domingo, novembro 02, 2014

JORGE DE SENA, HABERMAS, TROVA & TROVADORISMO



GLOSA DE GUIDO CAVALCANTI

Porque não espero jamais voltar
À terra em que nasci; porque não espero,
Ainda que volte, de encontrá-la pronta
A conhecer-me como agora sei

Que eu a conheço; porque não espero
Sofrer saudades, ou perder a conta
Dos dias que vivi sem a lembrar
Porque não espero nada, e morrerei

No exílio sempre, mas fiel ao mundo,
Já que de outro nenhum morro exilado;
Porque não espero, do meu poço fundo

Olhar o céu e ver mais que azulado
Esse ar que ainda respiro, esse ar imundo
Por quantos que me ignoram respirado;

Porque não espero contentado.

CARTA A MEUS FILHOS SOBRE OS FUZILAMENTOS DE GOYA

Não sei, meus filhos, que mundo será o vosso.
É possível, porque tudo é possível, que ele seja
aquele que eu desejo para vós. Um simples mundo,
onde tudo tenha apenas a dificuldade que advém
de nada haver que não seja simples e natural.
Um mundo em que tudo seja permitido,
conforme o vosso gosto, o vosso anseio, o vosso prazer,
o vosso respeito pelos outros, o respeito dos outros por vós.
E é possível que não seja isto, nem seja sequer isto
o que vos interesse para viver. Tudo é possível,
ainda quando lutemos, como devemos lutar,
por quanto nos pareça a liberdade e a justiça,
ou mais que qualquer delas uma fiel
dedicação à honra de estar vivo.
Um dia sabereis que mais que a humanidade
não tem conta o número dos que pensaram assim,
amaram o seu semelhante no que ele tinha de único,
de insólito, de livre, de diferente,
e foram sacrificados, torturados, espancados,
e entregues hipocritamente â secular justiça,
para que os liquidasse «com suma piedade e sem efusão de sangue.»
Por serem fiéis a um deus, a um pensamento,
a uma pátria, uma esperança, ou muito apenas
à fome irrespondível que lhes roía as entranhas,
foram estripados, esfolados, queimados, gaseados,
e os seus corpos amontoados tão anonimamente quanto haviam vivido,
ou suas cinzas dispersas para que delas não restasse memória.
Às vezes, por serem de uma raça, outras
por serem de urna classe, expiaram todos
os erros que não tinham cometido ou não tinham consciência
de haver cometido. Mas também aconteceu
e acontece que não foram mortos.
Houve sempre infinitas maneiras de prevalecer,
aniquilando mansamente, delicadamente,
por ínvios caminhos quais se diz que são ínvios os de Deus.
Estes fuzilamentos, este heroísmo, este horror,
foi uma coisa, entre mil, acontecida em Espanha
há mais de um século e que por violenta e injusta
ofendeu o coração de um pintor chamado Goya,
que tinha um coração muito grande, cheio de fúria
e de amor. Mas isto nada é, meus filhos.
Apenas um episódio, um episódio breve,
nesta cadela de que sois um elo (ou não sereis)
de ferro e de suor e sangue e algum sémen
a caminho do mundo que vos sonho.
Acreditai que nenhum mundo, que nada nem ninguém
vale mais que uma vida ou a alegria de té-1a.
É isto o que mais importa - essa alegria.
Acreditai que a dignidade em que hão-de falar-vos tanto
não é senão essa alegria que vem
de estar-se vivo e sabendo que nenhuma vez alguém
está menos vivo ou sofre ou morre
para que um só de vós resista um pouco mais
à morte que é de todos e virá.
Que tudo isto sabereis serenamente,
sem culpas a ninguém, sem terror, sem ambição,
e sobretudo sem desapego ou indiferença,
ardentemente espero. Tanto sangue,
tanta dor, tanta angústia, um dia
- mesmo que o tédio de um mundo feliz vos persiga -
não hão-de ser em vão. Confesso que
multas vezes, pensando no horror de tantos séculos
de opressão e crueldade, hesito por momentos
e uma amargura me submerge inconsolável.
Serão ou não em vão? Mas, mesmo que o não sejam,
quem ressuscita esses milhões, quem restitui
não só a vida, mas tudo o que lhes foi tirado?
Nenhum Juízo Final, meus filhos, pode dar-lhes
aquele instante que não viveram, aquele objecto
que não fruíram, aquele gesto
de amor, que fariam «amanhã».
E. por isso, o mesmo mundo que criemos
nos cumpre tê-lo com cuidado, como coisa
que não é nossa, que nos é cedida
para a guardarmos respeitosamente
em memória do sangue que nos corre nas veias,
da nossa carne que foi outra, do amor que
outros não amaram porque lho roubaram.

