Imagem: da exposição Pictórico Frevo do artista plástico
pernambucano Rinaldo Lima.
Ouvindo Ninho de Vespa (Independente, 2013), da SpokFrevo Orquestra.
MOMENTO DE REFLEXÃO: “O
brasileiro tem fome de ética e passa fome por falta de ética!” – do
sociólogo e ativista dos direitos humanos, Herbert
de Souza – Betinho (1935-1997), que dedicou sua ação ao projeto de Ação da
Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida. Veja mais aqui.
O REI MENOS O REINO – O poeta, tradutor e ensaísta
brasileiro Augusto de Campos, foi um
dos criadores da poesia concreta brasileira, ao lado do seu irmão, o poeta e
tradutor Haroldo de Campos (1929-2003) e do poeta, ator, ensaísta, professor e
tradutor Décio Pignatari (1927-2012). Esse movimento tem como marco estético o
ano de 1956, com uma pesquisa de formas e de linguagens nunca empreendida
antes. Augusto publicou seu primeiro livro O
rei menos o reino (1951), seguindo-se Poetamenos
(1953), Cidade/City/Cité (1964), Equivocábulos (1970), Colidouespaço (1971), Viva Vaia (1971), Poesia, Antipoesia, Antropofagia (1978), Despoesia (1994), Não
(2004), além de traduzir Mallarmé, James Joyce, Ezra Pound, Maiakóvsky, Cummins
e Arnaut Daniel, entre outros. Sendo um dos fundadores da revista Noigandres,
definiu o movimento: “Com recursos
drásticos como a abolição ou a redução da sintaxe discursiva e a ênfase na
comunicação visual, criamos uma poesia Elemental e Elemental, simultaneamente
sofisticada e primitiva, para virar a mesa da poesia. Ao mesmo tempo, adotamos
uma língua geral, ou melhor, um código geral, que obrigava à leitura do texto
no original, mas facilitava o acesso ao idioma com um vocabulário reduzido. Em
suma, fizemos com a nossa língua uma espécie de esperanto poético, que nos permitia
intervir literariamente em dimensão internacional e inverter a situação,
passando de influenciados a influenciadores. O fato é que, depois da Exposição
de 1956, em São Paulo, japoneses e ingleses, tchecos e iugoslavos (europeus e
americanos) começaram a expor poemas concretos e a publicar antologias dessa
poesia, em que figuravam como paradigmas os nossos poemas, tornados facilmente
acessíveis com pequenos glossários de português básico”. Veja mais aqui.
TEMPO DE
MORRER –
No livro Novas veredas da psicologia
social (Educ/Brasiliense, 1995), organizado pela psicóloga e professora
Silvia Lane (1933-2006) e pela socióloga e psicóloga Bader Burihan Sawaya, reúne onze ensaios penetrantes que analisam a
complexidade das relações entre o homem e a sociedade, colocados numa nova
dimensão pela globalização e pela busca de uma vida digna, apresentando os
avanços da teoria laneana, proporcionados pelos resultados de pesquisas e pela
influência da teoria de Vygotsky, de Agness Heller e de Wallon. Entre os
ensaios, encontra-se Dimensão
ético-afetiva do adoecer da classe trabalhadora, resultado de uma pesquisa
participante de Sawaia numa favela de São Paulo, envolvendo um grupo de
mulheres que, segundo a autora, “[...] sofrem
a falta de amparo externo (falta de controle absoluto sobre o que ocorre) e a
falta de amparo subjetivo (falta de recursos emocionais para agir)”,
refletindo sobre o processo saúde-doença, a partir do referencial da Psicologia
Social Comunitária sobre o sofrimento psicossocial e o tempo de morrer que,
segundo a autora, “[...] é caracterizado
pela falta de recursos emocionais, de força para agir e pensar e pelo desânimo
em relação à própria competência. É um autoabandono aos próprios recursos
internos, e a consciência de que nada se pode fazer para melhorar seu estado. É
a cristalização da angustia. O comportamento emocional que caracteriza o tempo
de morrer pode ser definido como um estado letárgico de apatia, que vai
ocupando o lugar das emoções até anulá-las totalmente, um estado de tristeza
passiva que transforma o mundo numa realidade efetivamente neutra, reduzindo o
indivíduo ao zero afetivo. No tempo de morrer, o sofrimento é a vivência
depressiva que condensa os sentimentos de indignidade, inutilidade e
desqualificação. Ele é dominado pelo cansaço que se origina dos esforços
musculares e da paralisação da imaginação e do adormecimento intelectual
necessário à realização de um trabalho sem sentido e que não cumpre sua função
de evitar a fome. Para a maioria delas, o inicio da vida não coincide com o
momento do nascimento, mas com o inicio do tempo de viver que é a superação do
tempo de morrer, ao qual estão aprisionadas desde o nascimento. Tempo de viver
é o tempo de agir com mais coragem e audácia, é tempo em que se despertam as
emoções, quer sejam elas positivas ou negativas. O tempo de viver não se
confunde com o bem, ele é um tempo de convite à vida, mesmo sendo uma vida
sofrida. E o momento da transformação das relações objetivas que aprisionam as
emoções, a aprendizagem, a humanidade e a sensação de impotência se transforma
em energia e força para lutar. Tempo de viver não é o tempo do desaparecimento
da angustia, aliás nunca se chega a isto. Trata-se de tornar possível a luta
contra ela, para resolvê-la e ir em direção a outra angustia [...] A frase mais reveladora do sofrimento
psicossocial ouvida durante a pesquisa na favela foi a da vice presidente da
Associação de Moradores: Bader, a gente tinha ideia, sabia que faltava água,
luz, comida... mas não tinha força para lutar. As mulheres faveladas demonstraram
que só a revelação da pobreza e de seus nexos não altera uma situação real. O
pensamento não é autônomo, descolado do empírico. É no seu encadeamento com as
condições materiais de existência que se vislumbram possibilidades de saltos
qualitativos, em direção à consciência crítica”. Veja mais aqui.
