Fonte: Isto é (e é?).
EXTINÇÃO DE LÍNGUAS – No capítulo oitavo – A Torre de Babel -, do seu livro Instinto da linguagem, o neurolinguística Steven Pinker denuncia a
extinção de línguas: “[...] Este capitulo
termina com uma nota triste e urgente. As línguas são perpetuadas pelas crianças
que as aprendem. Quando os linguistas encontram uma língua falada apenas por adultos, sabem que ela esta condenada. Porisso, eles alertam para uma tragédia iminente na história da humanidade. 0 linguista Michael Krauss estima
que as línguas dos índios norte-americanos, cerca de 80% das existentes, estão moribundas. Em
outras partes do mundo,
seus números são igualmente sinistros:
40 línguas moribundas
(90% das existentes) no Alasca e norte da Sibéria,
60 (23%), na América Central e do Sul, 45 (70%) na Rússia, 225 (90%) na Australia, talvez 3.000 ( 50%) no mundo todo. Somente cerca de 600 línguas estão razoavelmente seguras por obra
de um grande numero de falantes,digamos,
um mínimo de 100.000 (embora
isso nem mesmo garanta sua sobrevivência a curto prazo),
e essa suposição otimista ainda sugere que entre 3.600 e 5.400 línguas, ou seja, 90% do total
mundial, estão ameaçadas de extinção no próximo século.
A extinção em grande escala de línguas evoca a atual (embora menos severa) extinção em grande
escala de plantas e espécies
animais. As causas disso se
sobrepõem. Línguas desaparecem pela
destruição dos habitats de seus falantes, assim como por genocídio,
assimilação forçada e educação assimilatória, asfixia demográfica
e bombardeio da
mídia eletrônica, que Krauss
chama de "gás paralisante cultural". Alem de pôr um fim, as causas sociais
e políticas mais repressivas do aniquilamento cultural, podemos prevenir algumas extinções linguísticas por meio do desenvolvimento
de material pedagógico, literatura e televisão na língua indígena. Outras extinções podem ser
mitigadas pela preservação de gramáticas, dicionários,
textos e amostras gravadas de fala com a ajuda de
arquivos e cargos
em faculdades para falantes
nativos. Em alguns casos, como o hebraico no século vinte, o
uso cerimonial contínuo de
uma língua junto com a preservação de documentos pode ser suficiente para fazê-la reviver, desde que haja vontade para tanto. Assim como não é sensato pensar que se possam preservar todas as espécies da Terra, não podemos preservar todas as
línguas, e talvez
não devêssemos. As questões práticas e morais envolvidas nisso são complexas. Diferenças
linguísticas podem ser uma
fonte de discordâncias mortais, e se uma geração
escolhe trocar de língua e optar por aquela falada pela maioria,
que lhe promete progresso econômico e social, será que algum grupo
de fora tem 0 direito de obrigá-los a não fazê-lo porque gostam da ideia de que eles mantenham
a língua antiga? Deixando de lado essas complexidades, quando
3.000 línguas estranhas estão moribundas, pode-se
ter certeza de que
muitas dessas mortes não são desejadas e poderiam
ser impedidas. Por que as pessoas deveriam se preocupar com línguas
ameaçadas? Para a linguística as ciências da mente
e do cérebro se incluem, a diversidade linguística revela o alcance e os limites do instinto da linguagem.
Considere apenas como seria distorcida a
nossa imagem se se estudasse inglês!
Para a antropologia e a
biologia evolutiva humana, as línguas traçam a
história e geografia da espécie, e a extinção
de uma língua (digamos, do ainu, antigamente falado no Japão por um misterioso
povo caucasiano) pode equivaler ao incêndio de uma biblioteca de documentos históricos
ou extinção da ultima espécie de um filo. Mas as razões
não são apenas científicas. Como Krauss escreve: "Qualquer língua é a realização suprema do talento coletivo
exclusivamente humano, mistério tão
divino e infindo quanto um organismo
vivo: Uma língua é um meio que a poesia, a literatura e a musica
de uma cultura jamais
podem dispensar. Corremos o
risco de perder tesouros que vão do iidiche, com muito mais palavras para "simplorio" do que
se dizia que os esquimós tinham
para "neve", ao damin, uma variante cerimonial da língua australiana lardil, que tem um vocabulário
único de 200 palavras, passível de ser aprendido em um dia
mas que pode expressar todos os conceitos da fala coloquial. Conforme disse o linguista
Ken Hale: "A perda de uma língua é parte da perda mais geral de que o mundo padece,
a perda da diversidade em todas
as coisas". Veja mais aqui.
A EXTINÇÃO DOS MACACOS – A etóloga,
primatóloga e antropóloga britânica Dame Jane Goodall, que estudou a vida
social e familiar dos chimpanzés em Gombe, Tanzânia, ao longo de 40 anos, tem
denunciado o desaparecimento dos grandes macacos, assinalando que nos últimos
50 anos, o número de chipanzés passou de 2 milhões para cerca de 300 mil que se
encontram espalhados por 21 países, tudo em nome do desenvolvimento das infraestruturas e a exploração
de recursos naturais - madeira, minerais, petróleo e gás – que devastam o
habitat dos grandes macacos e levaram chimpanzés, gorilas, bonomos e
orangotangos à beira da extinção. O seu trabalho foi vivido por Sigourney Weaver no filme "Na montanha dos gorilas". Ela faz o
alerta: “Se não tomarmos
medidas, os grandes macacos vão desaparecer, devido, ao mesmo tempo, à
destruição de seu habitat e ao tráfico de espécies animais [...] Se não fizermos nada, vão desaparecer, ou só
restarão a eles pequenas bolsas onde dificilmente escaparão da consanguinidade.