AOS CINQUENTA ANOS

Aos cinquenta anos sou um ser perplexo,
Não como aos vinte, aos trinta ou aos quarenta,
Mas radicalmente perplexo. Não sei
Se amo a vida ou a detesto. Se desejo
Ou não desejo continuar vivendo.
Se amo ou não mo aqueles que amo,
Se odeio ou não odeio os que detesto.
Se me quero patriarca, pai de família, como acaba sendo,
Ou se me quero livre pelas ruas noturnas
Como quando não acabei de descobri-las
Em décadas de andá-las, perseguindo
Sequer o amor mas corpos, corpos, corpos.
Sou de Europa ou de América? De Portugal
Ou Brasil? desejo que toda a humanidade
Seja feliz como queira, ou quero que ela morra
Do cogumelo atômico prometido e possível?
Não sei. Definitivamente não sei.
Julgas que estou deitado num leito de rosas?
- perguntava ao companheiro de tortura Cuahutemoc.
Mas, mesmo destituído, preso, e torturado,
Ele era o imperador, descendente dos deuses.
Eu não descendo dos deuses. O corpo dói-me,
Que envelhece. O espírito dói-me de um cansaço físico.
As belezas de alma, seja de quem forem, deixaram de interessar-me.
Resta a poesia que me enoja nos outros
A não ser antigos, limpos agora do esterco
De terem vivo. E eu vivi tanto
Que me parece tão pouco. E hei-de morrer
Desesperado por não ter vivido. Aos 50 anos
Nem sequer a raiva dos outros ainda me sustenta
O gosto e a paciência de estar vivo.
Outros que tentem e descubram:
Que digam ou não digam é-me indiferente.

CAMÕES DIRIGE-SE AOS SEUS CONTEMPORÂNEOS

Podereis roubar-me tudo:
As ideias, as palavras, as imagens,
E também as metáforas, os temas, os motivos,
Os símbolos, e a primazia
Nas dores sofridas de uma língua nova,
No entendimento de outros, na coragem
De combater, julgar, de penetrar
Em recessos de amor para que sois castrados.
E poderes depois não me citar,
Suprimir-me, ignorar-me, aclamar até
Outros ladrões mais felizes.
Não importa nada: que o castigo
Será terrível. Não só quando
Vossos netos não souberem já quem sois
Terão de me saber melhor ainda
Do que fingis que não sabeis,
Como tudo, tudo o que laboriosamente pilhais,
Reverterá para o meu nome. E mesmo será meu,
Tido, por meu, contado como meu,
Até mesmo aquele pouco e miserável
Que, só por vós, sem roubo, havereis feito.
Nada tereis, mas nada: nem os ossos,
Que um vosso esqueleto há-de ser buscado,
Para passar por meu. E para outros ladrões,
Iguais a vós, de joelhos, porem flores no túmulo.

QUEM MUITO VIU

Quem muito viu, sofreu, passou trabalhos,
Mágoas, humilhações, tristes surpresas;
E foi traído, e foi roubado, e foi
Privado em extremo da justiça justa;

E andou terras e gentes, conheceu
Os mundos e submundos; e viveu
Dentro de si o amor de ter criado;
Quem tudo leu e amou, quem tudo foi –

Não sabe nada, nem triunfar lhe cabe
Em sorte como a todos os que vivem.
Apenas não viver lhe dava tudo.

Inquieto e franco, altivo e carinhoso,
Será sempre sem pátria. E a própria morte,
Quando o buscar, há-de encontrá-lo morto.

EM CRETA, COM O MINOTAURO

I

Nascido em Portugal, de pais portugueses,
e pai de brasileiros no Brasil,
serei talvez norte-americano quando lá estiver.
Coleccionarei nacionalidades como camisas se despem,
se usam e se deitam fora, com todo o respeito
necessário à roupa que se veste e que prestou serviço.
Eu sou eu mesmo a minha pátria. A pátria
de que escrevo é a língua em que por acaso de gerações
nasci. E a do que faço e de que vivo é esta
raiva que tenho de pouca humanidade neste mundo
quando não acredito em outro, e só outro quereria que
este mesmo fosse. Mas, se um dia me esquecer de tudo,
espero envelhecer
tomando café em Creta
com o Minotauro,
sob o olhar de deuses sem vergonha.

