplos da prática analítica, sonhos, fausse reconnaissance (déja raconte) no tratamento psicanalítico, Pitágoras, Moises de Michelangelo e um post escript com algumas reflexões sobre psicologia escolar. 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REFERÊNCIA
FREUD, Sigmund. Totem e tabu & outros trabalhos. Rio de Janeiro: Imago, 1996.


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