segunda-feira, março 30, 2015

HANNAH, VERLAINE, GOYA, THIAGO DE MELLO, KLEIN, ZÉ CELSO, VAN GOGH, CHAPMAN, MÉRY LAURENT, REDS, CANTARAU & PAULO CESAR BARROS!!!


CANTARAU – Pá! Sou som. Lá sou tom: lavratura. Na noite escura eu sou o sol. E ao redor, a voz difusa é manhã cheia. Lá vem colcheia: é um refrão de um brilho. E um estribilho dá-se no voo e tudo pode no acorçoo em novo acorde abissal. Faz-se sarau na pedra dura. E a estrutura vai-se sem nau. De mim eu sigo o meu devir pra ir de si a migo. E vou a vau: a pontaria. A cantoria é meu aval. E como tal vem um fonema, quando o poema toma grau. Bingo! Um cantarau nasceu domingo (Cantarau, Luiz Alberto Machado). Veja mais aqui.

Imagem: La Maja Desnuda, do pintor e gravador espanhol Francisco de Goya (1746-1828). Veja mais aqui.

Ouvindo Collection (2001) da cantora e compositora estadunidense Tracy Chapman.

A CONDIÇÃO HUMANA – O livro A condição humana, da filósofa política alemã de origem judaica Hannah Arendt (1906-1975), trata da condição humana desde a Grécia Antiga até a modernidade europeia, por meio de um relato minucioso acerca da evolução e desenvolvimento histórico dos contextos da essência humana,  a partir de uma análise acerca da Vita Activa e a condição humana, a distinção entre o labor e o trabalho e ação, o político, o público, o privado, o social, a questão proletária, a degradação e a banalização de conceitos, o homem moderno, cada vez mais alienado e apolítico, a crescente apolitização do homem, a condição humana diz respeito às formas de vida que o homem impõe a si mesmo para sobreviver, como condições que tendem a suprir a existência do homem e que variam de acordo com o lugar e o momento histórico do qual o homem faz parte, o condicionamento pelos atos e pelo que se pensa e sente, condicionamento pelo contexto histórico delineado pela cultura, amizades e família, o labor como processo biológico necessário para a sobrevivência do indivíduo e da espécie humana, o trabalho como atividade de transformar coisas naturais em coisas artificiais, a ação como necessidade do homem em viver entre seus semelhantes numa natureza eminentemente social, a “Vita Activa” como ocupação, inquietude e desassossego, a religião cristã e as concepções gregas na vulgarização da dignidade humana, as dicotomias de trabalho entre improdutivo e produtivo, qualificação e não qualificação, intelectual e manual, a visão marxista do trabalho produtivo, o processo de industrialização, o trabalho intelectual em contraposição ao trabalho manual, a ideologia do qualquer coisa que se faça tem que ser necessariamente produtivo, tudo deve ser transformado em mercadoria, o valor de troca, a força de trabalho como aquilo que o homem possui por natureza e que só cessa com a morte, entre outros assuntos. REFERÊNCIA: ARENDT, Hannah. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2007. Veja mais aqui e aqui.


A PSICANÁLISE KLEINISTA - A psicoterapeuta austríaca Melanie Klein (1882-1960) foi o principal expoente do pensamento da segunda geração psicanalítica, desenvolvendo o kleinismo, transformando totalmente a doutrina freudiana, criando, por sua vez, a psicanálise da criança e uma nova técnica de tratamento e de analise didática. Em 1924, ela começou uma segunda análise e apresentou num congresso de Salzburgo suas ideias sobre a organização do desenvolvimento sexual, sobre a psicanalise de crianças pequenas, na qual começava a questionar certos aspectos do complexo de Édipo. Em 1929 ela trata de uma criança autista Dick, um caso célebre: aos cinquenta anos, ele não tinha mais nada a ver com o menino fechado de outrora. Em 1932, ela publicou seu livro A psicanalise de crianças, no qual expõe a estrutura de seus futuros desenvolvimentos teóricos, sobretudo o conceito de posição esquizo-paranoide e posição depressiva, assim como a sua concepção ampliada de pulsão de morte. Posteriormente, em 1955, escreveu Um estudo sobre a inveja e a gratidão, no qual desenvolveu o conceito de inveja que articulava com uma extensão da pulsão de morte. O kleinismo é uma escola comparada ao lacanismo, constituindo-se em um sistema de pensamento a partir de suas ideias, modificando inteiramente a doutrina e a clínica freudiana. Veja mais aqui e aqui.


