sábado, fevereiro 14, 2015

SPOKFREVO, BETINHO, AUGUSTO DE CAMPOS, SAWAYA, THE WALL, RINALDO LIMA & GRAÇA CARPES

Imagem: da exposição Pictórico Frevo do artista plástico pernambucano Rinaldo Lima.

Ouvindo Ninho de Vespa (Independente, 2013), da SpokFrevo Orquestra.



MOMENTO DE REFLEXÃO: “O brasileiro tem fome de ética e passa fome por falta de ética!” – do sociólogo e ativista dos direitos humanos, Herbert de Souza – Betinho (1935-1997), que dedicou sua ação ao projeto de Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida. Veja mais aqui.

O REI MENOS O REINO – O poeta, tradutor e ensaísta brasileiro Augusto de Campos, foi um dos criadores da poesia concreta brasileira, ao lado do seu irmão, o poeta e tradutor Haroldo de Campos (1929-2003) e do poeta, ator, ensaísta, professor e tradutor Décio Pignatari (1927-2012). Esse movimento tem como marco estético o ano de 1956, com uma pesquisa de formas e de linguagens nunca empreendida antes. Augusto publicou seu primeiro livro O rei menos o reino (1951), seguindo-se Poetamenos (1953), Cidade/City/Cité (1964), Equivocábulos (1970), Colidouespaço (1971), Viva Vaia (1971), Poesia, Antipoesia, Antropofagia (1978), Despoesia (1994), Não (2004), além de traduzir Mallarmé, James Joyce, Ezra Pound, Maiakóvsky, Cummins e Arnaut Daniel, entre outros. Sendo um dos fundadores da revista Noigandres, definiu o movimento: “Com recursos drásticos como a abolição ou a redução da sintaxe discursiva e a ênfase na comunicação visual, criamos uma poesia Elemental e Elemental, simultaneamente sofisticada e primitiva, para virar a mesa da poesia. Ao mesmo tempo, adotamos uma língua geral, ou melhor, um código geral, que obrigava à leitura do texto no original, mas facilitava o acesso ao idioma com um vocabulário reduzido. Em suma, fizemos com a nossa língua uma espécie de esperanto poético, que nos permitia intervir literariamente em dimensão internacional e inverter a situação, passando de influenciados a influenciadores. O fato é que, depois da Exposição de 1956, em São Paulo, japoneses e ingleses, tchecos e iugoslavos (europeus e americanos) começaram a expor poemas concretos e a publicar antologias dessa poesia, em que figuravam como paradigmas os nossos poemas, tornados facilmente acessíveis com pequenos glossários de português básico”. Veja mais aqui

TEMPO DE MORRER – No livro Novas veredas da psicologia social (Educ/Brasiliense, 1995), organizado pela psicóloga e professora Silvia Lane (1933-2006) e pela socióloga e psicóloga Bader Burihan Sawaya, reúne onze ensaios penetrantes que analisam a complexidade das relações entre o homem e a sociedade, colocados numa nova dimensão pela globalização e pela busca de uma vida digna, apresentando os avanços da teoria laneana, proporcionados pelos resultados de pesquisas e pela influência da teoria de Vygotsky, de Agness Heller e de Wallon. Entre os ensaios, encontra-se Dimensão ético-afetiva do adoecer da classe trabalhadora, resultado de uma pesquisa participante de Sawaia numa favela de São Paulo, envolvendo um grupo de mulheres que, segundo a autora, “[...] sofrem a falta de amparo externo (falta de controle absoluto sobre o que ocorre) e a falta de amparo subjetivo (falta de recursos emocionais para agir)”, refletindo sobre o processo saúde-doença, a partir do referencial da Psicologia Social Comunitária sobre o sofrimento psicossocial e o tempo de morrer que, segundo a autora, “[...] é caracterizado pela falta de recursos emocionais, de força para agir e pensar e pelo desânimo em relação à própria competência. É um autoabandono aos próprios recursos internos, e a consciência de que nada se pode fazer para melhorar seu estado. É a cristalização da angustia. O comportamento emocional que caracteriza o tempo de morrer pode ser definido como um estado letárgico de apatia, que vai ocupando o lugar das emoções até anulá-las totalmente, um estado de tristeza passiva que transforma o mundo numa realidade efetivamente neutra, reduzindo o indivíduo ao zero afetivo. No tempo de morrer, o sofrimento é a vivência depressiva que condensa os sentimentos de indignidade, inutilidade e desqualificação. Ele é dominado pelo cansaço que se origina dos esforços musculares e da paralisação da imaginação e do adormecimento intelectual necessário à realização de um trabalho sem sentido e que não cumpre sua função de evitar a fome. Para a maioria delas, o inicio da vida não coincide com o momento do nascimento, mas com o inicio do tempo de viver que é a superação do tempo de morrer, ao qual estão aprisionadas desde o nascimento. Tempo de viver é o tempo de agir com mais coragem e audácia, é tempo em que se despertam as emoções, quer sejam elas positivas ou negativas. O tempo de viver não se confunde com o bem, ele é um tempo de convite à vida, mesmo sendo uma vida sofrida. E o momento da transformação das relações objetivas que aprisionam as emoções, a aprendizagem, a humanidade e a sensação de impotência se transforma em energia e força para lutar. Tempo de viver não é o tempo do desaparecimento da angustia, aliás nunca se chega a isto. Trata-se de tornar possível a luta contra ela, para resolvê-la e ir em direção a outra angustia [...] A frase mais reveladora do sofrimento psicossocial ouvida durante a pesquisa na favela foi a da vice presidente da Associação de Moradores: Bader, a gente tinha ideia, sabia que faltava água, luz, comida... mas não tinha força para lutar. As mulheres faveladas demonstraram que só a revelação da pobreza e de seus nexos não altera uma situação real. O pensamento não é autônomo, descolado do empírico. É no seu encadeamento com as condições materiais de existência que se vislumbram possibilidades de saltos qualitativos, em direção à consciência crítica”. Veja mais aqui.


THE WALL - O escritor, ator, produtor e diretor de cinema inglês, Sir Alan William Parker produziu o filme Pink Floyd The Wall (1982), baseado no álbum da banda. O roteiro foi escrito pelo vocalista e baixista da banda Roger Waters, com animação do cartunista político Gerald Scarfe e protagonizado pelo músico e ator Bob Geldof da banda punk The Boomtown Rats, que vive a personagem de um roqueiro que se encontra com comportamento depressivo. Trata da construção de um muro imaginário que reflete a superação da vida a qualquer obstáculo. O destaque de todo o filme são as cenas que ilustram as canções, notadamente o grande sucesso da banda Another brick in the wall. Veja mais aqui.


AOS VIVOS & PULSAR POÉTICO – Tenho acompanhado há bastante tempo o extraordinário trabalho da poeta, atriz, clown e produtora Graça Carpes, e tenho cada vez mais admirado seu talento. Ela edita o blog PulsarPoético do qual destaco o seu Aos Vivos: as pessoas vão embora assim / no sopro suave dos ventos / dobram a esquina do tempo / carregadas depois em / carreatas de / anjos dourados / os vejo / no céu em forma de nuvens / acenando e sorrindo / nem aí para as lágrimas que descem ao chão / egoísmo puro egoísmo / essa coisa de morrer / um brinde aos que nascem / e a tudo o que está vivo / inclusive / à memória dos que já tenham ido / e aos convívios / do agora / eu brindo. E como todo dia é dia mulher, hoje é dia de Graça Carpes. Veja mais aqui.



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