quarta-feira, janeiro 07, 2015

DAREL, MELODIA, LADY FRANCISCO, TERRA OCA E ÁRVORE DO CONHECIMENTO


A ÁRVORE DO CONHECIMENTOEra uma vez uma ilha que ficava em Algum Lugar, cujos habitantes desejavam intensamente ir para outra região e fundar um mundo mais saudável e digno. O problema, todavia, era que a arte e a ciência de natação e da navegação nunca haviam sido desenvolvidas, ou talvez tivessem sido esquecidas. Por isso, havia habitantes que nem sequer pensavam em alternativas à vida na ilha, enquanto outros procuravam encontrar soluções para seus problemas, sem contudo pensar em cruzar as águas. De vez em quando, alguns nativos reinventavam a arte de nadar e navegar. Também de vez em quando, algum estudante ia até eles e entabulavam um diálogo mais ou menos assim: - O que está disposto a fazer para consegui-lo? - Nada. Só desejo levar comigo minha tonelada de repolho. - Que repolho? - A comida que precisarei do outro lado, ou seja lá onde for. Mas há outros alimentos do outro lado. - Não sei o que está dizendo. Não estou seguro. Tenho de levar meu repolho. - Mas não poderá nadar com uma tonelada de repolho. É muito peso. - Então não posso aprender. Chama meu repolho de carga, mas eu o chamo de meu alimento essencial. - Suponhamos que, em vez de repolhos, digamos ideias adquiridas, ou pressuposições, ou certezas? - Hum ... Vou levar meus repolhos para alguém que entenda minhas necessidades. (Humberto Maturana & Francisco Varela, A árvore do conhecimento: as bases biológicas do entendimento humano. São Paulo: Psy, 1995). Veja mais aqui

Imagem: litografia O ferrolho, do gravurista, pintor, desenhista, ilustrador e professor pernambucano, Darel Valença Lins.

Ouvindo: Juventude transviada, do cantor e compositor Luiz Melodia.

TERRA OCA: DESFAZENDO UM EQUÍVOCO – Era final dos anos 1970, ou por aí, quando o professor João José do Nascimento me trouxe um livro: Terra oca, de Raymond Bernard. Na hora eu disse: - Esse nome eu conheço! Quero! E logo corri para lê-lo avidamente. Fiquei extasiado. Pudera, um sujeito com a reputação que esse autor sempre teve, trazer uma teoria como essa, era coisa para lá de revolucionária. Só anos e anos mais tarde foi que consegui desfazer um equívoco. Seguinte: o Raymond Bernard (1923-2006) que eu já havia lido diversos livros editados no Brasil pela Editora Renes, era um profícuo e inspirado escritor e advogado francês, que reorganizou a Antiga e Mística Ordem Resacruz (Amorc) em seu país, tornando-se membro da Grande Loja Maçônica da França e fundador do então Círculo Internacional de Pesquisas Culturais e Espirituais (Circe) que foi absorvido posteriormente pela Ordem Soberana do Templo Iniciático (Osti). Já o Raymond Bernard do livro Terra oca, que também se assinava como Dr. Raymond W. Bernand PhD, como Dr. Robert Raymond e como Dr. Uriel Adriana AB, MA, PhD, todos eram pseudônimos do escritor esotérico, autor místico, praticante de medicina alternativa e praticante da subcultura da realidade alternativa, o norteamericano Walter Siegmeister (1901–1965), que na verdade obteve seu PhD em Educação pela New York University, era irmão do compositor Elie Siegmeister e, após uma viagem ao Equador e uma estadia no Brasil, apresentou a polêmica teoria divulgando a ideia de um mundo subterrâneo ocupado por raças não-humanas. Para ele o Brasil possuía entradas para túneis que levavam à terra oca. Ah, um não tem nada a ver com o outro: cada um, cada um. Pronto, está esclarecido. Vamos aprumar a conversa & tataritaritatá!

LADY FRANCISCO, A MOÇA DO FUSCÃO: NUNCA FUI SANTA! – A atriz mineira Lady Chuquer Volla Borelli Francisco De Bourbon, ou simplesmente Lady Francisco, é uma militante defensora dos direitos dos animais que virou revelação artística da Escola Mineira de Artes Dramáticas há muitos e muitos anos atrás. Ao lado de Juscelino Kubstichek, ela inaugurou a TV Itacolomi, em Belo Horizonte e foi agraciada com o prêmio Ary Barroso de melhor teleatriz por sua participação na peça Um bonde chamado desejo, na qual foi ovacionada pela plateia ao lado da atriz Cacilda Becker. No início da carreira fez teatro de revista no Rio de Janeiro e trabalhou na TV Tupi, TV Machete e TV Globo onde até hoje atua em novelas. Iniciou na televisão em 1972, na novela Jerônimo, o herói do sertão, participando do filme Um varão entre as mulheres, de 1974, a partir dos quais passou a atuar ora em filmes, o último deles Sexo Selvagem dos Filhos da Noite, de 1987, ora na televisão, participando em várias novelas, entre as quais a sua última participação foi na novela Geração Brasil, de 2014. Também foi ganhadora do prêmio Candango de melhor atriz por sua atuação no filme O crime de Zé Bigorna – também premiado no Festival de Berlim -, ao lado de Lima Duarte, no Festival de Brasília, em 1977. Ao todo, são 24 filmes – muitos deles ou quase todos reassisti muitas e muitas vezes! -, e 25 novelas. Ela lançou em 2004 o livro autobiográfico Nunca fui santa e, em 1983, o compacto simples pela gravadora Cid, A moça do fuscão com um pôster sexy da artista encartado no disco. A sua cinebiografia Lady Francisco – De boates de quinta a palcos reluzentes, está no filme de curta metragem, sob a direção de Rochane Torres e Marco Polo, contando a vida dessa diva do cinema, do teatro, do circo e da televisão brasileira. Hoje é aniversário dela e, como fã, dou todos os salves & vivas: Parabéns, Lady Francisco!


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