II

O Minotauro compreender-me-á.
Tem cornos, como os sábios e os inimigos da vida.
É metade boi e metade homem, como todos os homens.
Violava e devorava virgens, como todas as bestas.
Filho de Pasifaë, foi irmão de um verso de Racine,
que Valéry, o cretino, achava um dos mais belos da "langue".
Irmão também de Ariadne, embrulharam-no num novelo de que se lixou.]
Teseu, o herói, e, como todos os gregos heróicos, um filho da puta,
riu-lhe no focinho respeitável.
O Minotauro compreender-me-á, tomará café comigo, enquanto
o sol serenamente desce sobre o mar, e as sombras,
cheias de ninfas e de efebos desempregados,
se cerrarão dulcíssimas nas chávenas,
como o açúcar que mexeremos com o dedo sujo
de investigar as origens da vida.

III

É aí que eu quero reencontrar-me de ter deixado
a vida pelo mundo em pedaços repartida, como dizia
aquele pobre diabo que o Minotauro não leu, porque,
como toda a gente, não sabe português.
Também eu não sei grego, segundo as mais seguras informações.
Conversaremos em volapuque, já
que nenhum de nós o sabe. O Minotauro
não falava grego, não era grego, viveu antes da Grécia,
de toda esta merda douta que nos cobre há séculos,
cagada pelos nossos escravos, ou por nós quando somos
os escravos de outros. Ao café,
diremos um ao outro as nossas mágoas.

IV

Com pátrias nos compram e nos vendem, à falta
de pátrias que se vendam suficientemente caras para haver vergonha]
de não pertencer a elas. Nem eu, nem o Minotauro,
teremos nenhuma pátria. Apenas o café,
aromático e bem forte, não da Arábia ou do Brasil,
da Fedecam, ou de Angola, ou parte alguma. Mas café
contudo e que eu, com filial ternura,
verei escorrer-lhe do queixo de boi
até aos joelhos de homem que não sabe
de quem herdou, se do pai, se da mãe,
os cornos retorcidos que lhe ornam a
nobre fronte anterior a Atenas, e, quem sabe,
à Palestina, e outros lugares turísticos,
imensamente patrióticos.

V

Em Creta, com o Minotauro,
sem versos e sem vida,
sem pátrias e sem espírito,
sem nada, nem ninguém,
que não o dedo sujo,
hei-de tomar em paz o meu café.

JORGE DE SENA (1919-1978)– Nasceu em Lisboa e morreu em Santa Bárbara, nos Estados Unidos. Formado em Engenharia pela Universidade do Porto, foi professor catedrático em São Paulo e em Santa Bárbara, autor de livros como Perseguição (1942), Coroa da terra (1946), Pedra Filosofal (1950), As evidencias (1955), Fidelidade (1958), Metamorfoses (1963), Exorcismos (1972), entre outros.

REFERÊNCIAS
HORTAS, Maria de Lourdes. Poetas portugueses contemporâneos. Recife: Pirata, 1985.
NEJAR, Carlos. Poesia portuguesa contemporânea.São Paulo: Massao Onno/Roswitha Kempf, 1985.

DIREITO E DEMOCRACIA – A obra Direito e democracia, do filósofo e sociólogo alemão Jürgen Habermas é composta de dois volumes. O primeiro volume aborda o direito como categoria de mediação social entre faticidade e validade, conceitos da sociologia do direito e da filosofia da justiça, o sistema dos direitos, os princípios do Estado de Direito, indeterminação do direito e racionalidade da jurisdição, justiça e legislação e sobre o papel e a legitimação da jurisdição constitucional. O segundo volume trata sobre a política deliberativa e conceito procedimental da democracia, o papel da sociedade civil e da esfera pública política, paradigmas do direito, direito e moral, soberania do povo como processo e cidadania e identidade nacional. REFERÊNCIA: HABERMAS, Jürgen. Direito e democracia: entre faticidade e validade. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1997. Veja mais aqui e aqui.

