DITOS
E DESDITOS – A única
convicção que tenho é a de que não tenho convicção nem certeza alguma.
Imagem: escultura do artista plástico, professor, poeta, escultor, gravurista e ceramista pernambucano Abelardo da Hora (1924-2014).
Ouvindo: Qui nem jiló, de Luís Gonzaga e Humberto Teixeira, numa interpretação de anos, apenas ao violão, da cantoramiga Eliane Ferraz.
O
HOMEM QUE ENGARRAFAVA NUVENS
– Belíssimo documentário de 2009, produzido pela filha do homenageado, Denise
Dummont, e dirigido por Lírio ferreira, em homenagem ao advogado, poeta,
político e compositor Humberto Cavalcanti Teixeira (1915-1979),
grande parceiro de Luís Gonzaga, o Rei do Baião. O filme é tocante e
maravilhoso, principalmente pela oportunidade de rever cenas de antanho e da
lindíssima Denise homenageando seu pai. Veja mais aqui.
EXCESSO
DE INFORMAÇÃO PROVOCA AMNÉSIA
– Em uma entrevista concedida a um veículo da imprensa brasileira, o escritor e
semiólogo Umberto Eco, esbravejou: “A internet é perigosa para o ignorante
porque não filtra nada para ele. Ela só é boa para quem já conhece – e sabe
onde está o conhecimento. A longo prazo, o resultado pedagógico será dramático.
Veremos multidões de ignorantes usando a internet para as mais variadas
bobagens: jogos, bate-papos e busca de notícias irrelevantes.[...] Seria preciso criar uma teoria da filtragem.
Uma disciplina prática, baseada na experimentação cotidiana com a internet.
Fica aí uma sugestão para as universidades: elaborar uma teoria e uma
ferramenta de filtragem que funcionem para o bem do conhecimento. Conhecer é
filtrar. Veja mais aqui.
A
PANE DE DÜRRENMATT – Quando
li A pane, do escritor e dramaturgo suíço Friedrich Dürrenmatt (1921-1990),
tomei um susto! Veja como ele começa sua narrativa: Haverá, ainda, histórias possíveis! Temas para escritores? Aquele que
não quiser falar em si, generalizar seu eu de modo romântico, lírico, que não
quiser sentir a obrigação de relatar, com absoluta veracidade, suas esperanças
e fracassos, dissertar sobre a sua maneira de agradas às mulheres, como se a
veracidade transportasse tudo isso para o campo geral em vez de para o da
medicina ou, quando muito, da psicologia; àquele que não quiser proceder assim,
tendo o assunto diante de si como o escultor a seu material, trabalhar e se
desenvolver nele e, como uma espécie de clássico, tentar não desesperar-se
logo, embora seja quase impossível negar o absurdo que surge sempre; aí, então,
o escrever se torna mais difícil, raro e também inútil. [...] E se o autor se
recusar, mais e mais obstinadamente a uma produção dessas, por estar ciente de
que o motivo de sua história existe nele, em seu consciente e inconsciente,
dosado em relação a cada caso, em sua crença e dúvida, e pense também que
justamente isso não é da conta do público, sendo suficiente o que escreve,
realiza e dá forma; que mostre, de modo agradável, apenas a superfície e
somente nela trabalhe; deverá calar-se quanto ao mais, sem comentários e
conversa fiada? Se chegar a essa conclusão, irá deter-se, vacilar, sem saber
como agir; isso por certo, é inevitável. Surge, então, a desconfiança de que
não há mais nada a contar, e a renúncia é, seriamente, considerada. Talvez
ainda sejam possíveis algumas sentenças. Alem delas, porem, apenas um giro no
campo da biologia, com o intuito de, ao menos em pensamento, aproximar-se da
explosão da humanidade, dos bilhões que avançam, da ininterrupta produção dos
úteros; ou no da física, da astronomia, visando, a bem da ordem, prestar contas
do andaime onde oscilamos. [...] Por este mundo de panes segue o nosso caminho,
em cuja beira poeirenta, junto ao reclame de sapatos Bally, Studebaker, sorvete
e de cruzes marcando acidentes, ainda existem algumas histórias possíveis, onde
através de um rosto comum a humanidade espreita e azar sem propósito se generaliza,
tribunal e justiça se tornam visíveis, talvez até clemência, refletida por
acaso no monóculo de um ébrio (Friedrich Dürrenmatt, A pane. Rio de Janeiro: Globo, 1964). Veja mais aqui.
Veja mais sobre:
Literatura: Modernidade x Pós-Modernidade
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Crença, Gabrielle D´Annunzio, Jack
Kerouac, Al Jarreau, José Antônio da Silva, Edgar Rice Burroughs, Benício,
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