sábado, agosto 23, 2014

JACK LONDON, BERLIE DOHERTY, NORMA ALEANDRO & CHARLAINE HARRIS

 


SOBREVIVENTE DOS NAUFRÁGIOS – Desde que me vi por gente nas ilhas desertas da solidão, quantos naufrágios na aventura que é viver o dia a dia como se houvesse ousado pelos mares da existência, pelas intermitências nas travessias tropicais, pelo cotidiano entre estações invariavelmente estivais e invernosas, pela vivência da destruição de sonhos e anseios. Quantas mãos surgiram do inopinado para o resgate, poucas, mas valiosas, inesquecíveis. Cada evento com suas feridas marcadas profundamente, as lições subjacentes que sangram ao respirar fundo e se tornam histórias pra contar da vida que, como o mar, está sujeita aos desafios das tempestades e vicissitudes - a rudeza das sombrias incompreensões humanas e suas tensões conflituosas, a implacabilidade da vingança, os perigos e o desafio das profundezas de selvagerias, ah, desvencilhar-se dos apuros, certezas a pique, as ideias em choque, a necessária adaptação. Aprendi a renascer com a sabedoria de ter vivido e tornei-me cada vez mais vivo e em cada momento, desde o despertar amanhecido ao crepúsculo da sonolência. Sabia que escapara porque não seria a vez do fim, mas de uma nova jornada, a coragem revestida, a resiliência em alta, o recomeço árduo e solitário, o caminho pra seguir e sobreviver salvando a própria embarcação corporal, com a serenidade, a paciência e a criteriosa consciência de que novos e sucessivos naufrágios estarão à vista, sábias lições pro aprendizado e a gratidão de experienciar. Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.

 


DITOS & DESDITOS - A história é sempre meio mentirosa... Uma piada trágica... Não, não sou ativista, não sou política...  Há pessoas que optam por pegar o barco e se salvar, e outras que não resistem à tentação de salvar os outros. E pessoas que são capazes de matar outras pessoas para escapar. Estas são grandes decisões pessoais. Elas têm a ver com um lugar, chame-o de consciência. As pessoas podem nem todas entender de política, não é fácil entender o dilema humano e a tragédia humana. Pensamento da atriz e cineasta argentina Norma Aleandro.

 

ALGUÉM FALOU: Um brinde aos livros, as férias mais baratas que você pode comprar... A ficção apenas torna tudo mais interessante. A verdade é tão chata... Você acha que não é a magia que te mantém vivo? Só porque você entende a mecânica de como algo funciona não significa que seja um milagre menor. Que é apenas outra palavra para magia. Todos nós somos mantidos vivos pela magia. Minha magia é um pouco diferente da sua, só isso. Pensamento da escritora estadunidense Charlaine Harris. Veja mais aqui, aqui e aqui.

 

LOBO DO MAR - [...] Ora, se existe alguma oferta e procura, a vida é a coisa mais barata do mundo. Há um limite de água, de terra, de ar; mas a vida que exige nascer é ilimitada. A natureza é uma perdulária. Veja os peixes e seus milhões de ovos. Aliás, olhe para você e para mim. Em nossas entranhas estão as possibilidades de milhões de vidas. Se pudéssemos encontrar tempo e oportunidade e utilizar o último pedaço da vida ainda não nascida que existe em nós, poderíamos nos tornar os pais das nações e povoar os continentes. Vida? Bah! Não tem valor. Das coisas baratas é a mais barata. Em todo lugar ele vai mendigar. A natureza derrama isso com mão generosa. Onde há espaço para uma vida, ela semeia mil vidas, e a vida come a vida até que reste a vida mais forte e mais porca. [...] O homem é inconstante como os ventos e as correntes marítimas. Impossível adivinhar o que ele vai fazer em seguida. Quando você começa a achar que o conhece, quando começa a vê-lo com bons olhos e põe as velas pra vento a favor, ele dá uma volta na sua frente, entra rasgando e arrebenta tudo [...]. Trechos extraídos da obra Lobo do mar (Zahar, 2013), do escritor, jornalista e ativista estadunidense Jack London (1876-1916). A obra mergulha nas profundezas da alma humana ao retratar a vida árdua e solitária dos marinheiros que enfrentam os perigos e desafios do Mar de Bering. Publicado em 1904, o livro segue a jornada de Humphrey Van Weyden, um intelectual sofisticado que se vê em apuros quando seu navio é afundado por um choque com outro barco. Resgatado por uma embarcação liderada pelo brutal capitão Wolf Larsen, Van Weyden é forçado a se adaptar à vida rude e implacável a bordo do navio Fantasma. Larsen, um homem de grande inteligência e força física, é um personagem complexo que desafia as noções convencionais de moralidade e determinismo. Sua luta constante contra a natureza e a sociedade molda o tom sombrio e introspectivo da narrativa. O autor tece uma trama poderosa que explora temas como a natureza humana, a luta pela sobrevivência e a relação do homem com o ambiente natural. A tensão entre os personagens, especialmente entre Van Weyden e Larsen, cria um conflito fascinante que se desenrola ao longo da história. "O Lobo do Mar" é uma obra-prima da literatura americana, conhecida por sua escrita visceral e realista. London habilmente transporta o leitor para o mundo cru e implacável dos marinheiros, onde a linha entre a civilização e a selvageria se torna tênue. É uma leitura intensa e envolvente que cativa desde a primeira página até o final, deixando uma marca duradoura na mente do leitor. Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.