O TROVADORISMO, A TROVA E OS TROVADORES: A TROVA – O étimo trova é oriundo do provençal trobar e do latim tropare, com o significado de inventar, compor tropos que, por sua vez, é oriundo do grego tropos que significa volta, desvio, mudança, translação; e também do latim tropus, consistindo na translação de sentido de uma palavra ou expressão, de modo que passa a ser empregada em sentido diverso do que lhe é próprio. Durante a Idade Média galaico-portugusa, o vocábulo trova era sinônimo de cantiga e, portanto, designava toda espcie de poema em que se produzia aliança entre a letra e a música. Nos séculos XV e XVI, a palavra trova, feminino formado do verbo trovar, tinha um significado popular. A partir do século XVI, com a desvinculação havida entre as palavras e a pauta musical, o termo fixou-se como equivalente de quadrinha. A quadrinha: denomina-se trova ou quadrinha ao poema de quatro versos, geralmente setissílabos, ou redondilha maior. Resumida, simples, completa, objetiva, versátul em sua mensagem, a trova é concorridíssimo formato de apresentação poética, desde a sertaneja, passando pela popular e erudita. De caráter variado, entre o cômico e satírico, comporta o romântico, o dramático e o filosófico. São requisitos exigidos à trova ou quadrinha conter sete silabas poéticas (redondilha maior), ou cinco sílibadas (redondilha menor) em cada verso. O esquema rítmico é ABAB ou ABCB, sendo que, no segundo caso, os versos de rimas A e C  são brancos, ou seja, sem rimas entre si. Além disso, deve conter mensagem completa, de entendimento universal. TROVADORISMO – Movimento poético iniciado no século XI, na Provença, e difundido pela Península Ibérica, Itália e Alemanha, entre os séculos XII e XIV. A origem do lirismo medieval aponta pra as influencias ovidianas, vindas da poesia latina medieval e influencias da mariologia que seria secularizado, transformada em culto da dama; discutem-se as influencias árabes no lirismo provençal e ibérico, admitindo-se como fonte a canção popular dos próprios povos europeus. O nascimento da lírica trovadoresca vincula-se às modificações dos costumes no princípio da Alta Idade Média: os senhores feudais, recolhidos nos seus castelos e usufruindo os ócios que a propseridade e a paz condinavam, entraram a estumular as atividades culturais, par a par com o requinte social, despontava o gosto pela poesia, música, pintura, artes manuais, entre outras. Nesse ambiente aristocrático, os trovadores acompanhados de um segrel, menestrel ou jogral, e de instrumentos musicais como o alaúde, o saltério, a viola, a exabeba ou outros, entretinham os saraus com as suas cantigas, nas quais, estabelecendo o consórcio da letra com a música, exaltavam delícias de amor. Desde a contemplação platonizante, que espiritualiza a mulher, até o intercurso carnal, todas as fases do comércio amoroso eram descritas e glosadas: fenhedor é o que suspira, precador, pede, suplica, entendedor, namorado, drut ou drudo, amante. O sentimento afetivo, tornado obsessivo, subordinava-se a um rígido código e às prescrições das cortes de amor. O trovador, obediente a estritas normas de cortesia – o amor cortês -, rendia vassalagem à dama (o serviço amoroso), prometendo servi-la e respeitá-la fielmente, ser discreto embora ciumento, empalidecer na sua presença, perturbar-se interiormente, ser temeroso de não ser correspondido, nada recusar à dama eleita, ter a sua imagem sempre na memória, ser paciente, humilde, atencioso, polido, cortes, não fazer confidências, desdenhar as glorias do mundo pelo amor à dama, não dar ouvidos a intrigantes, sofrer calado, mencionar comedidamente o seu amor (mesura), a fim de não incorrer no desagrado (sanha) da bem-amada. Essa causística amorosa, na qual se pode entrever o influxo do culto a Nossa Senhora, pressupunha que o trovador estivesse entregue ao sentimento pela dama, carpindo um sofrimento sem remissão: tinha-se desse modo, a cantiga de amor. Quando a relação se efetuava com uma jovem do povo, a coita amorosa transferia-se para ela, e a cantiga se dizia de amigo. Ainda se cultivava a sátira, sirventês ou tenção, cantiga de escárnio e de maldizer. A produção trovadoresca encontra-se reunida nos cancioneiros. A despeito das varias teses apresentadas, a origem do lirismo trovadoresco encerra um enigma: a arábica; a médio-latinista, segundo a qual a gênese estaria no latim medieval; a folclórica, que atribui ao povo a paternidade da lírica occitânica; a litúrgica, que põe ênfase nas formas poéticas desenvolvidas no interior da igreja ao longo da Idade Média. De fato, nenhuma, de per si, satisfaz, os estudiosos não raro inclinam-se a admitir uma solução eclética. O trovadorismo influenciou diretamente a balada inglesa, a poesia lírica alemã mais conhecida como lied, a do árabe espanhol, o rondeau francês, o Trecento italiano, sistematizando uma série de gêneros, tais como o debate, a pastorela, balada, cancion com envio, alba, sirvantês ou canção satírica. Observa-se que a literatura provençal possibilitou a criação da poesia lírica que dominará a Europa por séculos. TROVADOR - O trovador, troveiro ou trovista é o aytor de trovas, no sentido moderno do termo. A trobairitz é a trovadora. Designava na lírica trovadoresca, o poeta que compunha a letra e a melodia das cantigas e também as executava, acompanhado de instrumento musical. Pertencia, as mais das vezes, à aristocracia ou era fidalgo decaído: é precisamente a condição de nobre que lhe explica a múltipla capacidade, pois ao talento individual acrescentava o estudo das regras da Retórica, da Poética e da Música. O vocábulo na sua forma originária e refletindo a expansão da moda provençal, entrou a ser cultivado no século XI. A poesia dos trovadores galego-portugueses deve a sua feição especial à influência popular dos seus os principais trovadores, como Nuno Fernandes Tonel, João Zorro, Pero Meogo, Martim Codax, Airas Nunes, entre outros. Além desses destacam-se o erotismo moderno de Bernard de Ventadour que é considerado o amante exaltado de Eleonora de Aquitania e Hermengarda de Narbonne. Também o erudito e formalista Arnaut Daniel, o guerreiro furioso e raptor de mulheres Bertran de Born, o autor da história literária versificada de Peire d´Auvergne e as canções heterodoxas de Peire Cardenal. A poesia dos trovadores alcançou êxito internacional entre a literatura latina e a Renascença italiana, como a poesia profana ocidental, contando a lenda pessoal dos amores e desgraças, o cantar de amor, os cancioneiros da Ajuda, da Vaticana e do Códex Colocci-Brancutti, o cancioneiro geral de Garcia de Resende, as canções espirituosas de Neidhart Von Reuental, o Roman courtois de Chrétien de Troyes, a gesta romanorum e de Charlemagne, a gesta de Perceval e do Santo Gral, as figuras romanescas de Lancelot e Guinevere, Tristão e Isolda, o ciclo de Tróia, Em suma, a literatura aristocrática medieval fortaleceu a unidade europeia que o latim litúrgico tinha criado entre as nações principais, como os italianos e franceses, espanhóis e portugueses, provençais e catalães, ingleses, alemãos e holandeses, estendendo-se às fronteiras literárias da Europa até a Dinamarca, Suécia, Noruega e Islândia preparando a ocidentalização futura dos eslavos. Veja mais aqui e aqui.