FOGO DE FRÁGUA – No livro Vento Geral (Companhia das Letras, 1984) do premiadíssimo e traduzido poeta amazonense Thiago de Mello, destaco entre outros tantos e belos poemas do autor, o Fogo de Frágua: Sei que sou porque já fui / quando for no que serei. / O futuro se urde em mim / agora (quando? passou) / no centro fugaz da frágua / do presente, cujo fogo / se acende nas brasas / — que nunca se apagam — / e nas cinzas invisíveis / — que nunca se estriam — / de tudo que já passou. / Sei que sou porque já fui / quando for no que serei. Veja mais do poeta aqui.

A VIDA TODA E NÃO VENDER UM QUADRO SEQUERImagem: Nude woman reclining seen from the back (1887), do pintor Vincent Van Gogh. - O pintor pós-impressionista holandês, Vincent Van Gogh (1853-1890), abandonou gradualmente as escuras tintas nórdicas e a conquista da luminosidade mediterrânea, ao mesmo tempo em que seu espírito, longe do equilíbrio latino, se escureceu. Em Paris encontra um novo estilo, quase primitivista, para pintar interiores, com personagens pequeninos que se tornaram verdadeiros milagres da pintura por alusão, conferindo a mais profunda significação a ambientes triviais. Na sua fase final, tornam-se antes raros os personagens humanos, aparecendo a natureza com todos os seus mistérios. Sua vida, enfim, corresponde em tudo à lenda popular do gênio incompreendido: nunca na vida conseguiu vender um único quadro. Veja mais aqui e aqui.

PARA SER CALUNIADO: NO INTERNATO– No livro Para ser caluniado: poemas eróticos (Brasiliense, 1985), do poeta francês Paul Verlaine (1844-1896), destaco o poema No internato: Com quinze e dezesseis anos de idade, / No mesmo quarto cada uma dormia / Em noite de setembro, tão sombria; / Rubores; olho azul; fragilidade. / Cada uma delas, pondo-se à vontade, / Da fina camisola se despia. / A mais nova, seus braços estendia, / E, mãos aos seios, beija-lhe a amizade./ Depois se ajoelha, e, depois, louca / Cola a cabeça ao ventre, e com a boca, / Entre as sombras, mergulha no ouro louro; / E enquanto isso, a menina vai, querida, / Com os dedos contar bailes vindouros, / E inocente sorri, enrubescida. Já nas Obras Poéticas (Aguilar/Crisol, 1947) destaco o Arte Poética, na tradução de Augusto de Campos: Antes de tudo, a Música. Preza / Portanto, o Ímpar. Só cabe usar / O que é mais vago e solúvel no ar / Sem nada em si que pousa ou que pesa. / Pesar palavras será preciso, / Mas com certo desdém pela pinça: / Nada melhor do que a canção cinza / Onde o Indeciso se une ao Preciso. / Uns belos olhos atrás do véu, / O lusco-fusco no meio-dia / A turba azul de estrelas que estria / O outono agônico pelo céu! / Pois a Nuance é que leva a palma, / Nada de Cor, somente a nuance! / nuance, só, que nos afiance / o sonho ao sonho e a flauta na alma! / Foge do Chiste, a Farpa mesquinha, / Frase de espírito, Riso alvar, / Que o olho do Azul faz lacrimejar, / Alho plebeu de baixa cozinha! / A eloquência? Torce-lhe o pescoço! / E convém empregar de uma vez / A rima com certa sensatez / Ou vamos todos parar no fosso! / Quem nos dirá dos males da rima! / Que surdo absurdo ou que negro louco / Forjou em joia este toco oco / Que soa falso e vil sob a lima? / Música ainda, e eternamente! / Que teu verso seja o voo alto / Que se desprende da alma no salto / Para outros céus e para outra mente. / Que teu verso seja a aventura / Esparsa ao árdego ar da manhã / Que enche de aroma ótimo e a hortelã…/ E todo o resto é literatura. Veja mais aqui.


VENTO FORTE PARA UM PAPAGAIO SUBIR - O ator e diretor de teatro José Celso Martinez Corrêa é um dos mais importantes nomes do teatro brasileiro por sua forma orgiástica e antropofágica de realizar suas encenações. Realizou em 1967 a encenação do espetáculo-manifesto que se tornou emblemático do movimento Tropicália, O Rei da Vela, de Oswald de Andrade e, em 1969, Roda Viva, de Chico Buarque. Atualmente tem desenvolvido trabalhos para teatro, cinema, eventos culturais, artísticos e políticos, comandando o Teatro Oficina, a exemplo sua participação em Encarnação do Demônio (2008), de José Mojica Marins, e na encenação da sua peça Vento forte para um papagaio subir (2008), tendo ao longo das últimas décadas construindo um dos mais originais percursos dos palcos brasileiros. Veja mais aqui e aqui.