 

POEMA - Aqui reside \ o coração de uma cidade. \ Lá, em suas colinas, jazem \ seus ossos verdes, silenciosos sob \ a confusão de casas e ruas. \ E lá em seus rios correm veios \ que há muito tempo movimentavam seus moinhos. \ Seus longos membros alcançam as \ charnecas. Mas aqui, aqui \ está seu coração palpitante. Poema da escritora, dramaturga e roteirista inglesa Berlie Doherty.

 

OUTRAS DIC’ARTES

 


 Imagem Une Toile, do pintor, roteirista e produtor canadense Pierre Gauvreau (1922-2011)

 

Ouvindo o Concerto nº 1 para violoncelo em mi bemol maior, op. 107, de Dmitri Shostakovich, com a Orquestra Sinfônica de São Paulo, regente Yan Pascal e violoncelo de Antonio Meneses.

 

NELSON RODRIGUES – Hoje comemoramos mais um aniversário de nascimento do polêmico escritor, dramaturgo, jornalista e comentarista de futebol, Nelson Rodrigues (1912-1980). Nossas homenagens aquiaqui.

 

LUIZ FERNANDO PRÔA – Conheci o excelente trabalho literário do poetamigo Luiz Fernando Prôa há muitos anos! Ele é o editor do maravilhoso Alma de Poeta. Dele destaco o seu poema Preferência: “gosto de dar cara a tapa / expor o peito / não ter medo de fogueira / o que me faz a cabeça / é isso que na veia pulsa / a surpresa de quem vai à luta / e degusta a vida / não tenho medo de ridículo / pagar mico é risco / de quem busca o prazer / gosto mesmo é do imprevisto / da alma do momento vivo / viver é o ápice do vício / única droga que insisto”.

 

 

LUIZA SILVA OLIVEIRA – A advogada, atriz e socióloga Luiza Silva Oliveira é autora do livro Afetos Transgressores. Dessa obra destacamos o seu poema Meu Retrato: “Sou / piegas, adocicada e melosa…. / Danem-se os frios de alma, os não escolhidos… / me resguardo / me depuro / me repito / Sou…. / chata, melódica-romântica / me alimento das reminiscências e dos pingos de chuva cristalinos / num céu de trovoadas e / de enchentes mil… / Sou filha das estrelas / e mãe da terra gentil / me comprazo na quietude do saber / e repouso na inquietude das aflições / corro atrás de devaneios e volto prás minhas indagações / pingo de chuva cristalino / filha da terra e das estrelas / caçadora de devaneios / comprazente do saber / retirante do véu do medo / amante por natureza / puta na afeição / dessas dou-me porque quero / não pelo que me dão / e se o afeto vier em trocados / devolvo em ouro de lei / pois sou mulher em caçada / de amor sem regra nem lei”.

 

BÁRBARA LIA – A premiada escritora paranaense Bárbara Lia é autora de livros como O sorriso de Leonardo (2004), Noir (2006), O sal das rosas (2007), A última chuva (2007), Solidão calcinada (2008), entre outras obras. Inclusive já foi destaca nos Poetas do Mês do meu Guia de Poesia. É meritória de aplausos e de pé. Confira mais aqui.

   

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