THE WALL - O escritor, ator,
produtor e diretor de cinema inglês, Sir Alan
William Parker produziu o filme Pink
Floyd The Wall (1982), baseado no álbum da banda. O roteiro foi escrito
pelo vocalista e baixista da banda Roger Waters, com animação do cartunista
político Gerald Scarfe e protagonizado pelo músico e ator Bob Geldof da banda
punk The Boomtown Rats, que vive a
personagem de um roqueiro que se encontra com comportamento depressivo. Trata
da construção de um muro imaginário que reflete a superação da vida a qualquer
obstáculo. O destaque de todo o filme são as cenas que ilustram as canções,
notadamente o grande sucesso da banda Another
brick in the wall. Veja mais aqui.
AOS VIVOS & PULSAR POÉTICO – Tenho acompanhado há bastante
tempo o extraordinário trabalho da poeta, atriz, clown e produtora Graça Carpes, e tenho cada vez mais
admirado seu talento. Ela edita o blog PulsarPoético do qual destaco o seu Aos
Vivos: as
pessoas vão embora assim / no sopro suave dos ventos / dobram a esquina do
tempo / carregadas depois em / carreatas de / anjos dourados / os vejo / no céu
em forma de nuvens / acenando e sorrindo / nem aí para as lágrimas que descem
ao chão / egoísmo puro egoísmo / essa coisa de morrer / um brinde aos que
nascem / e a tudo o que está vivo / inclusive / à memória dos que já tenham ido
/ e aos convívios / do agora / eu brindo. E como todo dia é dia mulher, hoje é dia de
Graça Carpes. Veja mais aqui.
Veja mais sobre:
Educação Infantil, Nauro Machado, Sergei Rachmaninoff,
Abraham Maslow, Luz del Fuego, Edgar Leeteg, Lucélia Santos, A pesca das
mulheres & J. Lanzelotti aqui.
E mais:
As trelas do Doro aqui.
Entre as pinoias duns dias de antanho & John La Farge aqui.
As trelas do Doro: o desmantelo da
paixonite arrebentadora aqui.
A menina morta, o pai assassino, Dalton Trevisan, Caetano Veloso, Ute Lemper,
Jemima Kirke, Jeff Koons, Dani Acioli & Cada um sabe a dor e a delícia de
ser o que é aqui.
A avareza perde valia quando a vida vai
pro saco, Saúde no
Brasil, Vik Muniz, Júnior Almeida & Nada satisfaz e a querer sempre mais e
mais aqui.
Entre o científico-racional e o
estético-emocional, Gert Eilenberger, Wesley Duke Lee, Chico Mário,
Delphin Enjolras & Otto Stupakoff aqui.
Quem vai pra chuva é pra se molhar, Pierre Weil, Jasper Johns, José Miguel
Wisnik, George Segal & Na lei da competição só se colabora pra vencer, o
resto é conversa pra boi dormir aqui.
Sobrevivente de dezembro a dezembro, Björk, Michael Haneke, Odawa Sagami,
Elfriede Jelinek, Isabelle Huppert, Márcia Porto & Quem sabe tudo dará
certo até certo ponto ou não aqui.
O xote no auto de natal, Rubem Braga, Ernesto Nazareth &
Maria Teresa Madeira, Wilhelm Marstrand & Aprendendo a viver com a lição do
natal aqui.
História sem fim, William Holman Hunt & Max Ernst aqui.
William Shakespeare, Hans Christian
Andersen, Émile Zola, Giovani Casanova, Emmylou Harris, Harriet Hosmer, Rainha
Zenóbia, Max Ernst & Contos de Magreb aqui.
A poesia de Maria Esther Maciel aqui.
Uma arenga de escritores: qualquer
criança pode fazer,
Bernard Shaw, Anton Walter Smetak, Costa-Gavras, Burrhus Frederic Skinner, Ivan
Pavlov, Olga Benário, Kazimir Malevich, Irene Pappás, Herbert George Wells,
Camila Morgado & Pegada de Carbono aqui.
Gilles Deleuze & Félix Guattari,
Catarina Eufémia, Peter Gabriel, Sam Mendes & Mena Suvari, Vicente Caruso,
História do Rádio, Sandra Fayad, Janne Eyre Melo Sarmento, Psicopatologia &
memória aqui.
A Utopia Humana, Alfred Adler, Carybé,
Rogério Duprat, Charles Dickens, Hector Babenco, Sônia Braga & Tchello
D´Barros aqui.
Martin Buber, Saló & Pier Paolo
Pasolini, Vangelis, Abelardo & Heloisa, Julio Verne & Rick Wakeman,
Gustave Courbert & Arriete Vilela aqui.
Quando te vi, Christopher Marlowe, Mary Leakey,
Duofel, François Truffaut, Dona Zica, Darren Aronofsky & Natalie Portman,
Ewa Kienko Gawlik & Haim G. Ginott aqui.
&
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Leitora Tataritaritatá!
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.