CORDEL (D) MADRUGADA - O poeta e ativista cultural do Grupo Artistas da Proa, Paulo Cesar Barros tem desenvolvido um extraordinário trabalho de dinamização e difusão da poesia e das artes na cidade de Três Corações (MG), meritório de aplausos e reconhecimentos. Em consonância com a manifestação de apoio e aplausos da querida Meimei Corrêa, destacamos aqui os seus versos Cordel (d)madrugada: Que haja mais amor, mais Poesia Dia e noite, noite e dia. Assim... Ainda que os caminhos sejam de pedras As dores nos causem agonia E pra muitos tudo seja mera Utopia Sempre será possível Viver Loucas e Belas Fantasias. Veja mais aqui.


REDS - O premiado drama biográfico Reds (1981) dirigido por Warren Beatty, com música de Stephen Sondheim e Dave Grusin, roteiro do diretor e Trevor Griffiths, é baseado na vida do jornalista e escritor socialista estadunidense John Reed que retratou a Revolução Russa no seu livro Dez dias que abalaram o mundo. A película foi premiada com quatro Oscars, incluindo o de melhor diretor. Imperdível. Veja mais aqui.


HOMENAGEM DO DIA
MÉRY LAURENT
Anne Rose Suzanne Louviot – a Méry Laurent (1849-1900)

A atriz e musa de Stéphane Mallarmé, Émile Zola, Marcel Proust, Edouard Manet, entre outros grandes artistas da época. Veja mais aqui.


Veja mais sobre:
As dez vidas e a cabeça roubada, A natureza das coisas de Bernardino Telesio, a música de Joana Holanda, a arte de Kevin Taylor, a pintura de Pedro Américo & Odilon Redon aqui.

E mais:
Dalzuíta: o infortúnio da prima da Vera aqui.
Os pipocos da loucura de Robimagaiver aqui, aqui e aqui.
A paixão avassaladora quando ela é a terrina do amor aqui.
Brincarte do Nitolino, O calor das coisas de Nélida Piñon, a poesia de Augusto dos Anjos, a música de Igor Stravinski, a pintura de Joan Miró, o teatro de Eugène Ionesco, o cinema de Graeme Clifford & Jessica Lange, a arte de Frances Farme, As emoções de Suely Ribella, Papel no Varal & Ricardo Cabús aqui.
Cordel do meio ambiente aqui.
Na avenida Jatiúca, Maceió, O império do efêmero de Gilles Lipovetsky, a História da feiúra de Umberto Eco, o Deserto do real de Slavoj Žižek, Moema, a música de Quinteto Armorial, a poesia de Juareiz Correya, a pintura de Victor Meirelles & Felicien Rops, o cinema de Michael Winterbottom & Anna Louise Friel aqui.
Quando o futuro chega ao presente, Escritos de Michel Philippot, as Fronteiras do Universo de Phillip Pullman, As contantes universais de Gilles Cohen-Tannoudj, a música de Antonín Dvořák & Alisa Weilerstein, a pintura de Willow Bader, a arte de Lorenzo Villa, a fotografia de Katyucia Melo & a poesia de Bárbara Samco aqui.
Mais que tudo o amor, a poesia de Pablo Neruda, o teatro de Antonin Artaud, o pensamento de Pierre Gringore, a música de Ana Rucner, a fotografia de Daniel Ilinca, Mariza Lourenço & Luciah Lopez aqui.
Brincando com a garotada, Lagoa Manguaba, a música de Maria Josephina Mignone, a poesia de & William Blake & Joana de Menezes, a literatura de Luiz Antonio de Assis Brasil, a pintura de Thomas Saliot & Tempo de amar de Genésio Cavalcanti aqui.
Doro: querem me matar, O bom dia para nascer de Otto Lara Resende, a comunicação interpessoal de John Powell, a poesia de Gilberto Mendonça Teles, o teatro de Patrícia Jordá, a arte de Carmen Tyrrell, a música de Mona Gadelha, a Pena & Poesia de Luiz de Aquino Alves Neto aqui.
Andarilho das manhãs e luares, O Homo ludens de Johan Huizinga, Todas as coisas de Quim Monzó, a psicanálise de Françoise Dolto, a música de Gustav Holst, a pintura de Ludwig Munthe, a arte de Elena Esina & Tom Zine aqui.
Lasciva da Ginofagia aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
História da mulher: da antiguidade ao século XXI aqui.
Palestras: Psicologia, Direito & Educação aqui.
A croniqueta de antemão aqui.
Fecamepa aqui e aqui.
Livros Infantis do Nitolino aqui.
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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
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CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Recital Musical Tataritaritatá - Fanpage.
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JUDITH BUTLER, EDA AHI, EVA GARCÍA SÁENZ, DAMA DO TEATRO & EDUCAÇÃO LINGUÍSTICA

  Imagem: Acervo ArtLAM . A música contemporânea possui uma ligação intrínseca com a música do passado; muitas vezes, um passado muito dis...