[...] Se não fizermos nada para proteger
o meio ambiente, que já destruímos em parte, não gostaria de ser uma criança
nascida em 50 anos. Não devemos isso a elas? [...] Somos esquizofrênicos. Temos esta
inteligência incrível, mas parece que perdemos o poder de trabalhar em harmonia
com a natureza [...] se perdermos (os
grandes macacos), será provavelmente porque também perdemos as florestas e isso
terá consequências totalmente devastadoras sobre as mudanças climáticas.
[...] A
mudança climática é evidente em toda parte. Há líderes que dizem que não
acreditam nas mudanças climáticas, mas não acredito que seja realmente o que
pensam, talvez sejam apenas estúpidos". E o homem cultuando o Lamentável expediente da guerra!!!!!
E NO BRASIL, COMO ANDA A EXTINÇÃO? MAIS 1.100
ESPÉCIES EM EXTINÇÃO!!! – O Ministério do Meio Ambiente divulgou nesta
quarta-feira, em Brasília, as novas Listas Nacionais de Espécie Ameaçadas de Extinção.
De acordo com o levantamento – produzido por 1.383 especialistas de mais de 200
instituições, entre 2010 e 2014 -, o número total de espécies ameaçadas
aumentou de 627, na lista anterior, de 2003, para 1.173. De acordo com a
ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o avanço aconteceu porque a
amostra também cresceu. “A lista cresce
porque se conhece mais”, alegou a ministra. A lista anterior contemplava
816 espécies, enquanto o novo levantamento considerou 12.256 espécies da fauna
brasileira – incluindo peixes e invertebrados. De acordo com o governo,
trata-se da maior avaliação da fauna já feita no mundo. Segundo a ministra, a
metodologia utilizada anteriormente definia como objeto de estudo somente as
espécies já consideradas potencialmente em risco de extinção. Embora a lista
das espécies ameaçadas tenha aumentado, 170 espécies deixaram de fazer parte da
relação, incluindo a baleia jubarte e a arara-azul-grande, ambas com populações
em recuperação, segundo a lista. Para conferir a lista acesse o site do
Ministério do Meio Ambiente.
ENQUANTO ISSO... NÊNIA DE ABRIL.. – Esse texto
eu escrevi no início dos anos 2000: Quando o Brasil dá uma demonstração de que deve ser mesmo levado a sério! Até fiz uma enquete que começou a rolar quando
este blog ainda era no extinto Weblogger e fui atualizando: O Brasil deve ser
mesmo levado a sério? Como muita gente achou que o problema não lhe dizia respeito (ora, ora!), então
refaço a mesma pergunta hoje!!! Clique aqui para participar da enquete
assinalando qual a alternativa que melhor condiz com sua opinião. Enquanto isso
eu continuo cantando a minha Crença numa Nênia de Abril. E viva o Fecamepa!
Veja mais sobre:
Aventureiros do Una, Maurice Merleau-Ponty, Carlos Heitor
Cony, Castro Alves & Eugênia Câmara, Sergei Rachmaninoff & Yara
Bernette, Amália Rodrigues, Jules Joseph Lefebvre, Wolfgang Petersen &
Diane Kruger aqui.
E mais:
Autoestima aqui.
Meu ensino de Jacques Lacan & Disco
Friends aqui.
Quadrinhos, a nona arte aqui.
O pensamento de Parmênides de Eléia aqui.
O eleatas & Xenófanes de Colofão aqui.
Heráclito de Êfeso aqui.
Husserl & a fenomenologia aqui.
O pensamento de Pitágoras aqui.
O período naturalista do pensamento
grego: Os Jônios & Anaxímenes aqui.
O pensamento jônico de Anaximandro aqui.
O pensamento de Benedetto Croce aqui.
O pensamento de Tales de Mileto aqui.
O Budismo aqui.
A pirâmide alimentar aqui.
Dos temores da infância aos arroubos
juvenis, Estrella
Bohadana, Nuno Ramos, Mariana Aydar & Leonid Afremov
aqui.
O verbo no coração do silêncio, Ástor Piazzolla & Eduardo Isaac, Steve Hanks, Wassily Kandinsky & Eliane Potiguara aqui.
Pra quem só vê superfície, todo rio é
sempre raso, Zygmunt
Bauman, Maria Azova, Anna Ewa Miarczynska & Júlio Pomar aqui.
A vida solta no calor do coração, Teodora Dimitrova, Carlos Baez
Barrueto, Claudia Rogge & Robert Delaunay aqui.
Os véus dos céus & o prazer do amor, Djavan, Luciah Lopez, Christine Jeffs
& Kirsty Gunn aqui.
Escândalo do coroinha, Ferdinand Hodler, Aldine Müller, Helena
Ramos & Zaira Bueno aqui.
Tolinho & Bestinha: quando tolinho
bateu pino com o capeta granulado aqui.
&
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.