REFERÊNCIAS
BRASIL, Assis. Vocabulário técnico de literatura. São Paulo: Ediouro, 1979.
CARPEAUX, Otto Maria. História da literatura ocidental. Rio de Janeiro: Alhambra, 1978.
CARRASCO, J. Martines. Aos futuros poetas: aspectos didáticos do poema, silabação poética, versos, glossário de terminologia e conceitos. Itau/SP: Ottoni, 2006.
CASCUDO, Luis da Câmara. Literatura oral no Brasil. Belo Horizonte/São Paulo: Itatiaia/EdUsp, 1984.
______. Vaqueiros e cantadores. Belo Horizonte/São Paulo: Itatiaia/EdUsp, 1984.
GOLDSTEIN, Norma. Versos, sons, ritmos. São Paulo: Ática, 1991.
KORYTOWSKI, Ivo. Manual do poeta. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2008.
MOISÉS, Massaud. Dicionário de termos literários. São Paulo: Cultrix, 2004.
POUND, Ezra. A arte da poesia. São Paulo: Cultrix, 1976.


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Do que foi pro que é quase nada, Friedrich Nietzsche, Vaughan Williams & Suzanne Valadon aqui.

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Coisas do sentir que não pra entender, A República de Cícero, Emil Nolde & Nivian Veloso aqui.
A carta do barbeiro & Leda Catunda aqui.
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